Coronavírus e a importância da indústria de máscara de proteção respiratória no Brasil
J.A. Puppio*
A doença do coronavírus tem despertado temor e atenção da população em todo o mundo, assim como outras moléstias infecciosas, que têm surgido nos últimos tempos como a gripe H1N1. Na verdade, os pesquisadores calculam que surjam em média cinco novas doenças todos os anos e esse número está crescendo. Portanto, nas medidas preventivas para enfermidades infecciosas, em muitos casos, o uso de máscara de proteção pode ajudar tremendamente e por isso a indústria de máscaras para proteção respiratória nunca ficou tão evidente no cenário da saúde mundial.
Ao contrário dos países asiáticos, nos quais quando alguém contrai alguma doença respiratória infecciosa imediatamente usa sua própria máscara para não contaminar outras pessoas, seja em lugar público ou privado, no Brasil o hábito ainda não preocupou todos, mas há uma perspectiva de crescimento. É uma questão cultural, que ainda não foi assimilada integralmente pelos brasileiros, mas que pode ser estendida com o passar dos anos, especialmente nesses tempos em que exigem mais precaução ou cuidados preventivos com a saúde.
Para se ter um panorama do setor, em 1994, o Brasil importava 90% dos produtos para proteção respiratória, hoje esse número foi reduzido para 10%, porque o País dispõe de empresas cada vez mais capacitadas tecnicamente para a produção e desenvolvimento destes desta tecnologia e produtos. E conforme orientação do Governo Federal os brasileiros devem adquirir sempre produtos nacionais, por diversas razões, inclusive econômica para gerar empregos e conter importações.
A indústria de máscaras de proteção respiratória e de equipamentos de proteção individual (e de segurança no trabalho) preocupada com a qualidade de seus produtos tem se mostrado muito engajada na luta pelo avanço da qualidade do setor, inclusive buscando o aperfeiçoamento das leis e normas do segmento, além de se dedicar ao cumprimento da atual legislação em vigor no mundo.
O problema de doenças infectocontagiosas potencialmente pandêmicas, como a coronavírus, é também mais amplo do que se imagina. Economicamente, enfermidades como esta também são preocupantes e neste ano a epidemia puxou a estimativa do crescimento econômico chinês para um nível abaixo de 4%. Segundo o Center for Macroeconomics & Development, houve um dramático comprometimento da oferta e demanda naquele país em razão dessa endemia, como também uma queda expressiva dos principais indicadores econômicos no mundo. A situação do sistema produtivo dependerá muito do pico de contaminação e da quarentena nas áreas chinesas afetadas. Por outro lado, há chances de que seria também um evento raro momentâneo, inesperado e impactante, e que só será totalmente entendido daqui a algum tempo.
No Brasil, a doença do coronavírus pode significar ainda um aumento de produção e consumo de produtos de proteção respiratória para a população. Atualmente, há diversas linhas e modelos de máscaras no mercado brasileiro, que podem não atender as normas internacionais corretamente, porque precisam se apresentar dentro das normas internacionais. Pessoas com barbas ou cicatrizes profundas na face também podem apresentar dificuldades de adaptação no uso do equipamento. Deve-se ainda evitar aquelas máscaras que estão fora das normas. Especialistas recomendam produtos que cumpram a norma N95 e PFF2 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). O selo do Inmetro também e necessário.
As máscaras respiratórias faciais filtrantes mais apropriadas, segundo pesquisas científicas, podem oferecer até 95% de eficácia na filtragem de partículas maiores, ou seja, acima de 0,3 mícron, lembrando que o mícron é a milésima parte do milímetro. Elas são muito indicadas para proteção contra diversas outras doenças por transmissão pelo ar, especialmente tuberculose, sarampo, varicela, SARS, além de outras. O produto é individual, descartável. Mas vale ressaltar que é preciso outros cuidados complementares de segurança para não contrair ou transmitir doenças infectocontagiosas.
*J.A. Pupilo é empresário e autor do livro ‘Impossível é o que não se tentou’
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