Comportamento em relação a AIDS precisa mudar
Avanços tecnológicos e disseminação da informação proporcionam uma vida comum aos pacientes, mas casos de HIV continuam aumentando em todo o mundo. No Brasil, números saltaram de 39 mil para 866 mil em 8 anos
A Aids, sigla em inglês para a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, é uma doença proveniente da infecção pelo vírus HIV, o vírus da imunodeficiência humana, que afeta o sistema imune, e é responsável pela defesa contra infecções e tumores. “O vírus atinge preferencialmente os linfócitos T CD4, o que afeta o funcionamento do sistema imune como um todo, permitindo novas infecções e reativações de infecções antigas que estavam latentes”, explica o infectologista Guenael Freire, membro da Doctoralia. “A depleção dos linfócitos é contínua e, caso não seja cessada pelo tratamento, pode levar a pessoa ao adoecimento grave”, completa o especialista.
No Brasil, a doença teve início na década de 80 onde ganhou força ao atingir, em sua maioria, a população homossexual. A Unaids (Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids) estima que, anualmente, 866 mil pessoas são impactadas pela doença no país. No mundo, esse número é de 37,9 milhões de indivíduos, sendo que 25% deles não sabem da convivência com o vírus. Dos quase 38 milhões de pacientes, 1,7 milhão são crianças.
Prevenção
Existem algumas ações que são compartilhadas pelo governo à população. Entre elas, a distribuição gratuita de preservativos masculinos e femininos; o acesso a tecnologias e exames para identificação precoce do vírus por meio de testes rápidos; o uso de antirretrovirais após exposição ao HIV (PEP) e o uso contínuo de medicamentos preventivos para reduzir o risco de infecção (PreP), além de ações educativas em escolas e locais públicos.
Transmissão
Apesar de bastante conhecida, a sua transmissão ainda não é totalmente compreendida. A partir do momento em que há presença do vírus no sangue do indivíduo, a transmissão pode acontecer por meio de sexo no geral sem o uso de preservativos; o uso compartilhado de utensílios não esterilizados, como por exemplo, seringa; transfusão de sangue contaminado – um dos principais motivos de contaminação na primeira onda da doença no Brasil. Mães soropositivas merecem acompanhamento especial. Caso não seja feito o acompanhamento pré-natal de maneira adequada, o vírus pode ser compartilhado com o bebê pela placenta e a amamentação deve ser evitada pois, assim como o sangue e as secreções genitais, o leite materno é transmissor do HIV. “Com os cuidados apropriados a mãe vivendo com o HIV pode ter seu filho totalmente livre do vírus”, explica o especialista.
Sintomas
Alguns sintomas podem aparecer logo após a infecção. No início, não são tão específicos e costumam ser confundidos com enfermidades corriqueiras no dia a dia, como por exemplo, dengue. Geralmente anos após a infecção, os sinais iniciais da doença surgem como emagrecimento, diarreias prolongadas, fraqueza e infecções respiratórias de repetição. “O paciente fica suscetível a doenças que ‘se aproveitam’ de sua deficiência imune, pneumonia, tuberculose, herpes zoster ou até mesmo alguns tipos de câncer”, aponta o médico.
Importante ressaltar que durante a janela imunológica também pode haver contaminação. “Esse termo se refere ao período de 2 a 4 semanas, que diz respeito ao tempo entre a infecção e a detecção do vírus pelos exames”, conta. Durante esse intervalo, é possível que o resultado do teste dê negativo mesmo quando há infecção, “portanto, caso haja suspeita concreta, é importante realizar um novo teste após 30 dias”.
Tratamento
A partir da detecção do HIV, o acompanhamento médico se torna indispensável, uma vez que atualmente todos devem receber o tratamento independente do estado da imunidade. É essencial que haja regularidade no tratamento, pois o contrário poderá fortalecer o vírus. Qualquer interrupção ou troca de medicamentos deve ser feita de acordo com as recomendações do especialista.
Com o avanço tecnológico, é plenamente possível levar uma vida normal sendo portador do HIV. “Os antirretrovirais têm como objetivo primário tornar a carga viral indetectável, permitindo assim a recuperação da imunidade e evitando novas transmissões”.
Evidências científicas recentes mostraram que se a carga viral for indetectável, não há risco de transmissão sexual do vírus. “Ainda não há cura para o HIV e para a AIDS, mas resultados como este são o caminho para um futuro cada vez mais promissor”, finaliza o doutor Guenael Freire.
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