Acompanhamento durante a gravidez pode resultar em melhor tratamento para bebês com malformações cardíacas
Na maior parte dos casos ainda se desconhece origem das deformidades encontradas no coração de fetos. No entanto, as cardiopatias congênitas – como são chamadas essas malformações – normalmente são decorrentes de alterações genéticas ou cromossômicas. Apesar de raramente ocorrerem, outros fatores de risco como o histórico familiar, uso de medicamentos teratogênicos (aqueles que podem causar danos ao embrião ou ao feto) durante a gestação, exposição a radiações ou doenças como diabetes também podem estar envolvidos no aparecimento de anomalias.
A descoberta de que algo não vai bem com o coração do bebê pode ser constatada no início da vida intrauterina, logo no primeiro trimestre da gravidez, por meio de exames. Um dos mais importantes é o ecocardiograma fetal, feito a partir da 12° semana de gestação com a finalidade de rastrear malformações cardíacas do feto. A partir do descobrimento de algum problema, deve-se fazer o acompanhamento com o cardiopediatra. “Pode ser algo simples, como uma pequena anomalia nas paredes do coração, ou um problema de alto risco que necessitará de procedimentos intraútero ou cirurgia no período neonatal”, explica Juliana Torres Pacheco, cardiologista pediátrica da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo.
Gestantes que recebem acompanhamento médico adequado desde o início da gravidez conseguem antecipar um diagnóstico de malformação cardíaca do bebê e facilitar o tratamento pós-nascimento. “E se esse bebê precisar ser operado na primeira semana de vida, o ideal é que ele nasça em um hospital equipado e sob cuidados de uma equipe formada por um cardiologista pediátrico e cirurgião cardíaco pediátrico”, completa.
A cardiologista da BP ainda enfatiza que, apesar de cerca de 23 mil crianças nascerem com problemas cardíacos a cada ano no Brasil, a maioria não precisa passar por uma cirurgia no período neonatal, mantendo o problema sob controle com uso de medicação. “Muitas delas terão alta da maternidade, receberão acompanhamento com cardiologista pediátrico e só passarão por alguma intervenção cirúrgica já maiores. Por esse ser um problema crônico e muito específico é até bem comum que os próprios cardiologistas pediátricos acompanhem os pacientes desde a infância até ficarem adultos”, conta a médica.
E quando o diagnóstico não for feito ainda na vida intrauterina os pais devem ficar muito atentos para alguns indícios de que algo pode não estar bem com o coração da criança. Sintomas como cianose (lábios arroxeados), dificuldade para respirar, cansaço diante de esforços quaisquer, infecções pulmonares de repetição, dificuldade de ganho de peso e sopro podem ser indícios de malformação cardíaca. Nesse caso, vale procurar sempre ajuda especializada.
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