NEUROVIRORES: qual a próxima?
Cristiane Nascimento Soares Pereira, coordenadora do Departamento Científico de Neuroinfecção da Academia Brasileira de Neurologia não se arrisca a cravar um palpite seco sobre qual será a próxima neurovirose a alarmar nosso País. Mas garante que não está descartada a hipótese de retorno de uma dessas epidemias dos vírus que já estão aí – chikungunya ou zika –, mas para uns três anos.
“Há ainda o risco de epidemia do vírus do Oeste do Nilo, já presente nos Estados Unidos com grande incidência”, comenta ela. “No Brasil, houve casos isolados em animais e um em humano. Mas está circulando”.
Sobre o quadro atual, Cristiane conta que o vírus zika se mantém estável em relação ao ano passado. Quanto ao chikungunya, boa notícia: a diminuição do número de casos em doze meses foi de 36%.
Por outro lado, a dengue aumentou absurdos 300% no Brasil, no período, conforme dados do próprio Ministério da Saúde. “Não chega a ser epidemia ainda, mas é preciso ficar de olho”, pondera.
Bagagem
Cristiane considera que o médico brasileiro aprendeu bastante sobre os efeitos do zika pós-epidemia. Aliás, frisa que o zika é um flavivírus e, assim como os outros flavivírus, como o vírus da dengue, pode gerar alteração no sistema nervoso tanto periférico como central:
no periférico, causa síndrome de Guillain-Barré; já no central, causa encefalite.
“Aprendemos também que é necessário prestar muita atenção nas crianças, inclusive em relação ao período neonatal, em virtude das malformações que podem ocorrer.
Foi um ensinamento importante e devemos ter consciência de que as crianças podem ter comprometimento grave”, conclui a neurologista.
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