40% dos casos de infertilidade são diagnosticados entre os homens
Segundo Dr. Edson Borges Jr., diretor científico do Fertility Medical Group, houve uma queda bastante expressiva na qualidade e quantidade de espermatozoides dos brasileiros nos últimos anos. Esse resultado desfavorável tem relação direta com estilo de vida, estresse, sedentarismo, por exemplo. Há outros fatores também que interferem na fertilidade masculina como poluição ambiental, tabagismo, dormir mal, por exemplo.
“Os elevados índices de poluição do ar, o uso abusivo de agrotóxicos e pesticidas nas plantações e de hormônios anabolizantes nas criações (aves, principalmente), a contaminação da água por esses mesmos agentes químicos, além do aumento no consumo de alimentos industrializados, que contêm altas taxas de conservantes, prejudicam a fertilidade. O estresse é um fator social muito importante e que, inclusive durante o tratamento de fertilização in vitro, procuramos controlar de modo a não interferir negativamente no processo. É importante ressaltar que os homens também devem ter coragem para pesquisar a causa de sua infertilidade. Caso contrário, perderão a chance de experimentar um dos sentimentos mais nobres e compensadores, que é ser pai”, ressalta Borges.
Dr. Edson explica ainda que cerca de 15% dos casais em idade reprodutiva apresentam algum problema de fertilidade. Destes, 40% decorrem de causa masculina. Dessa forma, em primeiro lugar, é importante que se faça o exame físico dos órgãos reprodutivos e o espermograma, para que essa capacidade reprodutiva seja corretamente avaliada pelo médico.
“Até 50% da população de espermatozoides do ejaculado do homem, considerado fértil, pode apresentar alterações de motilidade e até 96% namorfologia, entre outras variáveis analisadas”, explica o Borges.
O especialista em reprodução humana elenca as principais causas da esterilidade masculina:
- Varicocele (varizes na região escrotal), que é diagnosticada por um simples exame físico e é responsável por até 40% dos casos.
- Falência Testicular Primária, Infecções Seminais, Criptorquidia (testículos fora da bolsa testicular), Obstruções do Epidídimo (ou canal deferente) e Disfunções Hormonais.
“A evolução das técnicas de Reprodução Assistida permite hoje que muitos problemas seminais sejam resolvidos, possibilitando que o homem consiga ter filhos. Dentre essas técnicas estão o Processamento do Sêmen para Inseminação Artificial e a Fertilização In Vitro com ICSI (quando se injeta um único espermatozoide dentro do óvulo)”, analisa ele.
Segundo o Dr. Edson, ao fazer o espermograma, uma pequena parcela de homens inférteis apresenta ausência de espermatozoides (azoospermia). Quando isso acontece, as causas podem ser doenças que impedem a saída dos espermatozoides, (azoospermia obstrutiva), como a ausência de ductos reprodutivos (forma atenuada da Fibrose Cística), a vasectomia, processos inflamatórios, entre outras. Eles também podem ser filhos biológicos, por meio da punção do testículo ou epidídimo (órgão vizinho ao testículo), porque a espermatogênese está ocorrendo normalmente.
Já nos pacientes com azoospermias não obstrutivas ou secretoras, a produção de espermatozoides é extremamente comprometida. É o caso daqueles com criptorquidia, que sofreram radiação, quimioterapia, de orquite, varicocele, trauma testicular, causas genéticas sendo a mais comum a Síndrome de Klinefelter e alterações hormonais.
O Dr. Edson destaca que, nesses casos, em alguns túbulos seminíferos (regiões do testículo onde essas células são produzidas), a espermatogênese continua acontecendo. Por isso, também podem ser pais.
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