Desvalorização social, rompimento de relacionamentos, segregação por medo de contágio e preconceito são apenas alguns dos desafios que os pacientes de câncer costumam lidar, além da própria doença. Os obstáculos enfrentados pelos pacientes oncológicos são diários e a desinformação sobre os efeitos colaterais mais evidentes causados por algumas medicações utilizadas no combate à doença – como a perda de cabelo – pode ter impactos negativos sobre a autoestima e os resultados do tratamento de pacientes oncológicos.

Para o diretor da Oncoclínica Centro de Tratamento Oncológico – unidade do Grupo Oncoclínicas no Rio de Janeiro –, dr. Carlos de Andrade, o olhar mais humanizado e informado sobre o paciente com câncer é uma importante ferramenta de utilidade pública que pode ajudar a salvar vidas:

“Os impactos do tratamento na aparência do paciente com câncer e a própria reação de quem o observa com piedade ou preconceito têm efeitos negativos muito mais sérios do que pessoas ‘saudáveis’ podem imaginar. Pessoas em tratamento experimentam no dia a dia todos os tipos de dor, física e psicológica. Por isso, propagar e popularizar a importância do apoio psicossocial e, principalmente, a humanização dos efeitos da doença – o que significa disseminar as consequências estéticas e físicas imprescindíveis a um paciente oncológico – são instrumentos eficazes na minimização e no fim de atitudes preconceituosas, funcionando também como ferramentas de ajuda ao bem-estar do paciente, da família e de amigos que o cercam”, garante o oncologista.

Para Andrade, tão importante quanto informar sobre os impactos dos tratamentos oncológicos é reforçar o papel da positividade nessa fase e como esse apoio pode ajudar a “virar o jogo” na luta de combate ao câncer: “É um consenso entre a equipe multidisciplinar que um tratamento com foco na humanização tem mais chances de sucesso. Quanto mais confiança e segurança o paciente sentir em relação ao tratamento, melhores serão os resultados em relação à eficácia do combate à doença e a possíveis efeitos colaterais. Logo, toda a desinformação e o preconceito devem ser insistentemente descontruídos e substituídos por carinho, atenção e segurança ao paciente, elementos de incentivo cruciais durante o tratamento oncológico”, salienta diretor da Oncoclínica Centro de Tratamento Oncológico.