Turismo sustentável cresce como tendência de viagem durante pandemia
Por Adson Dutra, Colaboração para Ambiental Mercantil, em São Paulo
O turismo é um dos setores mais prejudicados durante a fase de pandemia. O passar dos meses, as medidas preventivas para as pessoas ficarem trancadas em casa e as incertezas de uma vacina para a Covid-19, atraem instabilidades e novidades em meio a quarentena no setor turístico.
Segundo levantamento do Conselho de Turismo da Fecomercio-SP, o turismo brasileiro teve queda de 50,3% no faturamento de julho de 2020, em relação ao mesmo mês do ano passado.
De acordo com a FGV (Fundação Getúlio Vargas), no início de 2020, após a adoção do isolamento social, o turismo foi um dos setores mais afetados para retomada operacional pós-pandemia.
Estes fatos colaboram para um retorno em categorias específicas de turismo, como o turismo de natureza ou aventura. Com o isolamento social, as pessoas passaram a procurar meios de sair de casa nas férias e feriados e aventurar-se nas matas onde há menos aglomerações sociais.
A advogada Cinthia Góes já realizava viagens em trilhas e cachoeiras, mas com o advento da quarentena e ao ficar 5 meses sem sair de casa, passou a priorizar esse tipo de atividade recreativa.
“Já fazia passeios próximos a São Paulo e para a natureza. O que diminuiu foi a frequência. E com mais dias, por exemplo, de férias, o meu planejamento seria fazer viagens para o exterior e para não correr o risco de ter problemas com os diversos tipos de protocolos pelo mundo afora, estou optando em conhecer mais lugares pelo Brasil,” disse
Viagens verdes nacionais
Diante das restrições em certos países da União Europeia e nos Estados Unidos da América para a entrada de estrangeiros, os brasileiros passaram a optar por viagens nacionais e que sejam próximas de seus habitats.
O deslocamento rumo à fauna e flora nacional tende a ganhar cada vez mais força.
Para a Turismóloga, Mônica Schiaschio, há duas razões em que o brasileiro adotou a viagem nacional nesta quarentena:
“As viagens nacionais se tornaram mais atrativas neste momento basicamente por duas razões: São opções mais baratas, considerando o câmbio das principais moedas estrangeiras e também a taxa de desemprego; e por serem distâncias menores possibilitam o acesso via carro ou exigem que se fique menos tempo dentro de um avião. Ambas as opções oferecem menos riscos de contágio pelo novo corona vírus,” explica.
Viajante assídua, Góes mudou a maneira de viajar e adotou cuidados ao evitar aglomerações de pessoas, principalmente nas praias do litoral, optando por lugares mais vazios, que geralmente são nas serras e montanhas do interior paulista e mineiro.
“Não tive nenhuma viagem cancelada, mas tive férias canceladas no trabalho por conta da pandemia. Ainda por medo de complicações em fazer viagens para fora do Brasil, decidi conhecer uma parte do Nordeste, Alagoas e Pernambuco, nas minhas próximas férias,” declara.
O ecoturismo ganhou força maior nesta fase em meio a limitações de viagens. Imagem: Cinthia Góes
A ida para estes lugares passou a ser distinta do tradicional meio de locomoção. O ônibus e o avião ficaram fora de cogitação para a massoterapeuta Maíra Von Gal. Segundo ela, depois de ficar tanto tempo em casa e precisar viajar para renovar as energias, optou pelo aluguel de um carro.
“Antes eu iria de ônibus ou avião tranquilamente, agora não, dou preferência para viajar por perto de São Paulo, ir de carro e com certeza [fazer] turismo de natureza e aventura,” afirma.
“Nessa última viagem, a gente alugou um carro e foi para São Francisco Xavier, no distrito de São José dos Campos, próximo a São Paulo. Fácil de chegar e em natureza, mas as cachoeiras, as trilhas que eram municipais ainda estavam fechadas, só conseguimos visitar o que era particular”, conta Von Gal.
Cachoeira fechada em São Francisco Xavier. O isolamento social impede atividades públicas de visitações. Imagem: Cinthia Góes
Em meio a dados alarmantes da queda do turismo tradicional, o Ecoturismo tende a ser uma novidade benéfica aos viajantes que buscam um lazer em meio ao caos da saúde.
Além de impulsionar a economia do país e sustentação de pequenos e grandes empresários do setor. Com a necessidade cada vez maior de ficarmos isolados, especialistas na área pontuam essa crescente busca pelos destinos afastados dos grandes centros conglomerados.
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