Plataformas virtuais ajudam na retomada do turismo e são fontes de renda
Para guias e agências, as ferramentas digitais são ainda uma forma de atender às novas necessidades que surgiram na pandemia
Com 20 anos de atuação, a agência AGA Turismo foi fortemente impactada durante a pandemia causada pelo novo coronavírus, mas, agora, já acredita em uma melhora do setor. As viagens locais despontam como as mais procuradas, porém já existe uma demanda de compra de passeios internacionais para 2021. Segundo Ana Alves, proprietária da empresa, um ponto importante nesse processo de retomada da área é contar com plataformas de guias de turismo, pois, além de serem um meio de empregabilidade no setor, oferecem segurança aos envolvidos.
“Ainda, por ser um serviço com menos intermediários, fica com o preço mais atrativo: mais barato para a agência e, consequentemente, para o cliente final. Outra característica positiva é a flexibilidade que proporciona, pois pode tanto fazer parte dos pacotes que montamos (roteiros entregues prontos) quanto ser algo negociado diretamente pelo interessado por meio do link de afiliados”, pontua a empresária, que menciona a parceria com o iFriend, especializada em conectar viajantes a guias locais.
Em atuação desde 2018, o serviço ofertado pela startup carioca em mais de 125 países resolve alguns desafios do setor: a comunicação em línguas estrangeiras, no caso de destinos internacionais; a necessidade de o consumidor fazer grandes pesquisas para encontrar um profissional que possa fazer o receptivo da viagem; e, ainda, a dependência de roteiros fechados, que, por vezes, não atendem às preferências pessoais.
Ana comenta que sempre houve uma vontade dos viajantes em vivenciar experiências diferenciadas no turismo. No entanto, esses fatores ficavam limitados por conta do custo. “A personalização faz a viagem especial. Quando se fala em privativo, imagina-se que é muito caro, mas hoje existem opções que tornam isso possível. Com serviços como o do iFriend, é possível para a agência ter o contato direto do fornecedor final – o guia –, o que antes praticamente não existia quando se falava em empresa de receptivo. O cliente da agência só sabia como o serviço ia transcorrer no dia agendado para o passeio. Então, esse é um tipo de serviço que diferencia o mercado.”
Fato que já tem sido observado pelas pessoas interessadas em ingressar (ou reforçar a atuação) no ramo do turismo. Atualmente, o iFriend conta com 5.400 guias cadastrados – o número cresceu ao longo do ano, mesmo com os efeitos da pandemia no setor, e em apenas cinco meses teve o acréscimo de quase 200 profissionais.
Para Álvaro Garnero, sócio-investidor da startup e embaixador do turismo nacional, segundo a Embratur, o sistema é mais uma forma de garantir uma fonte de renda. Além disso, ressalta ele, a plataforma é aderente ao futuro do segmento. “O turismo tem muito potencial de se desenvolver, mesmo na atual realidade. Vai ser diferente, mas mais fácil, tendo em vista a tecnologia que já existe para amparar esse crescimento”, afirma.
A guia de turismo Rosana Garcia concorda. “Nós vamos ter que nos adaptar a esse novo normal, e não sabemos até quando vai perdurar. Para continuar o trabalho, a minha dica é investir no virtual. Essa modalidade de turismo cresceu muito na pandemia e, na minha avaliação, não vai acabar, porque atende a uma parcela da população mesmo quando a circulação voltar a ser como antes.”
Ela se refere ao grupo da terceira idade e àqueles com mobilidade reduzida, que sonhavam em conhecer certos destinos e, agora, podem ter acesso a locais de difícil circulação, como as Maldivas. “Fora que o tour virtual é um petisco para o viajante. Com isso, ele vai poder confirmar se realmente se interessa por determinado local, antes de contratar o serviço de viagem e de guia. Ainda, poderá avaliar se gostou do trabalho, do atendimento, oferecido pelo profissional para saber se vale à pena investir em um passeio presencial guiado por essa pessoa”, comenta.
Rosana está no ramo há quatro anos, desde que se apaixonou pelo serviço de receptivo recebido em uma viagem para Israel. Mudou de área e, desde então, se sente realizada. Em 2018, ingressou no iFriend, o que ajudou a dar uma guinada no número das contratações. “Estimo um crescimento da demanda em 40% e, em negócios fechados, de 30%. O iFriend dá visibilidade ao meu trabalho e me traz o cliente. Para mim, é uma segurança financeira, porque recebo antecipadamente. Também proporciona credibilidade e maior segurança ao contratante.”
Para quem, na pandemia, quer fomentar os negócios ou até mesmo ingressar na área, a dica da guia é estudar. “Em conjunto, aposte no virtual. Impulsiona o negócio e o conhecimento do consumidor, por meio das redes sociais. É ainda uma excelente ferramenta para atender o público saudoso, que mudou de cidade e quer revisitar o lugar de origem, e uma forma de suprir a demanda de estudantes que procuram aprender especificamente sobre determinados locais. O Centro Histórico de São Paulo é um desses destinos dentre os quais atendo.”
Sobre o iFriend
O iFriend é uma plataforma de marketplace que conecta viajantes a guias locais, profissionais ou àquela pessoa que conhece tudo sobre a cultura do local visitado, proporcionando experiências de turismo personalizadas. Também oferece mais de 150 roteiros de viagem em pacotes fechados em todos os continentes. Desde 2018, está presente no Brasil e segue se expandindo. Ainda, conta com um escritório nos Estados Unidos, para onde a maior parte dos viajantes se deslocaram desde o lançamento do sistema – o destino fica atrás apenas da Itália e França.
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