Constantes incêndios em museus, no Brasil, trazem uma reflexão sobre medidas de segurança
Vivenciamos um momento conturbado na sociedade onde valores são reconhecidos somente após terem sido perdidos. No Brasil, ocorreram nos últimos anos constantes incêndios de grandes proporções que fizeram com que parte da nossa história fosse perdida, além do risco de perdas humanas.
Arquivos, teatros, peças históricas e outros objetos com valores inestimáveis para a nossa história foram perdidos em tragédias como a de 2013 no Memorial da América Latina, de 2015 no Museu da Língua Portuguesa, de 2018 no Museu Nacional da UFRJ e agora, em 2020, no Museu de História Natural e Jardim Botânico da UFMG. A maioria dos casos poderiam ter sido evitados ou minimizados com algumas medidas de segurança contra incêndios.
Devem-se ressaltar ainda diversos erros apontados pelos especialistas que avaliariam alguns dos casos, como precariedade das instalações elétricas e fiações expostas. O Museu Nacional do Rio de Janeiro, por exemplo, não contava com uma rede de sprinklers, um dos principais sistemas de combate a incêndio disponíveis. Este equipamento é considerado um dos mais eficientes no controle de incêndios, pois combate as chamas ainda no início, evitando que o fogo se alastre no estabelecimento.
“Junto a outras medidas, como saídas de emergências amplamente sinalizadas, extintores portáteis e hidrantes, por exemplo, o sistema de chuveiros automáticos - conhecido popularmente pelos engenheiros como ‘sprinkler’ - ajuda a evitar a perda do patrimônio e, o mais importante, a salvar vidas. É um dos componentes de maior importância de uma rede de combate a incêndio, pois tem a capacidade de inibir a propagação das chamas e, consequentemente, tragédias com incêndios de grandes proporções, como a que aconteceu no Museu Nacional”, explica Felipe Melo, presidente da ABSpk.
O sprinkler é fabricado em latão revestido de uma cobertura resistente a corrosão e possui uma espécie de “gatilho”, um elemento termo sensível, chamado bulbo. O bico do sprinkler é rosqueado a uma tubulação pressurizada e permanece fechado por uma tampa travada pelo bulbo. No interior do bulbo, um líquido se expande a uma determinada temperatura, de maneira que a cápsula seja rompida quando um incêndio for iniciado.
De acordo com Felipe Melo, se instalado de maneira correta e com manutenção em dia, o sprinkler entra em operação automaticamente, liberando água de forma rápida e de maneira circular, atingindo uma área aproximada de 16m², propiciando tempo de fuga para os ocupantes do local. Além do alastramento do fogo, consequentemente, o Sprinkler também ajuda a evitar a propagação de fumaça tóxica e falta de visibilidade.
Assim, é possível concluir que a não presença ou não correta instalação e manutenção de equipamentos contra incêndio, em especial o sprinkler, foram fatores determinantes nos casos dos museus. O equipamento poderia ter apagado o primeiro foco ou controlado as chamas até a chegada do serviço de emergência, evitando a perda de obras inestimáveis para a história e cultura do Brasil.
Sobre a ABSpk
A Associação Brasileira de Sprinklers, fundada no início de 2011, nasceu com o objetivo básico de fomentar o uso de sprinklers no mercado nacional. Sua função é promover a discussão, bem como implementar ações, no intuito de que todo sistema de sprinkler, projetado, instalado e mantido, no Brasil, seja tratado de maneira técnica, profissional e ética, uma vez que riscos à vida e ao patrimônio estão diretamente relacionados à correta implementação de equipamentos nos diversos tipos de empreendimentos e finalidades/uso da área protegida.
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