O turismo no México resiste ao impacto da covid-19
Estudo mostra confiança do turista no destino, interesse e conectividade aérea
O setor de turismo é um dos mais afetados pela nova pandemia do novo coronavírus. Antes da pandemia da covid-19, em nível global, o setor contribuía com pouco mais de 10% para o PIB, enquanto no México a taxa era mais baixa, em torno de 8,7%. A Interamerican Network, uma agência de comunicação especializada em turismo, e sua parceira Inteligência Turística Mabrian, uma empresa espanhola de big data também especializada no setor, realizaram um estudo sobre os efeitos dessa crise nos indicadores de confiança, demanda e conectividade no Brasil, em junho, e, agora, no México, em relação aos seus principais mercados internacionais. A plataforma é capaz de analisar milhões de menções espontâneas de consumidores e possíveis visitantes sobre um destino nas redes sociais. Com esses dados e através das técnicas de processamento de linguagem natural e inteligência artificial, são calculados toda uma série de indicadores de percepção, satisfação e interesse em relação a um destino turístico.
O México se tornou o quinto país mais afetado pelas mortes causadas pela pandemia da covid-19 no mundo, com mais de 30.000 mortes, conforme relatado pelo Governo do país. Essa grave situação de saúde está afetando diretamente a indústria do turismo que, apesar de fazer um excelente trabalho de prevenção, vê como a reabertura dos principais destinos do país, iniciada recentemente, pode ser comprometida.
Índice de percepção de segurança de turistas estrangeiros em relação ao México
A situação da saúde no México está afetando a confiança demonstrada pelos potenciais visitantes. Entre 15 de fevereiro e 15 de julho, o Índice de Percepção de Segurança (PSi) do país caiu 13%. No entanto, essa evolução é diferente para os Estados Unidos, que demonstram maior estabilidade e nível de confiança de viajar para o México no período analisado. Logo atrás estão os brasileiros. Por outro lado, canadenses e argentinos são muito mais sensíveis à situação no México, mostrando maior instabilidade e queda no PSi.
Na pesquisa anterior, feita somente sobre o Brasil e entre 1 de fevereiro e 17 de junho, o PSi foi seriamente afetado pela situação gerada pela pandemia por aqui, segundo país com mais casos no mundo. A partir de uma avaliação máxima de 100 pontos nesse índice, todos os mercados analisados caíram mais de 40% em sua confiança para viajar ao país.
Evolução da demanda
As buscas de voos para os três principais aeroportos turísticos do México (Cancun, Los Cabos e Puerto Vallarta) foram monitoradas, para viagens em qualquer data futura a partir do dia da pesquisa. Como base, os 10 principais mercados de origem do país, incluindo o doméstico, e comparando com os volumes de pesquisa de voos para o mesmo período em 2019.
Observa-se que a partir de 16 de março há uma clara mudança de tendência, com as buscas de voos caindo abaixo dos valores de 2019. Desde então, a evolução foi claramente negativa, atingindo quedas de até 90% no volume de buscas. Em algumas datas, no entanto, a partir de 20 de maio é observado o início de uma tendência de recuperação suave, mas constante. Comparando a primeira semana de julho com a primeira semana de junho, há um aumento de mais de 30% no volume de pesquisas. Embora os valores de julho ainda estejam mais de 60% abaixo de 2019.
Evolução da conectividade aérea
Além de pesquisar a demanda, a análise da facilidade de acesso ao destino também foi incluída. Um dos principais efeitos turísticos da crise gerada pela covid-19 é a interrupção da conectividade aérea internacional. Considerando os 10 principais aeroportos do México e os horários de voos publicados pelas companhias aéreas em 30 de junho de 2020, são observadas grandes diferenças nos próximos meses.
Julho: Os voos programados nos mercados analisados são praticamente nulos. A única exceção são os Estados Unidos, que retêm 44% dos voos programados, se o compararmos com 2019.
Agosto: A programação dos voos marca uma clara recuperação em praticamente todos os mercados analisados, com exceção da Argentina, embora os valores de 2019 não sejam atingidos. Particularmente digna de nota é a recuperação de voos do Brasil.
Setembro: A programação é muito mais otimista. O volume total de voos programadas durante o mês é recuperado, em comparação a 2019, do Brasil e da Argentina. Os Estados Unidos atingem um nível semelhante, enquanto no Canadá ainda é observado um volume menor que 2019, ou seja, -12,6%.
No caso do Brasil, considerando seus 11 principais aeroportos e os horários de voos publicados pelas companhias aéreas em 16 de junho de 2020, a conectividade aérea foi praticamente nula em junho, em comparação ao ano anterior. Em julho, há uma ligeira recuperação. A partir de agosto, a programação marca uma clara recuperação em praticamente todos os mercados analisados, embora permaneça entre 20% e 40% abaixo de 2019. A exceção é o mercado argentino, que apesar de se recuperar em agosto, permanece em níveis de queda de mais de 70% em relação a agosto de 2019.
Qual o comportamento dos brasileiros em relação a viagens na era da covid-19?
Como vai ser quando pudermos viajar de novo? Com o intuito de trazer luz ao assunto para viajantes de negócios e lazer, bem como para destinos e profissionais do segmento de viagens, a Interamerican Network conduziu, na primeira quinzena de junho, uma pesquisa sobre os impactos no turismo e as perspectivas para o setor após a pandemia da covid-19 na América Latina. Foram 1.174 respondentes, principalmente do Brasil (44%), seguido por México (22%), Colômbia (13%), Argentina (12%), Chile (5%) e Peru (1%). Alguns resultados no Brasil mostraram tendências distintas daquelas notadas em toda a América Latina. Ao contrário da tendência regional, a maioria dos brasileiros (44%) diz não pretender viajar nos feriados de fim de ano, mas outros 27% considerariam a opção se encontrassem uma boa promoção. E os brasileiros mostraram uma confiança maior na imprensa especializada na pergunta sobre quem inspira sua próxima viagem: essa opção aparece em terceiro lugar, com 10% da preferência, atrás apenas de buscas na internet (33%) e recomendação de amigos (30%), e à frente de agentes de viagem (9%), redes sociais (7%), influenciadores e blogueiros de viagem (6%) e publicidade (5%). Chile (20%) e Argentina (19%) encabeçam a preferência de países para os quais os brasileiros gostariam de fazer um roteiro na América Latina. Porém, para nossos vizinhos, o Brasil não está bem cotado nas respostas sobre destino desejado dentro da região para uma próxima viagem: aparece em 5º lugar para argentinos, chilenos e mexicanos, e em 9º (penúltimo lugar) para colombianos e peruanos. Clique aqui para ter acesso à pesquisa completa.
Sobre a Interamerican Network
Fundada em São Paulo em 1984 e com bases na Argentina, Brasil, Chile, Colômbia e México, a Interamerican Network é a agência de comunicação líder na América Latina dedicada exclusivamente a clientes da indústria do turismo. Com soluções estratégicas, criativas e integradas em Relações Públicas, Marketing e Digital para destinos turísticos, hotéis e resorts, parques temáticos, centros de compras, companhias aéreas, aeroportos e produtos turísticos em geral, oferece planejamento e atendimento personalizado para cada cliente. A Interamerican Network faz parte de alianças globais, sendo o braço da Travel Consul na América do Sul e da APG Airlines no Brasil.
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