Mensagem... O filho que ficou em casa
O filho que ficou em casa
O ensino mediante parábolas foi um precioso recurso utilizado por Jesus em Seu ministério de amor.
Essas pequenas histórias contêm profundos ensinamentos que o leitor ou o ouvinte gradualmente percebe.
Os séculos passam, mas as grandes lições não envelhecem, pois retratam a eterna luta da alma humana para libertar-se do primarismo evolutivo.
A parábola do filho pródigo é uma dessas belas lições.
Como toda parábola, ela comporta diversas leituras, sempre ricas de ensinamentos.
O enfoque pode ser na generosidade do pai, sempre disposto a acolher com alegria o filho que se perdera.
Ou nas dores que o desfrutar das paixões provoca.
Mas um ponto interessante para reflexão reside no comportamento do filho que ficou em casa.
Em um primeiro momento, ele parece mais equilibrado do que o seu irmão.
Satisfeito com a disciplina da casa paterna, não se entusiasma com a perspectiva de festas e desfrutes.
Enquanto o denominado filho pródigo ganha o mundo, ele permanece vivendo de forma equilibrada.
Entretanto, esse equilíbrio é colocado à prova quando seu irmão retorna, sofrido e humilhado.
Então, em vez de se alegrar com o retorno do companheiro de folguedos infantis, ele se indigna.
Recusa-se a entrar em casa e a participar da festa.
Instado pelo pai a retificar o comportamento, dá mostras de rancor ao falar de sua prolongada obediência, a seu ver sem recompensas.
O filho que ficou em casa representa uma parcela muito significativa da Humanidade.
Trata-se das pessoas bastante focadas em viver sem escândalos, mas também sem generosidade.
Elas se esmeram em cumprir regras, em fazer o que parece correto, em termos pessoais ou sociais.
Contudo, o seu viver não tem bondade.
Porque conseguem domar algumas paixões, criticam asperamente quem a elas sucumbe.
Muitas chegam a desejar a dor e a desgraça para aquele que comete pequenos deslizes ou se permite viver de forma desregrada.
Essas pessoas, em sua severidade, não entendem o essencial das leis divinas.
Essas leis não existem para cercear todos os passos das criaturas.
Elas são um roteiro de liberdade e felicidade.
Uma vida digna e profícua é resultado da internalização dos códigos divinos.
Mas essa internalização é incompatível com um coração rancoroso e ressequido.
É preciso bondade e leveza para uma correta compreensão da lei de amor que rege os mundos.
Embora com necessidade de experiências diversas, todos os homens são irmãos e se assemelham, em sua essência.
Para viver em paz, urge identificar-se com o próximo e ser feliz com a felicidade dele.
A vida trata de providenciar as reparações e as lições necessárias.
O papel dos homens consiste no auxílio mútuo e na vivência da fraternidade.
Pense nisso.
Redação do Momento Espírita
Em 14.3.2024
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