Mensagem... A última sobrevivente
A última sobrevivente
Ela deixou a ilha de Trinidad, no Caribe, no ano 2000. Seu destino era os Estados Unidos da América. Nova York.
Desejava se tornar cantora e dançarina.
Apenas um ano depois, seu sonho quase foi destroçado inteiramente. Ela ficou presa nos escombros da torre norte do World Trade Center.
Permaneceu soterrada por vinte e sete horas. E tudo o que Genelle se lembrou de fazer foi orar.
A sua prece se revestia da vontade de não morrer. Seu pedido frisava que desejava uma nova oportunidade.
Naquele período de quase terror, ela reviu sua vida, as decisões que tomara. E se deu conta de que, desde há muito, se desconectara de tudo que se referisse à Espiritualidade.
Ali, pareceu-lhe retornar às asas da fé que alimentara, anos passados. Depois de algum tempo, conseguiu que uma de suas mãos alcançasse a superfície.
De uma forma assombrosa, para seu alívio, sentiu uma mão máscula segurar fortemente a sua.
Disse-lhe se chamar Paul e lhe dirigiu palavras de conforto, assegurando que tudo ficaria bem e que logo o socorro chegaria.
Quando o resgate a retirou dos escombros, ela procurou por Paul.
Mas, ele simplesmente desaparecera, antes mesmo que ela lhe pudesse agradecer pelo conforto e apoio recebidos, durante aquelas horas trágicas.
O certo é que ninguém o vira, em momento algum. Então, o que Genelle deduziu é que se tratava de um anjo, enviado por Deus, para ajudá-la a recuperar a sua vida e a sua fé.
Para convidá-la a repensar sua jornada, suas decisões.
Genelle foi a última pessoa a ser resgatada com vida na tragédia de 11 de setembro de 2001. Ela define sua experiência como uma segunda chance, que resolveu aproveitar de forma plena.
* * *
Esse comovente relato nos transporta no tempo, recordando daquele homem que, conforme narra o Evangelista Lucas, descia de Jerusalém para Jericó.
A anotação é notável. Para as religiões abraâmicas, Jerusalém significa a morada da paz. Um local histórico associado à religião, à conexão com o superior.
Jericó, com sua localização privilegiada, suas palmeiras, distava apenas vinte e quatro quilômetros de Jerusalém.
Era a cidade dos prazeres, um oásis no deserto.
O homem que sai de Jerusalém e segue a Jericó deixa para trás os ideais elevados, para buscar as coisas terrenas e passageiras.
Ele descia... Portanto, abandonava a sintonia superior, como se desejasse se desligar da proteção divina, não querendo ouvir os conselhos espirituais.
No caminho perigoso, recebeu a agressão dos ladrões que se multiplicavam nessa via.
Ele também teve a sua segunda chance, graças à misericórdia do samaritano que o encontrou, o medicou e o conduziu à estalagem para ser tratado.
Resgatado, pôde retornar à vida, reformulando atitudes e ações.
Como Genelle, como o homem da estrada, quantos de nós nos perdemos, vez ou outra, abandonando o trabalho do bem, a vivência da Espiritualidade, a bênção da fé para buscarmos prazeres de momento?
Oxalá tenhamos em nossa jornada um anjo bom como Paul, entre os escombros ou como o samaritano na estrada.
Sobretudo, que saibamos aproveitar a nova chance.
Redação do Momento Espírita, com base no livro
A última sobrevivente, de Genelle Guzman-McMillan
com William Croyle, ed. Best Seller.
Em 10.6.2023.
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