Mensagem... Serei feliz?
Serei feliz?
Conta-se que uma jovem buscou um futurólogo e desabafou:
Tenho sofrido demais. Parece que a má sorte não me perde de vista. O que o senhor me aconselha para ser feliz?
O homem, que dizia ter a capacidade de prever o futuro, indicou o fulgor do sol nas árvores próximas e respondeu, otimista:
A felicidade mora com o trabalho. Procure servir a conseguirá encontrá-la facilmente...
E, apontando para a luz lá fora, concluiu:
Lembre-se de que estamos à frente de um dia novo, um dia absolutamente sem igual.
A moça entendeu a advertência formulada com carinho.
Ficou pensativa, por alguns instantes, mas logo voltou a indagar:
O senhor acredita que serei feliz nesta vida?
O experiente e sábio amigo sorriu e considerou:
Filha, isso não sei. Posso dizer-lhe apenas que a vida é uma viagem, cujos episódios dependem de nós e não me consta que já estejamos na vizinhança do porto.
* * *
Podemos ser felizes? É possível a felicidade aqui na Terra?
Quantas vezes nos teremos feito essa indagação, em meio a tantos desafios, a tantas aflições, e com o coração sedento de um sentimento de plenitude e paz.
O caminho da felicidade está posto: servir.
Sermos peça útil no mundo, sermos instrumentos do bem, da paz, coloca-nos, sem dúvida, nessa senda sem retorno.
Foram muitos os sábios que nos apontaram essa direção segura. Almas experientes que concretizaram a jornada antes de nós e proclamaram: Sigam por aqui. É mais seguro.
Este aqui sempre foi o caminho do trabalho, da doação, do amor ao próximo e a si mesmo.
É mais feliz aquele que ama, aquele que serve. Não pelo que recebe em troca, mas simplesmente pelo que oferece.
Dessa forma, a vida na Terra, mesmo com suas alfinetadas sem fim, pode ser muito mais agradável, muito mais venturosa, se estivermos trabalhando no bem.
Um outro ponto importante diz respeito à ansiedade natural de querer ter a felicidade plena, completa, ainda nesta existência.
Nossa história é uma grande viagem. A existência atual é apenas mais uma etapa. Ainda estamos distantes do porto de chegada.
Compreensível, então, que a felicidade plena, aquela que só se desfruta na chegada, quando se cumpriu toda a jornada, virá mais tarde.
Não desanimemos. Ela é certa e virá quando estivermos prontos. A felicidade plena é uma construção, uma conquista natural para os que nos dedicamos a buscá-la, na essência.
Um pedagogo do século XIX perguntou sabiamente aos luminares espirituais:
Pode o homem gozar de completa felicidade na Terra?
A resposta, sem subterfúgios, clara, honesta, foi:
Não, pois a vida lhe foi dada como prova ou expiação. Dele, porém, depende a suavização de seus males e o ser tão feliz quanto possível na Terra.
Busquemos, diariamente, a suavização dos males que causamos a nós mesmos, mudando nossos hábitos, servindo e amando em todas as oportunidades.
Adicionemos, diariamente, um tijolo, uma pedra firme, na ponte que nos propomos construir rumo à felicidade plena, que nos aguarda, logo mais.
Redação do Momento Espírita, com base no cap. A entrevista,
do livro Joia, dos Espíritos Emmanuel e André Luiz, psicografia de
Francisco Cândido Xavier, ed. CEU e na pt. 4, cap. 1, questão 920,
de O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, ed. FEB.
Em 25.4.2023.
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