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Dona Libertina, uma índia Xakriabá, da região de Minas Gerais, foi convidada por uma Faculdade de Arquitetura para ensinar como se constroem as casas em sua tribo.
Ela iniciou explicando que o processo dura, em média, trinta dias.
Conforme suas palavras, a construção é feita através de duas mãos cheias de barro.
A surpresa para os alunos foi saber que a durabilidade da casa é curta, ou seja, em torno de quatro a cinco anos.
Se o barro for tirado em dia de lua boa, uns seis anos. - Finalizou ela.
Por que não construir uma casa que dure toda a vida? -Indagaram, curiosos.
Foi, então, que se manifestou a sabedoria de Dona Libertina: De forma alguma. Isso seria muito arriscado!
A casa precisa se desfazer, no máximo, em seis anos, para que eu possa continuar ensinando aos meus filhos e netos como se constrói um abrigo para a família.
O fato nos remete a um profundo ensinamento.
O conhecimento precisa ser constantemente compartilhado.
Dependemos do conhecimento que foi adquirido e construído pelas pessoas que nos precederam.
Sendo repassado de geração em geração, recebe aprimoramentos e, dessa forma, se processa o progresso da Humanidade.
Graças à dedicação de pesquisadores e estudiosos, a ciência produz saberes que vão se acrescentando aos anteriores, num constante crescendo.
Esse conhecimento científico é repassado nas escolas, nas universidades, pelos livros e devotados professores.
Mas, outra espécie de conhecimento é igualmente valiosa. É aquela produzida no dia a dia, pela observação atenta da natureza e do comportamento humano.
É a conhecida sabedoria popular.
Pensemos em quanto aprendizado adquirimos ao longo de nossas vidas, fruto da observação de nossos avós, de nossos pais, do zeloso agricultor que cuida da semente até se transformar em uma nova planta.
Para fazer girar essa roda do conhecimento é preciso a humildade de reconhecer que sempre é tempo de aprender algo mais. Também de ensinar, de oferecer o que tenhamos aprendido.
Acaso pensamos, algum dia, em quantas coisas sabemos e que podemos dividir com outras pessoas?
Contribuir nesse movimento de produção e divulgação do conhecimento é gratificante, gerando sentimentos de alegria e gratidão.
Jesus, nosso Modelo e Guia, veio até nós, tomou um corpo de carne para nos ensinar as grandiosas lições da vida que nunca morre, do Pai que a todos ama.
Em certo momento, disse aos Seus discípulos: Já não vos chamo servos, porque um servo não sabe o que faz o seu senhor.
Mas vos chamo amigos porque tudo que ouvi de meu pai, compartilhei convosco.
Falou das bem-aventuranças, da boa semeadura.
Muito antes que pensássemos em ecologia, Ele nos convidou a olhar a natureza e a respeitá-la.
Por isso, se serviu de figuras simples como o grão de mostarda para falar da fé; da erva do campo e das aves do céu para lecionar sobre a Providência Divina.
A sabedoria de compartilhar.
Pensemos nisso e aprendamos com o Mestre dos mestres.
Redação do Momento Espírita, com base em fato
narrado por Célia Xakriabá, em entrevista
a Heloísa Vilela e transcrição do Evangelho
de João, cap. 15, versículo 15.
Em 8.12.2020.
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