O impacto do Open Banking sobre o mercado brasileiro em 2020
*Por Carlos Souza, Head de Serviços Financeiros da Minsait, empresa do grupo Indra dedicada a promover a Transformação Digital
Já faz algum tempo que o termo Open Banking ganhou popularidade global. Discussões a respeito do impacto que isso deve trazer para o mercado brasileiro ganham novos capítulos continuamente, ao mesmo tempo que lideranças de diferentes companhias financeiras buscam se adaptar ao novo cenário. Diante de tantas hipóteses, uma questão surge: afinal, qual é o impacto que o Open Banking deve trazer para o mercado brasileiro?
Antes de qualquer coisa, é necessário deixar o sensacionalismo de lado. Essa nova forma de lidar com instituições financeiras não vai destruir o sistema tradicional, mas vai demandar mais atenção ao relacionamento com o cliente. Consumidores poderão migrar de uma instituição para outra com muita facilidade, além de diversificar serviços em diferentes plataformas – bancos, fintechs, neobancos, etc.
As alianças entre o negócio bancário e os novos players tecnológicos se perfilam cada vez mais como um modelo capaz de melhorar a competitividade do setor, frente os desafios que se mostram com a chegada do Open Banking. Para garantir o sucesso desses novos modelos de colaboração, é necessário destacar o papel-chave de fornecedores especializados nesse processo. Empresas que combinam alta especialização com a capacidade de transformação digital vão agilizar a implementação de novas tendências ou fornecer conhecimento sobre a regulamentação de cada região, colaborando para a adoção cada vez mais rápida desse novo modelo de negócio.
Apesar do aumento da oferta de instituições financeiras, o Open Banking em si não irá aumentar a inclusão financeira. Ele é parte de uma transformação ampla que inclui ações claras e direcionadas do governo, agentes reguladores e empresas, sendo estas últimas responsáveis por proporcionar produtos e serviços financeiros customizados e direcionados para este segmento da população brasileira.
Isso não significa que os bancos tenham um mercado menor a explorar. Ao contrário, essas instituições vão competir pela experiência do cliente para se manterem competitivas. Isso demanda agilidade e capacidades cada vez mais avançadas de tecnologia para não perder espaço diante dos novos entrantes.
Essa é uma medida drástica, mas não é necessário pensar em transformações tão profundas como essa. Basta começar pela preocupação com a segurança de dados, por exemplo. O Banco Central deve criar requisitos e padrões que diminuam fortemente o risco de vazamento de dados e vai caber às instituições financeiras se provarem seguras o suficiente para competirem no mercado – a implantação da LGPD em abril já está trazendo consequências para empresas de todos os portes e, no setor financeiro, isso não seria diferente.
Recentemente, o Banco Central divulgou o comunicado N° 33.455 e, de acordo com essa resolução, os dados a serem compartilhados entre instituições serão relativos a produtos e serviços, dados cadastrais, dados transacionais e serviços de pagamento. Essas informações deverão ser compartilhadas pelas instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central, sempre com o consentimento do cliente.
Com mais dados e informações, consequentemente haverá aumento na responsabilidade dos custodiantes das informações. Dessa maneira, o Banco Central deve criar requisitos e padrões que diminuam fortemente o risco de vazamento de dados. Além disso, as empresas devem buscar cada vez mais criar estratégias de cibersegurança e o próprio governo criou leis como a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados) para garantir que o consumidor não tenha informações sensíveis obtidas por terceiros não autorizados.
Na Europa, a PSD2 (lei de privacidade local) definiu uma série de requisitos mínimos para as instituições interessadas em abrir seus dados. Algumas dessas exigências incluem processos rigorosos de autenticação de clientes, padrões de segurança com base em melhores práticas internacionais e níveis mínimos de tempo para entrega dos dados entre as empresas, por exemplo.
No Brasil, ainda há um longo caminho a trilar, mas estar preparado para o Open Banking é uma premissa fundamental para todas as instituições financeiras do país. Mais do que um avanço, essa nova tecnologia representa uma nova forma de se relacionar com clientes, transformando todo o setor.
Sobre a Indra
A Indra é uma das principais companhias globais de tecnologia e consultoria e sócio tecnológico para as operações-chave dos negócios de seus clientes ao redor do mundo. É um fornecedor líder mundial de soluções próprias em segmentos específicos dos mercados de Transporte e Defesa, e uma empresa líder em consultoria de transformação digital e Tecnologias da Informação na Espanha e América Latina por meio da sua filial, a Minsait. Seu modelo de negócio baseia-se em uma oferta integral de produtos próprios, com foco end-to-end, de alto valor e com um elevado componente de inovação. No exercício de 2018, a Indra apresentou receitas de 3,1 bilhões de euros, possui 43.000 funcionários, tem presença local em 46 país e operações comerciais em mais de 140 países.
Sobre a Minsait
A Minsait, uma empresa da Indra, é a companhia líder em Consultoria de Transformação Digital e Tecnologias da Informação na Espanha e na América Latina. A Minsait apresenta um alto grau de especialização e conhecimento setorial, o que complementa sua alta capacidade de integrar o mundo core com o mundo digital, sua liderança em inovação e transformação digital e sua flexibilidade. Assim, concentra sua oferta em propostas de valor de alto impacto, baseadas em soluções end-to-end, com uma notável segmentação, que permite atingir impactos tangíveis para seus clientes em cada setor com uma abordagem transformacional. Suas capacidades e liderança são mostradas em sua oferta de produtos, denominada Onesait, e sua oferta transversal de serviços.
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