Dia da Aviação Agrícola: os avanços no mercado
Do novo marco regulatório da ANAC à tecnologia de gestão e monitoramento da pulverização aérea que torna mais precisa, segura e sustentável a atividade
A aviação agrícola tem sido cada vez mais utilizada no campo para a aplicação de fertilizantes, sementes e defensivos agrícolas, que auxiliam na produção de alimentos, grãos, fibras e biocombustíveis. Grande aliada dos pequenos, médios e grandes agricultores do país e responsável por uma parcela considerável do PIB nacional, nada mais justo do que existir uma data em sua homenagem. No dia 19 de agosto é comemorado o Dia Nacional da Aviação Agrícola. O motivo desse reconhecimento se deu graças a uma grande operação que combateu um ataque de pragas que ameaçavam destruir as lavouras em 1947, há 76 anos.
A primeira operação aeroagrícola no Brasil aconteceu na cidade gaúcha de Pelotas, com um avião do aeroclube local e utilizando um sistema improvisado de pulverização para combater gafanhotos, que estavam dizimando a produção local em diversas culturas. Ainda nos dias de hoje essas pragas são motivos de preocupação e por vezes mobilizam governos e organizações em ações de emergência, principalmente em países da América Latina, Oriente Médio e África.
De acordo com o Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola (Sindag) o Brasil teve em 2022 um crescimento de 3,40% da frota totalizando 2.432 aeronaves, mantendo a posição de segunda maior frota aérea agrícola do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos, com mais de 3,6 mil aeronaves.
Leonardo Luvezuti, diretor de negócios da Perfect Flight, relata que a atividade de pulverização via aeronaves ou drones é extremamente necessária para a produção de alimentos em larga escala, dado que em determinadas condições a aplicação terrestre se torna inviável, e que doenças nas lavouras reduzem o volume de produção e diminuem a qualidade dos produtos.
Inovação tecnológica que promove assertividade e segurança na pulverização aérea
O novo marco regulatório da ANAC, aprovado em junho e que entrará em vigor em 2 de outubro, traz modernidade para os operadores e expansão do setor aeroagrícola. Entre as principais mudanças destaca-se a substituição do Cadastro de Operador Aeroagrícola (CDAG) pelo extinto Certificado de Operador Aérea (COA). E também se torna desnecessário apresentar à ANAC o cadastro da empresa junto ao MAPA.
A pulverização de precisão tem um importante papel na aviação agrícola do Brasil e na evolução da atividade. A Perfect Flight, startup brasileira que desenvolveu a mais completa plataforma de gestão e rastreabilidade de pulverização aérea do mundo, é um exemplo de inovação no setor. Leonardo Luvezuti diz que a inovação é essencial para o desenvolvimento do setor, assim como para outras cadeias produtivas.
A tecnologia da agtech efetivamente diminui a quantidade de defensivos liberados por aeronaves, pois auxilia no planejamento e análise das aplicações por parte tanto dos produtores quanto dos pilotos, evitando a sobredosagem e a subdosagem dos produtos, que nesse último caso tem como consequência a necessidade de uma nova aplicação para o controle de pragas e doenças.
A plataforma também torna-se uma aliada do piloto de aeronaves agrícolas durante o processo de pulverização, pois conta com uma ferramenta de pré-voo que, quando selecionada a área onde o defensivo será aplicado, já se observa os pontos de restrição previamente cadastrados, impedindo que a aplicação seja feita em locais de restrição (como nascentes, APPs, civilização e outras produções). Consequentemente, gera mais assertividade e aumento nas taxas de rendimento e sustentabilidade, preservando a flora e a fauna nas proximidades. Outro aspecto relevante apresentado pela solução é o custo-benefício proporcionado, uma vez que promove a diminuição do tempo de voo de aeronaves e o uso de combustível.
"Nós possuímos dados de áreas e regiões que tinham parado de usar a aviação agrícola e retomaram o serviço graças à segurança, alta performance, economia e sustentabilidade que a plataforma oferece. Por isso, ressalto sempre a importância do agronegócio estar aberto ao novo”, menciona Luvezuti.
Com o objetivo de manter-se constantemente atualizada e agregar ainda mais valor ao mercado, a Perfect Flight busca participar de diversos eventos nacionais do setor, como o Congresso de Aviação Agrícola, e internacionais também. Nesse ano, por exemplo, entre os dias 4 e 7 de dezembro, participará da maior feira mundial do setor aeroagrícola: a NAAA Ag Aviation Expo, nos Estados Unidos. O evento promove a indústria de aviação agrícola, apresenta seminários e fóruns que abordam eventos e questões atuais, além de oportunidades de networking.
“Esses eventos são fundamentais para todos os profissionais da área, pois são uma forma de destacar o que está sendo feito no mercado. E para nós da Perfect Flight, é uma forma de expandir nossa tecnologia em prol do setor aeroagrícola”, finaliza Leonardo Luvezuti.
Sobre a Perfect Flight
A Perfect Flight é uma agtech que presta serviços de gestão de pulverizações aéreas de defensivos agrícolas através de uma plataforma digital. O sistema da startup foi construído a partir de cloud computing, fazendo com que ele possa ser executado em qualquer dispositivo com acesso à internet.
Os mapas do software de aplicação são baseados no Google Maps e permitem que os clientes visualizem em detalhes as faixas de aplicação e os talhões alvo, além das áreas de sobreposição e áreas não cobertas. O programa também possui relatórios sustentáveis que permitem que áreas de restrição como habitações, cidades, criações no campo, culturas vizinhas, colmeias de abelhas ou criações de bicho da seda, rios, lagos ou minas sejam preservadas das pulverizações.
A Perfect Flight, cujo sistema foi patenteado nacional e internacionalmente, é uma startup residente dos principais ambientes de inovação no agro, como o AgTech Garage e o Pulse Hub de Piracicaba (SP), além dos escritórios em São João da Boa Vista (SP), Rondonópolis (MT), Luís Eduardo Magalhães (BA) e em Iowa nos EUA.
Sobre Leonardo Luvezuti
Engenheiro agrônomo, formado pela Universidade Federal de Lavras, Leonardo Luvezuti trabalha com agricultura de precisão desde 2014. Atua como head de negócios da Perfect Flight, startup que vem ganhando destaque no cenário agrícola mundial, promovendo a gestão sustentável da pulverização agrícola. Leonardo possui MBA em Marketing pela USP-Esalq e especialização em Customer Engagement pela International House de Brisbane, Austrália.
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