Proteômica e metaloproteômica: o estudo da interação mineral/proteínas na produção animal sustentável
Já imaginou atingir o potencial genético de produção de um bovino fornecendo nutrientes que favoreçam a expressão de proteínas relacionadas com características de qualidade de carne?
Por Wellington Araújo*
A corrida por avanços em ciência e tecnologia é crescente, e estamos vivendo hoje uma etapa de desenvolvimento exponencial dentro da produção animal em busca de sustentabilidade em todos os pilares do sistema.
É importante entendermos que cada nutriente fornecido aos animais pode melhorar o desempenho produtivo e também garantir um produto mais saudável aos consumidores.
Nesse contexto, novos métodos de pesquisa vêm sendo explorados, e as chamadas “ômicas” estão ganhando cada vez mais destaque em estudos que avaliam desde interações genéticas até o comportamento de proteínas, espécies metálicas e metabólitos no organismo animal.
A técnica proteômica, que consiste em um estudo de biologia molecular que avalia a presença de proteínas em organismos vivos, vem sendo empregada para promover melhor compreensão dos mecanismos ligados ao metabolismo animal. As proteínas são consideradas os “produtos finais” dos genes, e as diferenças em suas quantidades e expressões podem refletir em diversos aspectos da fisiologia animal.
Tendo conhecimento sobre isso, a ciência estuda hoje o desenvolvimento de marcadores que possibilitem identificar determinadas características nos animais por meio da expressão de suas proteínas.
Diferente do genoma, o proteoma não é estático, podendo ser alterado com o desenvolvimento do organismo ou ser influenciado pelo ambiente externo. Quando relacionadas aos minerais, as proteínas são avaliadas utilizando-se a metaloproteômica, que estuda essas importantes interações, visto que, para realizarem suas funções, grande parte das proteínas/enzimas requerem um íon metálico, o qual desempenha papel funcional em numerosos processos bioquímicos e celulares.
Esses estudos indicam que o fornecimento de diferentes dietas para os animais pode levar a diversos resultados de desempenho, ou ainda, modificar a qualidade do produto final como o leite e a carne.
Atualmente, a pesquisa se preocupa em explorar o impacto da inclusão de subprodutos nas dietas para que o produtor possa reduzir seus custos sem interferir na qualidade do produto que irá oferecer ao mercado, sempre buscando a melhor estratégia que reúna: desempenho animal, responsabilidade ambiental, produtividade, rentabilidade e segurança alimentar do consumidor.
A Premix, uma das principais empresas de nutrição animal bovina do Brasil, confia que, com resultados satisfatórios em pesquisas dessa natureza, será possível identificar características no produto final enquanto ele ainda está em produção. Por exemplo: já imaginou poder identificar se a carne de determinado bovino tem tendência a ser macia enquanto ele ainda é um bezerro, ou a possibilidade de modular determinada característica de carne direcionando uma dieta especifica? Isso pode se tornar realidade identificando a presença de determinadas proteínas.
Muito explorada nos estudos sobre qualidade da carne, a proteômica ajuda a entender a influência da dieta sobre o que está sendo produzido, possibilitando traçar diferentes dietas alimentares para chegar ao objetivo desejado. A integração de todas essas informações será a chave no desenvolvimento de uma nutrição animal planejada e com níveis cada vez mais elevados de precisão, baseada nos dados de produção, fatores ambientais, sanidade, imunidade, sustentabilidade, genética, qualidade do produto final e segurança alimentar de toda a cadeia produtiva, de forma integrada.
A Premix reconhece a importância de pesquisas promissoras na área e investe para levar cada vez mais tecnologia e eficiência para seus parceiros.
* Wellington Luiz de Paula Araújo é zootecnista, doutor em Nutrição e Produção Animal e analista de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação da Premix.
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