BrazilFoundation anuncia investimento em fundo para incentivar empreendedorismo negro
Negras e negros são a maior parte da população brasileira (56%, IBGE); e representam a maioria de pessoas à frente de empreendimentos no Brasil (51%, Sebrae). Mas, enfrentam inúmeras desvantagens na gestão de seus negócios. Com o objetivo de colaborar para o enfrentamento do racismo estrutural e sistêmico, a BrazilFoundation, especialista na promoção da filantropia estratégica e sustentável, acaba de anunciar um fundo voltado ao empreendedorismo negro no Brasil. De início, serão investidos R$ 4 milhões.
O fundo tem o propósito de fortalecer aceleradoras de negócios negros que colaborem para o fortalecimento de um ecossistema de apoio técnico de gestão. Como resultado, a BrazilFoundation espera que as aceleradoras atendam de 100 a 150 empreendedores e empreendedoras negras, colaborando para o aumento de lucratividade e longevidade dos negócios. A abertura do edital de seleção das iniciativas para apoio está prevista para o próximo mês.
De acordo com a BrazilFoundation, dados das instituições de pesquisa mostram a urgência de se apoiar movimentos socioeconômicos e de direitos da população negra no Brasil: 82% dos empreendedores e empreendedoras negras possuem negócios informais (Instituto Feira Preta/Plano CDE/JP Morgan); 57% acreditam que pessoas negras sofrem preconceito quando tentam abrir seu próprio negócio (Instituto Locomotiva/Itaú); e 46% começaram a empreender por necessidade ou falta de emprego. Embora 95% queira continuar a empreender e ver seu negócio crescer e 85% tenha visto sua renda evoluir, há muita dificuldade de acesso a crédito (Instituto Feira Preta/Plano CDE).
“O racismo cria barreiras econômicas para mulheres negras e homens negros. A maior parte ingressa no empreendedorismo por necessidade devido à falta de oportunidades no mercado de trabalho formal; e se deparam com um mercado altamente competitivo e especializado em que modelos de negócios, gestão financeira, processos administrativos, estratégias de comercialização e fontes de financiamento são decisivos para a viabilidade e o crescimento dos negócios”, aponta Isabel Clavelin, gerente do Fundo de Empreendedorismo Negro da BrazilFoundation.
O lançamento do Fundo ocorre em um momento em que grandes empresas começam a priorizar iniciativas ESG. Para fazer avançar o debate sobre o enfrentamento do racismo nesse campo, a BrazilFoundation aderiu, em outubro, ao Pacto de Promoção da Equidade Racial. “Esperamos que essa mobilização chame a atenção de grandes empresas, investidoras e investidores e que a tendência seja seguida por mais gente, para que possamos destinar ainda mais recursos aos empreendedores e empreendedoras negras”, pontua a executiva.
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