Especialistas defendem políticas públicas para a competitividade do agro brasileiro
A promoção de uma agricultura sustentável, alicerçada em políticas governamentais transparentes, com regras claras e de longo prazo, será primordial para a expansão agroindustrial do Brasil na era do baixo carbono. Especialistas no tema, reunidos em um dos principais eventos do agronegócio global, avaliam este fator como determinante para que o País assegure, nos próximos anos, sua posição de destaque nas principais cadeias globais de valor, produzindo e exportando mais alimentos, energias renováveis, insumos e manufaturados agrícolas.
As posições foram defendidas por representantes do governo e de importantes associações empresarias do agro brasileiro durante o Global Agribusiness Forum (GAF22), nesta terça-feira (26/07/22), em São Paulo. No painel em que se discutiu o impacto de políticas públicas para o combate à insegurança alimentar e a redução das emissões de gases de efeito estufa (GEEs) participaram Jacyr Costa Filho, presidente do COSAG – Conselho Superior do Agronegócio da Fiesp, Arnaldo Jardim (CD-SP), deputado federal e presidente da Frente Parlamentar pela Valorização do Setor Sucroenergético, Marco Fujihara, coordenador Executivo do Fórum Brasileiro de Mudanças do Clima, Gustavo Carneiro, diretor executivo do IPA – Instituto Pensar Agropecuária e Itamar Borges (MDB-SP), deputado estadual, moderando a sessão.
Jacyr Costa ressaltou que a implementação de programas de Estado deve ter como premissa a segurança jurídica ao produtor. “A segurança jurídica alcançada recentemente em propriedades rurais na região do Paranapanema, em São Paulo, serve de exemplo. Com a regularização fundiária, o pequeno e médio empresário deixou a ilegalidade e terá, daqui para a frente, mais possibilidades de atrair investimentos e aperfeiçoar a sua produção”, afirmou.
O presidente do COSAG, também sócio na consultoria Agroadvice, lembrou o protagonismo do Brasil na produção mundial de alimentos e o papel de políticas federais adotadas desde 2020 para alavancar o financiamento agrícola e a descarbonização da matriz de transportes no País.
“O Fundo de Investimentos Cadeias Produtivas Agroindustriais (Fiagro) foi um excelente mecanismo, criado em 2021 pelo governo, com o objetivo de captar recursos em biotecnologia e aumentar a nossa produtividade agropecuária. Com isso, o País contribuirá ainda mais para minimizar a fome no planeta. Outra iniciativa pioneira para a participação do Brasil na era do baixo carbono é o Programa RenovaBio. Em seu segundo ano de operação, ele já registra números expressivos de comercialização de créditos de descarbonização (CBIOs), incentivando a maior substituição de combustíveis fósseis por biocombustíveis na frota veicular”, afirmou o executivo.
Costa também observou a relevância do Plano Nacional de Fertilizantes, ação estratégica para reduzir a dependência externa dos vários tipos de insumos agrícolas nas próximas décadas. Arnaldo Jardim lembrou o início da negociação do Fiagro na B3, o que pode ampliar a capilaridade desta modalidade de financiamento na agricultura. Para Itamar Borges, políticas públicas representam uma base sólida para transformar a cadeia produtiva no Brasil, opinião compartilhada por Marco Fujihara, que sublinhou a expertise adquirida pelo agro brasileiro e a necessidade de novos avanços na formulação de políticas de Estado. A abordagem de Gustavo Carneiro fixou-se na abrangência destas ações governamentais e na solidez da agricultura brasileira.
Organizado a cada dois anos desde 2012, a 5ª edição do GAF é uma realização da Consultoria Datagro em parceria com a Sociedade Rural Brasileira (SRB), Associação Brasileira de Produtores de Milho (ABRAMILHO), International Maize Alliance (MAIZALL), a Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas e Derivados (ABRAFRUTAS), Fórum Nacional Sucroenergético (FNS), União Nacional do Etanol de Milho (UNEM) e Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).
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