BMJ discute ações estratégicas com novos adidos agrícolas
Representantes são estratégicos para abertura de novos caminhos para o comércio internacional
A BMJ Consultores Associados promoveu, nesta quarta-feira (18), um café da manhã de apresentação dos novos adidos agrícolas do Brasil. Esses representantes do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), nomeados em novembro, seguirão para seus postos de trabalho nas Embaixadas no exterior para início do cumprimento de seus mandatos de quatro anos na função. No evento, mediado pela Coordenadora de Agronegócio da BMJ, Karina Tiezzi, os participantes puderam fortalecer a aproximação com atores fundamentais para a atuação internacional.
Abrindo o evento, Wagner Parente, CEO da BMJ e consultor de Relações Governamentais e Comércio Internacional, ressaltou a importância do encontro como rara oportunidade de colocar os adidos em contato direto com o setor agropecuário exportador nacional. Analisou, ainda, a importância da atuação do adido, que facilita o relacionamento do setor produtivo brasileiro com os países sob suas representações em um momento desafiador de foco em agenda ambiental e pressão internacional em termos de sustentabilidade.
Coordenador-Geral de Atração de Investimentos Estrangeiros e Cooperação Internacional do Ministério da Agricultura, o ex-adido nos EUA Luiz Caruso compartilhou suas principais experiências na função e reforçou o diferencial de um adido nas negociações bilaterais: “A diferença entre um País que conta com um adido e aquele que não tem é muito grande. Sua presença é fundamental para abrirmos portas para a agricultura do Brasil – que é de primeiro mundo – nesses locais, tanto para representar o Estado quanto para apoiar as empresas do setor privado”.
Nomeado para atuar no Japão, Marco Aurélio Pavarino abordou a expectativa de estabelecer uma rede de comunicação ágil e acessível para atuar como facilitadora na movimentação de mercadorias e destravamentos burocráticos naquele mercado, historicamente fechado. Ana Carolina Lamy indica a abertura da Tailândia a hábitos ocidentalizados, como o consumo de cafés especiais, açaí e alimentos naturais voltados ao mundo fitness. O destravamento de pautas e a necessidade de considerar o viés político nas discussões técnicas são os desafios na relação com a Argentina, segundo Andrea Parrilla, nomeada para atuar no País.
Adriane Cruvinel comentou a estratégia brasileira de conquistar espaço, no México, em mercados não dominados pelos EUA. Já a Índia apresenta boas perspectivas, segundo o adido Angelo de Queiroz: “Eles querem voltar a ter um papel preponderante no cenário mundial, o que traz imensas oportunidades na relação com o Brasil. Material genético, etanol e açúcar, serviços, tecnologia no agronegócio, todas as áreas do setor agropecuário mostram uma infinidade de possibilidades de trabalho”. Bruno Breitenbach, que atuará na Indonésia, mostra que “o futuro é asiático”: apesar de ser um mercado complexo, protecionista e interventor, tem atraído os olhos do mundo econômico e permite negociações para a expansão do nível de exportações do Brasil, com diversificação da pauta de produtos, em especial da carne bovina.
Respondendo a perguntas dos convidados, Ricardo Zanatta, nomeado para atuar na Coreia do Sul, apresentou o dado de que a atuação do adido levou o Brasil de 11º a 5º maior exportador de produtos agrícolas àquele país. “Há processos com vários prazos a serem cumpridos e muita burocracia, e o adido agrícola atua como um catalisador dessas etapas”, analisa. Quanto às relações com a Índia, Angelo de Queiroz ainda aponta que os avanços devem se concentrar no estabelecimento de um memorando de entendimentos para reduzir a instabilidade tarifária do país, bem como a discussão sobre a capacidade brasileira em atender as demandas locais e a negociação de troca de protocolos genéticos para a comercialização de produtos customizáveis às necessidades da região.
Adidos têm atuação definida
Os novos adidos agrícolas do Brasil foram nomeados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), e seguirão para seus postos de trabalho nas Embaixadas no exterior para o cumprimento de mandatos de quatro anos na função.
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