Monitor de Secas registra intensificação do fenômeno em todos os estados do Sudeste em setembro
Rio de Janeiro e Espírito Santo registram condições menos severas de seca e áreas livres do fenômeno. São Paulo tem 21% de seu território com seca excepcional, a categoria mais severa, e a pior condição do Brasil. Seca extrema avança em Minas Gerais
Entre agosto e setembro, no Sudeste, devido à persistência de chuvas abaixo da média, as secas extrema e excepcional – as mais severas da escala do Monitor – avançaram no centro-norte e no noroeste de São Paulo, assim como no oeste de Minas Gerais. Além disso, o Monitor registrou o aumento da área com seca moderada no centro-leste mineiro, no centro-sul capixaba e no centro do Estado do Rio de Janeiro.
Na última atualização do Monitor de Secas, a situação de São Paulo seguiu como a mais severa do Brasil em setembro. Em comparação a agosto, a área com seca excepcional – grau mais severo – subiu de 15% para 21% de seu território. São Paulo também registrou seca extrema em outros 21% do estado. Com isso, 42% de São Paulo passaram pelas duas categorias mais severas do fenômeno no último mês. Essa é a pior condição do estado desde sua entrada no Mapa do Monitor em novembro de 2020. Desde abril, a seca é verificada em 100% de São Paulo.
Entre agosto e setembro, o Espírito Santo teve uma forte expansão da área com seca moderada, que passou de 49% para 88% do território capixaba. Essa é a condição mais severa do fenômeno no estado desde dezembro de 2019, quando 9% do Espírito Santo passou por seca grave e 43% por seca moderada. Por outro lado, 2% do território capixaba permanece livre de seca e os demais 10% registram seca fraca.
Em Minas Gerais, em setembro, a área com seca excepcional, o tipo mais severo, permaneceu no patamar de 3% em comparação a agosto – maior percentual desde a entrada do estado no Mapa do Monitor de Secas em novembro de 2018. Já a porção do território mineiro com seca extrema avançou de 12% para 15% do estado. Essa é a condição mais severa do fenômeno em Minas no histórico do estado no Monitor. Considerando a área total com o fenômeno em setembro, o estado registrou a 2ª maior área nessa situação (586 mil km²), ficando somente atrás de Mato Grosso.
No Rio de Janeiro, entre agosto e setembro, a seca se intensificou no estado com o avanço da área com seca moderada de 41% para 54%. Com isso, a área de seca fraca recuou de 42% para 29%. O restante do estado (17%) não teve registro do fenômeno no período e tal área livre de seca permaneceu estável no período. Essa é a pior condição de seca do Rio de Janeiro em seu histórico no Mapa do Monitor, iniciado em maio de 2020. No entanto, o estado teve a melhor condição de seca do Sudeste em no último mês.
Considerando as quatro regiões acompanhadas pelo Monitor de Secas, as condições mais severas foram registradas no Sudeste e no Centro-Oeste, que tiveram respectivamente 8% e 1% de áreas com seca excepcional – a mais severa na escala do Monitor – no último mês. O Sul teve a segunda menor severidade do fenômeno em setembro, com 3% de seca extrema. Apenas o Nordeste teve condição melhor, já que o maior grau de severidade foi de seca grave em 11% de seu território.
Em setembro deste ano, em comparação a agosto, em termos de severidade da seca, 13 estados tiveram uma intensificação da severidade do fenômeno em setembro: Bahia, Goiás, Espírito Santo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, São Paulo e Tocantins. No caso do Distrito Federal, a seca voltou a ser registrada, o que não acontecia desde janeiro deste ano. Assim, pela primeira vez, todas as 21 unidades da Federação monitoradas registraram o fenômeno simultaneamente.
No sentido oposto, dois estados tiveram um abrandamento da seca no período: Maranhão e Santa Catarina. Em outros cinco estados, sobretudo do Nordeste, a severidade do fenômeno se manteve estável: Alagoas, Ceará, Paraíba, Paraná e Sergipe. Considerando as quatro regiões acompanhadas pelo Monitor de Secas, a maior severidade observada em setembro aconteceu no Sudeste, que registrou 8% de seca excepcional – a mais severa da escala do Monitor. No sentido oposto, o Nordeste teve a menor severidade de setembro e foi a única região a não ter registro de seca extrema ou seca excepcional.
Entre agosto e setembro, além do surgimento da seca no Distrito Federal, outras três unidades da Federação registraram expansão da área com seca: Alagoas, Pernambuco e Goiás. Por outro lado, a área com o fenômeno diminuiu em outros dois estados: Maranhão e Mato Grosso. Nos demais 15 estados não houve variação do território com seca (Bahia, Ceará, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe e Tocantins).
Considerando o recorte por região, o Centro-Oeste teve uma redução da área com seca de 99% para 91%, devido ao recuo significativo da seca fraca em parte do norte de Mato Grosso, que ficou livre de seca. Já no Nordeste, Sudeste e Sul o território com o fenômeno se manteve estável.
Em 13 unidades da Federação, 100% de seus territórios registraram seca em setembro: Bahia, Ceará, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraíba, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe e Tocantins. Os demais oito estados acompanhados pelo Monitor apresentam entre 63,9% e 97,9% de suas áreas com o fenômeno, sendo que para percentuais acima de 99% considera-se a totalidade dos territórios com seca.
As cores do gráfico indicam as regiões CENTRO-OESTE, SUDESTE, NORDESTE, SUL e NORTE.
Com base no território de cada unidade da Federação acompanhada, Mato Grosso lidera a área total com seca, seguida por Minas Gerais, Bahia, Mato Grosso do Sul e Goiás.
As cores do gráfico indicam as regiões CENTRO-OESTE, SUDESTE, NORDESTE, SUL e NORTE.
O Monitor realiza o acompanhamento contínuo do grau de severidade das secas no Brasil com base em indicadores do fenômeno e nos impactos causados em curto e/ou longo prazo. Os impactos de curto prazo são para déficits de precipitações recentes até seis meses. Acima desse período, os impactos são de longo prazo. Essa ferramenta vem sendo utilizada para auxiliar a execução de políticas públicas de combate à seca e pode ser acessada tanto pelo site monitordesecas.ana.gov.br quanto pelo aplicativo Monitor de Secas, disponível gratuitamente para dispositivos móveis com os sistemas Android e iOS.
Com uma presença cada vez mais nacional, o Monitor abrange as cinco regiões do Brasil, o que inclui os nove estados do Nordeste, os três do Sul, os quatro do Sudeste, os três do Centro-Oeste com o Distrito Federal, além de Tocantins. O processo de expansão continuará até alcançar todas as 27 unidades da Federação.
O Monitor de Secas é coordenado pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), com o apoio da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (FUNCEME), e desenvolvido conjuntamente com diversas instituições estaduais e federais ligadas às áreas de clima e recursos hídricos, que atuam na autoria e validação dos mapas. As instituições que atuam no Monitor de Secas em seus respectivos estados são as seguintes:
ESPÍRITO SANTO: Agência Estadual de Recursos Hídricos (AGERH); o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (INCAPER); a Defesa Civil do Espírito Santo; e a Companhia Espírito-Santense de Saneamento (CESAN);
MINAS GERAIS: Instituto Mineiro de Gestão das Águas (IGAM);
RIO DE JANEIRO: Instituto Estadual do Ambiente (INEA);
SÃO PAULO: Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE), o Instituto Agronômico de Campinas (IAC) e a Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo (SAA).
A metodologia do Monitor de Secas, em operação desde 2014, foi baseada no modelo de acompanhamento de secas dos Estados Unidos e do México. O cronograma de atividades inclui as fases de coleta de dados, cálculo dos indicadores de seca, traçado dos rascunhos do Mapa pela equipe de autoria, validação dos estados envolvidos e divulgação da versão final do Mapa do Monitor, que indica a ausência do fenômeno ou uma seca relativa, significando que as categorias de seca em uma determinada área são estabelecidas em relação ao próprio histórico da região.
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