Alho argentino foi o mais importado pelo Brasil no primeiro semestre
Análise da Conab mostra ainda queda na importação geral do produto
Os vizinhos argentinos foram os principais exportadores de alho para o Brasil no primeiro semestre de 2021, conforme mostra o último boletim de análise do alho feito pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento). De janeiro a junho, a Argentina representou 69,4% do valor total de importação (US$ 81,7 milhões) e 62,3% da quantidade importada (55,1 mil toneladas), com preço médio de US$ 1.481,8 toneladas FOB. Já a China ficou em segundo lugar, com 28,3% do valor total importado (US$ 33,3 milhões) e 35,7% da quantidade total (31,6 mil toneladas), a um preço médio de US$ 1.053,5 toneladas FOB.
A demanda de alho no Brasil não consegue ser suprida pela produção interna, o consumo chega a 36 milhões de caixas por ano, segundo a ANAPA (Associação Brasileira dos Produtores de Alho). Diante disso, o país importa pouco mais de 50% do produto, principalmente da Argentina e da China. Por integrar o Mercosul, a Argentina está isenta de tarifas especiais. Já para a China é aplicada a medida antidumping no alho com acréscimo de 0,78 dólares o quilo, além do imposto de importação com alíquota de 35%. Por conta desses acréscimos, o alho chinês que custa, por exemplo, U$1.041/t FOB passa a custar U$ 2.458,35/t FOB, resultando assim em um valor 64% maior que do que o produto argentino.
Em junho, a principal origem das importações continuou sendo a Argentina, representando 57,6% do valor total importado a um preço médio de US$ 1.532,7/t FOB no mês. Foi seguida pela China, representando 37,7% do valor total de importações com um preço médio de US$ 1.041,3/t FOB. O preço FOB de importação em junho do alho com origem na Argentina apresentou reduções de 2,4% na comparação com o mês anterior e de 30,2% na comparação com o mesmo período do ano anterior. Já o alho chinês teve aumento de 1,9% na comparação com o mês anterior e redução de 27,0% na comparação com o mesmo mês de 2020.
A maior parte do alho argentino que vem para o Brasil sai da cidade de Mendoza, região que conta com quase 10 mil hectares de área plantada. O clima argentino é um forte aliado no cultivo da planta, que necessita de temperaturas mais quentes durante o dia e mais frias à noite para gerar frutos mais robustos.
Mercado em queda - Os preços médios de importação de alhos no primeiro semestre estiveram em queda nos dois principais mercados de origem em comparação com o mesmo período do ano anterior. A redução na quantidade de alho importado foi de 13,2% em relação ao mesmo período do ano passado. Em termos de valor, a redução foi de 37,9%. A pandemia e a diminuição no consumo de alimentos são fatores que contribuem para esse cenário.
O presidente da Brastece, Waldir de Lemos, destaca que a preocupação dos comerciantes desse produto é manter o preço para o consumidor final. “A questão do alho é complexa porque consumimos mais do que o país pode produzir, então precisamos importar. Ao importar esbarramos em barreiras econômicas, como o antidumping. A preocupação que fica é sempre em manter o mercado equilibrado, especialmente em períodos de entressafra nacional, para não aumentar muito o custo ao consumidor final”, explica.
Brastece - A Confederação Brasileira das Associações e Sindicatos de Comerciantes em Entrepostos de Abastecimento existe desde 2010 e exerce o papel de defesa dos trabalhadores atacadistas da cadeia de alimentos, buscando validar o trabalho do comerciante dos entrepostos e trazer inovações, investimentos e melhorias para o setor. Hoje ela representa 27 entidades distribuídas por todo o país.
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