Tendências de tecnologias para o agronegócio em 2021: o que esperar do setor que mais cresceu na pandemia?
IA, Edge Analytics e automação são algumas das principais apostas para o mercado agrícola no próximo ano.
Em 2020, o agronegócio foi um dos únicos setores que conseguiu crescer, mesmo em meio à pandemia. De janeiro a setembro, a agropecuária registrou um avanço de 2,4% no Produto Interno Bruto (PIB) se comparado ao mesmo período de 2019, diferente das áreas da indústria e serviços, que tiveram quedas.
Grande parte desses resultados positivos para o agro se devem ao investimento em tecnologia. A velocidade de implementação de inovações no setor tem crescido cada vez mais, trazendo aumentos na produtividade e na eficiência dos processos.
Em 2021, não deve ser diferente. Novas tecnologias e soluções aprimoradas devem contribuir ainda mais para o alcance de uma agricultura digital. Bernardo de Castro, presidente da divisão de Agricultura da Hexagon, empresa de soluções digitais para o campo, aponta cinco tendências para o ano que está por vir:
1 - Inteligência Artificial e Machine Learning
A Inteligência Artificial (IA) já está ganhando espaço e, em 2021, deve se consolidar ao lado do aprendizado de máquina. Não por acaso, o governo anunciou a criação da Rede de Inovação em Inteligência Artificial, que deverá investir mais de R$ 140 milhões em projetos de IA - sendo, deste total, quase 30% focados no agronegócio e no setor automotivo.
Uma das aplicações da IA no campo, por exemplo, acontece na parte de diagnósticos e previsibilidade. A tecnologia atua tratando dados recebidos de máquinas agrícolas, projetando cenários, antecipando situações indesejáveis e fazendo recomendações em tempo real para as máquinas, no sentido de evitar desperdícios, promover economias e otimizar a produtividade.
Para o futuro, a expectativa é que a tecnologia passe a entender melhor o campo e suas necessidades, melhorando a base e a leitura de dados e elevando a precisão.
2 - Equipamentos autônomos
Junto com o avanço da IA, vem a automatização dos processos. Na indústria, já é comum a visão de fábricas com montagem de produtos robotizada, mas, no campo, essa tecnologia ainda está caminhando para uma aplicação prática.
Porém, não faltam projetos de grandes empresas que querem levar autonomia ao mercado agrícola por meio de maquinários totalmente automatizados. Equipamentos sem cabines, controlados por meio de computadores ou smartphones, devem ser uma realidade em breve, trazendo como resultado atividades sincronizadas e mais eficientes.
3 - Internet das Coisas e Edge Analytics
A Internet das Coisas (IoT) já é uma tendência no agronegócio, sobretudo com sensores e computadores de bordo usados em máquinas agrícolas e conectados à Internet. Para 2021, a aposta é em uma especialização dessa tecnologia, o Edge Analytics.
A ideia da novidade é fazer a análise dos dados coletados no próprio equipamento, sem necessidade de envio para uma central de processamento. Em uma atividade de pulverização agrícola, por exemplo, o uso dessa tecnologia possibilitaria que os dispositivos sensoriais determinassem sozinhos que área deve ser pulverizada, por meio dos dados coletados. A vantagem é a agilidade nas ações.
4 - Drones e sensores
Equipamentos como sensores e drones devem se difundir fortemente no campo no próximo ano. Com eles, é possível ter um monitoramento de segundo em segundo do que é feito na área rural e acompanhar cada centímetro da plantação.
Um exemplo que tem crescido nesse sentido é a utilização de imagens coletadas pelos drones para a detecção de doenças ou pragas em plantações imensas, o que permite verificar onde é preciso realmente atuar na aplicação de insumos. A análise do comportamento das máquinas com sensores também favorece a identificação de práticas mais econômicas e eficientes, apoiando as empresas na melhoria de suas atividades.
5 - Aplicações mobile
Outra tendência para 2021 que deve fortalecer a transformação digital no campo é a utilização de smartphones e tablets em integração com soluções já existentes no mercado agrícola.
A ideia é que informações colhidas por computadores de bordo, por exemplo, que antes eram transmitidas para centrais de comando, possam ser monitoradas diretamente desses dispositivos mobile. Isso vai facilitar a gestão e o acompanhamento dos processos.
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