Radar AgTech Brasil cadastra startups do agro até 3 de novembro
Startups que inovam para o setor agropecuário têm até o dia 03 de novembro para marcar presença na versão 2020 do Radar AgTech Brasil, uma base de informações acerca das agtechs que acompanha o desenvolvimento do setor. A participação é gratuita e basta fazer o cadastro no site. O mapeamento realizado pela Embrapa em parceria com a SP Ventures e a Homo Ludens Research & Consulting gera visibilidade para as agtechs em diversos ecossistemas de inovação e subsidia os empreendedores em análises de oportunidades de negócios, buscando maior assertividade em suas estratégias de atuação.
No ano passado, o mapeamento trouxe um número inédito de 1.125 agtechs no Brasil. Os critérios para inclusão na base de dados são a existência de website ativo associada à disponibilidade de informações sobre sua localização e área de atuação. A versão 2020 trará um capítulo sobre Covid-19 e um resumo executivo em inglês.
Adriana Regina Martin, diretora-executiva de Inovação e Tecnologia da Embrapa, explica que “o objetivo ao mapear as agtechs brasileiras é promover a interação entre os atores do ecossistema”. Segundo destaca, o estudo agrega valor tanto aos centros de pesquisa da Embrapa como às demais instituições do agro, que podem identificar parceiros e soluções para demandas do setor. Além disso, o Radar subsidia a elaboração de políticas públicas.
Na Embrapa, a coordenação da iniciativa é feita pela Secretaria de Inovação e Negócios (SIN) e o secretário, Gustavo Xavier, destaca que “o Radar AgTech Brasil se transformou em uma referência para iniciativas de fomento em inovação aberta lideradas por instituições de renome nacional e internacional, como a consultoria McKinsey & Company”, cita.
Silvia Massruhá, chefe-geral da Embrapa Informática Agropecuária, reitera a afirmação: “O ecossistema de inovação no agro é muito dinâmico. O monitoramento apoia decisões dos integrantes do ecossistema e retroalimenta a Pesquisa e a Inovação no tema.” A gerente de Inovação da Embrapa, Ana Lúcia Atrasas, destaca que a estratégia de rastreamento das startups foi aprimorada e a versão 2020 contará com um resumo executivo em inglês.
Expectativas
O Radar AgTech Brasil 2020 trará um capítulo dedicado à Covid-19, que deve revelar até mesmo impactos positivos, na avaliação dos técnicos que estão à frente da produção do relatório. Inclusive projetam crescimento de startups - tanto pela adoção de melhorias nas formas de rastreamento das empresas como pela pujança do agronegócio, setor que continua atraente a despeito da crise global.
Luiz Sakuda, sócio da Homo Ludens e co-coordenador do estudo, mantem a expectativa de que haja aumento do número de startups do agro mesmo com a pandemia, seguindo tendência dos anos anteriores no Brasil e no mundo. Murilo Gonçalves, associado da SP Ventures, é da mesma opinião, embora não descarte o desaparecimento de uma fatia das startups em estágio inicial de desenvolvimento, devido ao cenário de pandemia.
“A Covid-19 impactou negativamente empresas que traziam soluções diretas para food service e beneficamente aquelas que atuam no desenvolvimento de software e na aceleração da inclusão digital para o campo e para distribuição ou aquisição de insumos”, diz Gonçalves.
Referência
No contexto atual, o Radar AgTech Brasil ganha projeção, pois o mapeamento poderá sinalizar novos rumos. O papel do radar é conferir maior visibilidade às oportunidades para o agronegócio brasileiro, sobretudo às agtechs junto aos entes do ecossistema: academia, governo, produtores e investidores, destaca Gonçalves.
“O objetivo é trazer a visão de que o agronegócio é o maior setor não volátil da economia brasileira, com enorme potencial de retorno como também menos riscos comparado a outros setores de investimento, como as fintechs e as soluções de mobilidade”, argumenta.
A coordenação do Radar AgTech Brasil aponta como diferencial do estudo a busca pelo mapeamento amplo da dinâmica de atuação das startups do agro antes, dentro e pós porteira, e ainda o fato de contarem com o protagonismo de uma empresa de pesquisa agropecuária que busca inserção no ecossistema de inovação nacional.
Neste contexto, Shalon Silva, supervisora de Ambientes Redes e Iniciativas da Embrapa, ressalta a importância do desenvolvimento, pela SIN e pelos centros de pesquisa da Embrapa, de programas voltados ao ambiente de inovação. Entre esses programas, cita: Pontes para Inovação; Pitch Deck Agtech (Siagro); Startup Open Innovation; Inova Pork; Inova Avi; TechStart AD e Ideas for Milk.
O coordenador do trabalho na Embrapa, o analista Cleidson Dias, diz que o relatório mapeou um número superior aos demais estudos devido ao emprego de método ativo de busca. “Além de beber da fonte de diversos relatórios anteriores, a base foi enriquecida com o banco de dados e eventos de inovação da Embrapa e parceiros como a investidora SP Ventures e a Homo Ludens”, avalia. Também houve consultas a ecossistemas e comunidades de startups.
Dados
Em 2019, o Radar AgTech Brasil apontou São Paulo como o estado que concentra o maior número de startupsorientadas para o setor agropecuário, sediando 590 das 1.125 distribuídas pelo País. Dentre os dados coletados, aproximadamente 90% das empresas voltadas ao agro estão nas regiões Sul e Sudeste do País. Entre os dez principais estados estão São Paulo, seguido por Paraná (102); Minas Gerais (99); Rio Grande do Sul (89); Santa Catarina (70), Rio de Janeiro (41), Goiás (22); Mato Grosso (18); Mato Grosso do Sul (17) e Distrito Federal (13).
A análise por estágio da cadeia de valor revelou que 47% das agTechs oferecem soluções para "depois da fazenda", no pós-produção agropecuária, com relevância de tecnologias para novos alimentos, agroprocessamento, plataformas, restaurantes e empórios on-line, rastreabilidade e indústria 4.0.
No estágio "dentro da fFazenda", que responde por 35% das startups mapeadas, houve destaque para soluções vinculadas a agricultura de precisão, diagnóstico de imagem, internet das coisas, VANTs e sistemas de gestão agropecuária.
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