Campo enfrenta pandemia e mantém sustento das casas da cidade
Nesta segunda-feira (21) se comemora o Dia do Fazendeiro. Confira como esses trabalhadores têm superado a pandemia para garantir a alimentação em Goiás
Durante a pandemia da Covid-19, a agropecuária foi um dos poucos segmentos que não parou suas atividades. Isso porque o setor é essencial para abastecer as mesas dos brasileiros, como o leite, que faz parte da alimentação básica de boa parte dos brasileiros. Segundo estudo da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), feito entre abril e maio, meses iniciais da pandemia, 78% dos mais de 5.105 participantes da pesquisa têm o hábito de consumir leite.
A disponibilidade desse produto nos supermercados se deu pela continuidade das atividades industriais essenciais para manter o abastecimento de alimentos para a população e, consequentemente, contribuiu para manter o sustento de muitas famílias no campo. O produtor de leite de Pontalina, Deusimar Vieira, 36, é um dos que tem muito a comemorar neste 21 de setembro, Dia do Fazendeiro. Ele afirma que conseguiu superar os problemas provocados pela pandemia sem muitas dificuldades.
“Na minha propriedade, não tive impactos. Pensei que fosse ter quedas nas vendas do leite, mas tivemos até um pouco de melhora, o que nos dá mais tranquilidade para investir na produção”, destaca Deusimar, que cresceu no campo e sua propriedade conta com 77 cabeças de gado, que produzem cerca de 1.200 litros de leite por dia.
O trabalho de Deusimar, por exemplo, é o único sustento de sua família, composta por ele, sua esposa e mais dois filhos de 3 e 7 anos. “A produção de leite ainda é responsável pelo sustento da família de meus outros dois irmãos, que trabalham junto comigo na fazenda”, destaca o produtor de Pontalina.
Parcerias
Um dos fatores que contribuiu para que o produtor conseguisse manter sua produção sem problemas e o sustento de sua família neste período foi a parceria sólida que mantém com uma indústria de laticínios situada no município de Hidrolândia, próximo à capital Goiânia. Trata-se da Marajoara que tem parcerias com produtores rurais em quase todo o estado de Goiás e distribui seus produtos pelas 27 unidades federativas do Brasil. Segundo Deusimar ter essa segurança possibilita que os produtores trabalhem com mais tranquilidade.
Segundo o diretor de política leiteira da Marajoara, João Ricardo Souza, o bom relacionamento com os produtores de leite é fundamental para que se tenha um atendimento de excelência para o consumidor final. “Trata-se de um relacionamento contínuo e rotineiro de modo transparente e bem próximo dos produtores. Isso porque eles são a essência da empresa, aqueles que nos proporcionam a matéria-prima, sem a qual não se produziria nada”, detalha João Ricardo.
O fazendeiro Hélio Bernardes Pires trabalha há 30 anos com produção de leite e, assim como Deusimar, não sentiu o peso negativo do novo coronavírus no campo. Ele também é um dos fornecedores da Marajoara Laticínios. “As pessoas começaram a consumir mais leite dentro de casa porque pararam de sair com o fechamento do comércio. Com isso, teve até uma melhora no consumo no decorrer do ano”, destaca Hélio.
Ele afirma que a experiência e o knowhow no ramo também são importantes para superar momentos adversos. “Hoje produzimos mais de 7 mil litros de leite por dia e contamos com cerca de 300 animais leiteiros. Para chegar a esses números, foi importante conhecer a área, saber usá-la e investir em tecnologia”, afirma o fazendeiro que trabalha com o filho veterinário em Morrinhos, cidade localizada a 132 km de Goiânia.
A fazenda de Hélio Bernardes fica a cerca de 15 km de Morrinhos e é responsável por empregar 15 pessoas diretamente na produção de leite. Ele também atua como advogado e afirma que decidiu investir em sua fazenda por amor ao campo. “É algo gratificante porque conseguimos dar empregos e vemos a gratidão das pessoas, principalmente quando fazemos algo que realmente gostamos”, destaca o fazendeiro.
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