Uso de tecnologias cresce no setor sucroenergético
A Fertiláqua, um dos maiores grupos de nutrição, fisiologia de plantas e revitalização de solo, tem realizado semanalmente transmissões online com representantes do seu corpo técnico e especialistas do agronegócio para debater os principais pontos da agricultura e auxiliar os produtores com dicas e orientações que, até então, eram dadas no campo.
Na Live “DM em Campo” com o tema “O que falta para o setor sucroenergético se abrir a novas tecnologias?” os convidados foram José Luiz I. Demattê, consultor de cana-de-açúcar e professor aposentado da Esalq/USP, e Paulo Rodrigues, agricultor nos segmentos de grãos, cana-de-açúcar e pecuária. A mediação foi feita pelo CEO da Fertiláqua, José Ovídio Bessa.
Os especialistas debateram quais os principais motivos para a produtividade da cana não seguir o ritmo de crescimento de dois dígitos percentuais como têm ocorrido há alguns anos com outras culturas como milho, soja, café e algodão.
Segundo Demattê, a produtividade da cana e a tonelada de ATR (Açúcar Total Recuperável) tiveram uma primeira queda considerável em 2010/2011. Isso aconteceu devido ao aumento do corte mecanizado, com uma lavoura que não estava preparada para isso. Não só pela presença da máquina em si, mas também ao que ela estava fazendo no solo e no ambiente, como o arranquio de touceira e pisoteio. “Grande parte do sistema de corte mecanizado compacta o solo, tanto o argiloso como o arenoso, e a absorção de nutrientes e água fica comprometida por causa da redução de porosidade na superfície e subsuperfície”, esclarece o professor.
Nas fazendas da família geridas por Rodrigues, a colheita mecanizada começou a ser estudada anos antes do aumento do corte mecanizado no mercado. “Além da questão da mecanização acelerada, tínhamos outros fatores importantes para avaliar, como a redução de investimento no setor de cana há mais de 10 anos e o crescimento de áreas em ambientes restritivos para a produção, complicando o manejo. Juntos, estes fatores contribuíram ao contexto de redução de produtividade”, explica.
Com esse estudo, o agricultor chegou a um ponto fundamental: o canavial precisaria ser preparado para mecanização. Se não houver redefinição de layout, uma estrutura do canavial adequada para mecanização, o ciclo já começa com problemas. “Mesmo com a cana preparada, equipe capacitada, boa logística e colheita, a mecanização ainda traz problemas. O principal é a compactação e seus efeitos. Com a colheita de uma linha no espaçamento de 1,5m, tínhamos 70% da área compactada. No segundo corte, percebia-se uma redução no sistema radicular, já no quarto ou quinto corte, o sistema radicular se limitava a apenas 0,5m de profundidade. O que fazemos agora é colher a cana em 2 linhas, o que reduziu a compactação para 25 a 30%. Meu objetivo é dar condições para o sistema radicular se desenvolver melhor, aproveitando mais água e nutriente”, afirma Rodrigues.
Outra grande mudança de manejo segundo os especialistas foi a colheita de cana crua, a qual deposita uma camada de palha na superfície do solo. “Não existiam muitos exemplos em cana quando passamos a colher cana crua. Vieram ideias do sistema de Plantio Direto em grãos, análise do ciclo biológico da cultura, ambiente e o tempo que se levava para um novo equilíbrio. Olhar para outras culturas ajudou a entender o que ia acontecer com a cana e palha”, cita o produtor.
O papel dos microrganismos e a presença de matéria orgânica no solo também passou a ser primordial. Em áreas mais velhas, sem a queima da cana, notou-se aumento de matéria orgânica na camada superficial. “Se conseguir criar condições para os microrganismos se desenvolverem, usando métodos como inoculação e produtos biológicos, vamos construir um ambiente de produção muito melhor. É uma nova forma de manejar o solo que precisa ser incorporada no dia a dia”, pontua Rodrigues.
O professor também destacou durante o bate papo a importância de conhecer o solo, a variedade da cana que está trabalhando e ter pessoas que conheçam a lavoura: “Por um período, não havia mais essa pessoa, mas, algumas usinas estão revendo e voltando a ter alguém para fazer vistorias completas no campo, e identificar o que acontece na lavoura, no ambiente e na região, visando antecipar-se a problemas e tomar rápidas decisões”.
Rodrigues tem a mesma opinião e acrescenta: “É preciso ter o máximo de informações por meio do gestor que está na área, imagens e drones, juntar em uma plataforma que vai trazer outros dados locais, personalizados. Estabelecer o uso de plataformas com base em experiência de campo é o grande atual desafio”.
Mais informações sobre os programas da companhia no website: http://fertilaqua.com/.
Sobre o Grupo Fertiláqua
Um dos maiores grupos de nutrição, fisiologia de plantas e revitalização de solo, a empresa Fertiláqua atua por meio das marcas Aminoagro, Dimicron e Maximus, a linha Longevus no segmento de cana-de-açúcar, e a linha Golden Seeds para sementeiras e produtores de sementes. A companhia pertence ao fundo de investimento Aqua Capital. Com mais de 300 colaboradores e presença em todo o Brasil, e em outros países da América Latina, a empresa investe em pesquisa, tecnologia e inovação. A Fertiláqua conta com a sede administrativa em Indaiatuba/SP, fábricas em Cidade Ocidental/GO e Cruz Alta/RS, um centro de distribuição em Cuiabá/MT, dois Laboratórios de Análise de Sementes (LAS) e dois Centros de Inovação Tecnológica (CIT). O grupo disponibiliza uma iniciativa pioneira, o Programa Construindo Plantas (PCP), com ações específicas em cada fase das culturas, do plantio à colheita, para potencializar o desenvolvimento de plantas mais eficientes, e um solo com melhores qualidades físicas, químicas e biológicas, buscando com isso sistemas com maiores potenciais produtivos e consequentemente rentabilidade. Com o objetivo de reconhecer a qualidade das sementes de soja no mercado brasileiro, foi criado pelo grupo o selo Sementes de Verdade. Mais informações no website.
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