Risco de contaminação por micotoxinas cai ligeiramente na América do Sul, mas preocupa o mundo, aponta a Pesquisa Mundial de Micotoxinas da BIOMIN
De janeiro a dezembro de 2019, a BIOMIN coletou mais de 20 mil amostras de ração animal e matérias-primas de 86 países (incluindo o Brasil) para a Pesquisa Mundial de Micotoxinas (MTX Survey)
Micotoxinas é assunto sério em todo o mundo. A Pesquisa Mundial de Micotoxinas da Biomin 2019, com análise de mais de 20 mil amostras de ração e ingredientes para nutrição animal coletados em 86 países dos vários continentes – incluindo o Brasil –, concluiu que 75% das amostras das diferentes regiões do planeta têm substâncias químicas tóxicas produzidas por fungos acima do limite aceitável.
O problema se tornou mais preocupante com o avanço das chamadas micotoxinas “emergentes”. As mais frequentemente encontradas são: Beauvericina, Eniatia e Moniliformina. Beauvericin. tem sido associada a efeitos negativos no sistema imunológico. Moniliformina já foi mencionada por seus efeitos tóxicos conhecidos, especialmente no coração. Para esta última, também já foram observados efeitos aditivos com fumonisinas em aves e com DON e fumonisinas em suínos.
“Todos os continentes são afetados por micotoxinas, em maior ou menor ocorrência. Os dados coletados na Pesquisa Mundial de Micotoxinas da Biomin são fundamentais para saber a concentração delas e quais regiões precisam de mais atenção. As micotoxinas representam um grande desafio para avicultura, suinocultura e pecuária como um todo. Em 2019, pela primeira vez incluímos na análise os riscos para a aquicultura, importante mercado em crescimento no mundo”, explica Alexandro Marchioro, Gerente Global de Produto da linha Antimicotoxinas da Biomin.
As classificações para análise das micotoxinas são divididas em níveis extremo, severo, alto e moderado.
Em 2019, o risco na América do Sul caiu de extremo para severo, com 89% das amostras contaminadas com fumosinas (FUM), presentes nas diversas matérias-primas e rações. A toxicidade da substância pode causar danos ao sistema imunológico, edemas pulmonares, lesões no fígado e também até levar os animais a óbito. A presença de deoxinevalenol (DON) é outro problema da região: 85% das amostras de trigo apresentaram altas concentrações. Além do trigo, o DON também é frequentemente encontrado em outros cereais e no milho.
A pesquisa alertou para risco extremo na América do Norte: 90% das amostras de rações apresentaram micotoxinas e 77% foram positivas para contaminação por DON. “Esse resultado pode estar relacionado às fortes inundações que atingiram a região no último ano e afetaram a colheita”, informa a Pesquisa. O risco também aumentou no continente africano, onde o milho e a ração animal são afetados fortemente pelas aflatoxinas. Outro dado colhido é a co-contaminação, ou seja, foram detectadas mais de uma micotoxina na mesma amostra em 77% dos casos.
“De forma geral, as micotoxinas são responsáveis por grandes prejuízos à produção animal. A ingestão de mais de uma ao mesmo tempo pode ser fatal para os animais. A partir da detecção de tendências regionais de micotoxinas, a indústria pode desenvolver ferramentas e elaborar programas de controle personalizados”, explica o Gerente Global de Produto da linha Antimicotoxinas da Biomin.
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