Ken Wood*

Todo mundo sabe que o Coronavírus desafiou as empresas de várias maneiras, mas um obstáculo que todos estão tendo que enfrentar, com maiores dificuldades, é no fornecimento dos produtos. A pandemia expõe fraquezas significativas em muitas redes de suprimentos em todo o mundo, e as organizações tiveram que determinar novos locais e estratégias de fornecimento para manter seus negócios funcionando. Essa é uma tarefa geralmente mais fácil de ser dita do que realizada em um cenário já cheio de complexidades, como regulamentos, acordos comerciais, tarifas, triagem de partes negadas e diferentes custos de material.

De acordo com uma pesquisa do Institute for Supply Management (ISM), quase 75% das empresas relataram interrupções no Supply Chain em alguma capacidade devido a restrições de transporte relacionadas ao COVID-19. Por esse motivo, os prazos de entrega de produtos de outros países, como por exemplo a China, dobraram efetivamente para muitas empresas. A escassez resultante foi ainda agravada por opções insuficientes de frete aéreo e marítimo para transportar produtos para os Estados Unidos. Além disso, uma pesquisa da Descartes, empresa de tecnologia com presença global, com seus clientes descobriu que 31% estavam procurando fornecedores alternativos, e o uso de ferramentas para encontrar fontes alternativas de suprimentos aumentou 21%.

Para quem procura soluções para ajudar a enfrentar esses desafios, a inteligência comercial global pode servir como um recurso forte. Ao oferecer visibilidade dos dados globais das remessas, as organizações podem analisar os fluxos comerciais de vários países e agilizar o processo de identificação de fornecedores novos e viáveis. Armado com essas informações, também é muito mais fácil olhar além das cadeias de suprimentos específicas e explorar todas as empresas que transportam determinadas mercadorias para os Estados Unidos ou outros países, analisar os dados em torno da base de suprimentos e determinar rapidamente novos locais de fornecimento.

Otimize a capacidade de entrega

À medida que as demandas continuam evoluindo, o impacto na capacidade de entrega não tem sido consistente. Por exemplo, enquanto algumas empresas são sobrecarregadas pela demanda e enfrentam grave escassez de capacidade de entrega, outras possuem excesso de capacidade devido a desacelerações drásticas nos negócios.

Durante esse período de grande instabilidade e interrupção, a tecnologia de otimização de rota pode fornecer uma maneira para as empresas modelarem cenários em que novas políticas e práticas de entrega podem ser avaliadas e implementadas rapidamente. Ao contrário do planejamento diário, onde estratégias, políticas, territórios, frequências e rotas já estão definidas, todas as restrições podem ser tratadas como variáveis ​​para redirecionamentos. Isso fornece às empresas muito mais flexibilidade para encontrar os melhores planos e táticas de roteamento. Os redirecionamentos da rede de entrega podem, portanto, resolver rapidamente mudanças extremas na demanda para aumentar a capacidade, melhorar a produtividade e reduzir ainda mais os custos.

A distância social

À medida que o mundo se adaptou rapidamente à nova prática de distanciamento social, as maneiras pelas quais as pessoas interagem em suas vidas pessoais e profissionais foram completamente transformadas. Apesar dessa mudança, a distribuição de bens e serviços continuou e as organizações tiveram que manter seus fluxos de trabalho de entrega. Mas, isso não precisa acontecer à custa do distanciamento social. Embora o processo de entrega frequentemente exija contato entre duas ou mais partes, existem várias táticas que as organizações podem aplicar que são eficientes, eficazes e minimizam o risco de contato humano.

Por exemplo, quando se trata de processos de check-in e chegada, notificações eletrônicas por meio de rastreamento em tempo real de caminhões com GPS podem permitir que remetentes e transportadoras limitem o número de vezes que os motoristas precisam entrar em diferentes instalações. Essas notificações também permitem que o cliente esteja preparado com antecedência para receber mercadorias quando chegarem, o que reduz o tempo total de parada.

A captura de assinatura também se tornou o método preferido para prova de entrega (POD), mas, como ainda exige que drivers e clientes compartilhem o mesmo dispositivo, não é completamente seguro durante a pandemia. Em vez disso, alavancar a captura de imagens das mercadorias com a pessoa e um "polegar para cima" ou da pessoa ao lado das mercadorias entregues pode ser suficiente.

E, embora a mudança na logística para modelos mais sem papel em geral tenha sido um esforço contínuo para reduzir os custos operacionais e os ciclos de pagamento, o COVID-19 fornece um motivo adicional convincente. A eliminação de recibos e documentação em papel é agora ainda mais importante, pois foi demonstrado que o vírus vive em superfícies diferentes por longos períodos de tempo. No geral, a implementação de estratégias sem papel pode ajudar a reduzir o risco para motoristas, clientes e funcionários e, finalmente, reduzir custos desnecessários que aumentam a longo prazo.

Um olhar para o futuro

Embora o COVID-19 tenha criado novos desafios para organizações em todo o mundo, muitas empresas hoje podem e vão sair do outro lado. Ao avaliar os processos atuais da cadeia de suprimentos e da logística, sendo estratégica nas próximas etapas e rápida na ação contra os planos, as empresas podem navegar melhor no cenário complexo e gerenciar o impacto geral sobre funcionários, clientes e seu sucesso futuro.

*Ken Wood é vice-presidente de produtos da Descartes , empresa líder global na união de negócios no comércio, fornecendo soluções de logística e Supply Chain baseadas em nuvem