Coronavírus e a digitalização nos negócios
*Por Eduardo Almeida, CEO da Indra no Brasil
O avanço global do coronavírus tem provocado uma ruptura no modo de produzir tradicional do mundo corporativo. Se no início dos anos 2000 as companhias estavam preocupadas com o avanço da internet, é possível dizer com segurança que, em 2020, o trabalho remoto tem sido uma questão de proporções semelhantes – capaz de causar dor de cabeça até mesmo em líderes de companhias consolidadas.
Fato é que, da manufatura ao setor de saúde, todos os setores estão reavaliando os modos de produção e atendimento ao cliente. Para sobreviver em meio à crise, é necessário pensar de forma criativa e agir de modo eficaz a fim de garantir o relacionamento com clientes e a saúde de colaboradores. A tarefa está longe de ser fácil: em meio às dúvidas a respeito das melhores soluções e de como empregá-las no dia a dia da operação, há que se superar desafios estruturais, por vezes utilizando a tecnologia como motor essencial para essa transformação.
Nesse ponto tão sensível e crucial, reside uma oportunidade sem precedentes para companhias de TI. Para além da oferta de entretenimento ou de soluções que sirvam diretamente aos consumidores, o mundo B2B traz à tona a importância de termos até então aparentemente distantes para muitas companhias, como eficiência operacional, processos de robotização RPA e soluções para e-commerce robustas.
Até mesmo sob um aspecto de tecnologias avançadas há novas oportunidades. Notícias apontam, por exemplo, para o uso do Blockchain como ferramenta para rastrear o avanço global da doença e colaborar para o fornecimento de estatísticas.
Ainda no aspecto da saúde, outro ponto merece atenção, especialmente no mercado brasileiro: o uso da telemedicina. Em uso na Europa há mais tempo e regulamentada no Brasil recentemente, a ferramenta deve colaborar para o diagnóstico acelerado da doença ao mesmo tempo em que reduz a quantidade de pessoas em hospitais, também colaborando de forma conjunta para a quarentena imposta em todo o país.
Já no setor de consumo, a ascensão do e-commerce é um ponto que pode ser observado claramente em todas as regiões. Supermercados estão adaptando os esforços logísticos para atender à alta demanda, um claro reflexo da necessidade de dar resposta aos clientes por meio das plataformas virtuais de maneira eficaz.
Até o setor de meios de pagamento está passando por transformações que exigem o uso da tecnologia. Nos EUA e Inglaterra, dados apontam para o crescimento expressivo do uso de meios contactless em substituição ao tradicional cartão de crédito – ainda tão usado no Brasil. Do outro lado do mundo, na Coreia do Sul, o dinheiro recebido dos bancos locais deve ficar em quarentena durante duas semanas para garantir que as cédulas não carreguem o vírus, de acordo com agências de notícias.
Ou seja, poucos são os setores a passarem por esse momento sem transformações. E todos, sem exceção, conseguem agora entender a importância de profissionais qualificados e empresas de tecnologia como fator essencial para atravessar esse período tão conturbado. As companhias que conseguirem passar por isso com sucesso certamente deverão contar com mais reforço e apoio da TI não só agora, mas durante os próximos anos, entendendo de forma clara os benefícios que os processos digitais podem oferecer – em termos de produtividade e economia de custos, para citar alguns.
Do ponto de vista dos consumidores, a transformação também não deve ter um fim tão cedo. O e-commerce deve ganhar ainda mais adeptos após esse período e a telemedicina deve ganhar força durante os próximos anos como um modelo de atendimento eficaz. Uma vez que a barreira com o mundo digital é superada e as facilidades para o dia a dia são conquistadas, a tendência é a de que o caminho seja seguido daí para frente, com cada vez mais pessoas envolvidas com o ambiente digital.
No âmbito dos serviços públicos, o impulso às tecnologias digitais também deve ser alavancado pelos impactos do momento atual. Cidadãos que ainda não utilizavam canais digitais para interagir com a administração pública, se viram forçados a fazê-lo em decorrência do isolamento social imposto e certamente estão desenvolvendo hábitos que não devem retroceder, uma vez superado o quadro do coronavírus. Estas pessoas estão descobrindo uma nova forma de se relacionar com os serviços oferecidos pelos municípios, estados, departamentos de trânsito, tribunais, entre outros, e seguramente a nova cultura digital adquirida pelos cidadãos fomentará o avanço da transformação digital nas esferas públicas.
Para que tudo isso aconteça, novamente, o papel das companhias de TI é essencial. É necessário estar atento para oferecer as soluções corretas no timming certo e colaborar para melhorar a vida das pessoas por meio dos serviços digitais. Companhias que souberem aproveitar esse momento, certamente lograrão resultados positivos não só agora, mas pelos próximos anos.
Sobre a Indra
A Indra é uma das principais empresas globais de tecnologia e consultoria e parceira de tecnologia para as principais operações comerciais de seus clientes em todo o mundo. É uma fornecedora líder global de soluções proprietárias em segmentos específicos dos mercados de Transporte e Defesa e uma empresa líder em transformação digital e consultoria em Tecnologia da Informação na Espanha e na América Latina através de sua subsidiária Minsait. Seu modelo de negócios é baseado em uma oferta abrangente de seus próprios produtos, com uma abordagem de ponta a ponta, alto valor e um componente de alta inovação. No final do exercício de 2019, a Indra alcançou receitas de 3.204 milhões de euros, mais de 49.000 funcionários, presença local em 46 países e operações comerciais em mais de 140 países.
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