O fim do dilema entre nuvem pública ou privada
Por Paulo de Godoy (*)
Para a maioria das pessoas, sair na rua sem estar conectado parece impossível hoje. Essa dependência tecnológica promovida pelas facilidades que a grande rede de computadores oferece impacta direto no mundo corporativo, onde vemos um crescente movimento migratório de serviços empresariais para a nuvem.
Prova disso é o investimento total em serviços na nuvem em todo o mundo. De acordo com a estimativa do Gartner, US$ 227,8 bilhões foram gastos em nuvem pública em 2019, com um aumento de 17% (US$ 266,4 bilhões) esperado em 2020. A IDC revela que em 2019 a nuvem pública representou mais de 30% do mercado global de infraestrutura de TI na nuvem, e estima um crescimento de quase 40% até 2023.
Se antes a maior preocupação das empresas era aderir ou não à nuvem, hoje a questão gira em torno de qual tipo de nuvem escolher, pública ou privada. A primeira opção oferece uma redução de custos a longo prazo, pois, ao adotar esse modelo, a empresa não se preocupa com compra de equipamentos, manutenção e infraestrutura; enquanto a segunda promete maior controle e segurança de dados.
Como uma opção para unir o melhor dos dois mundos, surgiu a nuvem híbrida. Uma estratégia que tem sido a escolha de grandes empresas para gerenciar simultaneamente a nuvem privada, com dados críticos que exigem mais segurança crítica, e a nuvem pública, com todas as facilidades e dinamismo que ela oferece.
A complexidade de um gerenciamento multi-cloud (de vários serviços na nuvem) ou de uma nuvem híbrida (nuvem pública e privada) tem sido um desafio para muitos profissionais da área, mas as plataformas de gerenciamento unificadas estão avançando para reduzir as barreiras técnicas.
Com a eminência da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) no Brasil, o modelo híbrido deve ser intensificado. De acordo com o Futurescape 2020 da IDC, até 2022, mais da metade das empresas na América Latina integrará o gerenciamento na nuvem, por meio de nuvens públicas e privadas e implementação de tecnologias unificadas, ferramentas e processos de gerenciamento híbrido ou multi-cloud.
Alguns preferem dar um passo atrás e adotar o modelo on-premise em processos de negócios muito críticos que exigem supervisão e níveis de controle mais detalhados. Ainda assim, tudo aponta para uma guinada da nuvem em relação à computação tradicional, conforme previsto pela IDC para 2020. Pode ser um pouco cedo para afirmar que o futuro da nuvem seja híbrido, mas certamente é uma boa estratégia nesse momento de transitoriedade.
(*) Paulo de Godoy é gerente nacional da Pure Storage
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