São Paulo Companhia de Dança é a segunda atração da Temporada Alfa de Dança 2022 em sua 19ª edição
São Paulo Companhia de Dança faz estreia mundial de duas obras nos dias 27 e 28 de agosto. O programa inclui, ainda, Odisseia, de Joëlle Bouvier, aclamada pela crítica europeia
Depois da estreia com GRUPO CORPO, a 19ª edição da TEMPORADA ALFA DE DANÇA segue mantendo o nível de qualidade e apresentando o que há de mais interessante no cenário da dança. A SÃO PAULO CIA DE DANÇA (São Paulo – SP) apresenta programa com estreia de duas obras, de Stephen Shropshire e Gal Martins, e Odisseia (2018), de Joëlle Bouvier, nos dias 27 e 28 de agosto, sábado às 20h e domingo às 18h. A Temporada Alfa de Dança 2022 tem o apoio de Alfa Impacta Mais, Rede D’Or, Lacta, Magazine Luiza, Bain Company, Chevrolet Serviços Financeiros e Whirlpool. A São Paulo Companhia de Dança (SPCD), gerida pela Associação Pró-Dança e dirigida por Inês Bogéa, volta a integrar a programação da Temporada de Dança do Teatro Alfa com a estreia mundial de obras de coreógrafos brasileiros e internacionais. No dia 27 de agosto, às 20h, e no dia 28 de agosto, às 18h, o público confere a primeira criação da coreógrafa paulistana Gal Martins e uma obra inédita do americano Stephen Shropshire, coreógrafo-residente da Companhia desde 2020.
Da palavra tupi-guarani Ibi, que significa terra, chão que se pisa, nasce a criação de Gal, que reflete sobre a questão do pós-isolamento da sociedade e sobre a falta de conexão do homem com a natureza. Inspirada em “O Amanhã Não Está a Venda”, de Ailton Krenak, e em diálogo com suas pesquisas sobre ancestralidade e o devir-animal, a obra é dividida em três momentos. No primeiro momento a coreógrafa quis trazer a ideia da terra arrasada, da provocação, da animalidade como potência e como isso se reconstrói. Na segunda parte, os intérpretes entram em contato com ‘eu’ individual e sua ancestralidade numa batalha contra as adversidades, e no terceiro, vemos uma reflexão sobre aquilo que aprendemos ao longo desta jornada. Segundo Gal, a ideia é “continuarmos insistindo em sermos o que somos”.
Shropshire, por sua vez, terá seu primeiro encontro presencial com a Companhia após dois anos de coreografias desenvolvidas em formato remoto, que resultaram em Rococo Variations (2020) e no videodança Marmórea (2021). “Partita” é a terceira criação dele para a São Paulo Companhia de Dança, inspirada na pintura do artista renascentista Pieter Bruegel (1525-1569) “Landscape with the Fall of Icarus” (1555), em diálogo com o poema homônimo escrito, em 1939, por William Carlos Williams (1883-1963). Com um figurino minimalista, o bailarino explora o espaço cênico e reescreve cada letra dos versos do poeta, em diálogo com os gestos dos outros intérpretes. Uma bailarina, ao canto da cena, soletra o texto completo no ar, que ganha ainda mais potência a cada frase dançada. Sob três movimentos contemporâneos da “Partita, Perihelion”, de Margaret Schedel e Mikylah Myers McTeer, instrumentos como flauta e violino ganham nuances eletrônicas. A peça instiga o espectador a perceber as interpretações e sensações do que se vê no próprio corpo. Uma obra “abstrata e desafiadora, com pessoas normais fazendo coisas extraordinárias”, revela o coreógrafo. O programa se completa com Odisseia, da francesa Joëlle Bouvier, que teve sua première em 2018 justamente na Temporada de Dança do Teatro Alfa. Cinco anos após a estreia, a obra – que fala sobre imigração e sentimento de pertencimento – ganha novas camadas de sentido após as turbulências vividas no mundo nos últimos tempos.
“Nos tempos de hoje, a imigração é uma questão gigantesca. Os jovens partem em massa de onde vivem para refazer suas vidas em outro lugar. Este é um tema que me chama muito a atenção e ver esta criação novamente no palco e sentir que a vida está sendo retomada me proporciona uma alegria enorme”, afirma Joëlle. A abordagem poética da coreógrafa para um tema contemporâneo recebeu aclamação da crítica europeia nas turnês realizadas pela Companhia na Alemanha e na França entre 2021 e 2022. Sobre Odisseia, a jornalista Claudia Schuller escreveu no jornal alemão Fürther Nachrichten: “Esta é uma odisseia ao mesmo tempo política e clássica. Cheios de dor, os bailarinos correm, fecham os olhos, caem e voltam a se levantar. É comovente ver como o esforço e a tensão formam círculos de proteção solidárias. Trata-se de uma odisseia moderna”.
Espetáculo gratuito para Estudantes e Terceira Idade
Essa ação faz parte do eixo Educativo da São Paulo Companhia de Dança desde seu início. No dia 26 de agosto, às 20h, além de assistirem as apresentações, a plateia pode conhecer de perto o processo de criação e montagem das obras que estarão no palco em um bate papo guiado pela diretora artística, Inês Bogéa. “É sempre uma emoção receber os estudantes, muitos pisando pela primeira vez em um teatro, e dividir com eles sobre essa arte que nos move. É um momento em que podemos ver ao vivo o poder transformador da dança, pois todos saem diferentes de como entraram”, conta Inês. Para participar desse espetáculo, as instituições devem fazer a reserva de vagas pelo email ou pelo telefone (11) 3224-1380.
Sobre os coreógrafos
STEPHEN SHROPSHIRE | O artista americano é coreógrafo, curador e pesquisador independente de dança, graduado pela Juilliard School em Nova York com mestrado em Artes e Patrimônio pela Universidade de Maastricht. Entre 2009 e 2012, foi o diretor artístico da Noord Nederlandse Dans, na Holanda. Em 2016, criou uma fundação com seu nome. Em 2017, Shropshire recebeu um prêmio de honra especial do Dansersfonds ‘79 pela “consistente harmonia estética em seu trabalho”.
GAL MARTINS | Artista e pensadora em dança há 25 anos, arte-educadora, gestora cultural, curadora e cientista social. Fundou a Cia Sansacroma (2002), grupo paulistano de dança contemporânea preta, e a Zona Agbara (2006), grupo de dança formado por mulheres negras e gordas. Criou a metodologia de criação e formação em dança denominada A Dança da Indignação. Recebeu diversas indicações e premiações da APCA e, em 2021, ganhou o Prêmio Governador do Estado na categoria Cultura Urbana. Atua como supervisora artístico-pedagógica das Fábricas de Cultura.
JOËLLE BOUVIER | Uma das pioneiras da Nouvelle Danse francesa, iniciou sua carreira solo em 1998 e fundou o grupo L’Esquisse, em 1980, juntamente com o coreógrafo Régis Obadia. Coreógrafa e diretora de cinema, foi também vice-diretora do Centre Choréographiques National de Havre e vice-diretora do Centre National de Danse Contemporaine em Angers. Recebeu vários prêmios ao longo da sua carreira.
FICHA TÉCNICA
Odisseia (2018)
Coreografia: Joëlle Bouvier
Música: Trechos de Bachianas Brasileiras, de Heitor Villa Lobos; trechos de A Paixão Segundo São Mateus, de Johann Sebastian Bach; Melodia Sentimental, de Villa Lobos (letra de Dora Vasconcellos)
Poema: Pátria Minha, de Vinícius de Moraes
Texto: Irène Jacob
Iluminação: Renaud Lagier
Figurino: Fabio Namatame
Assistentes de Coreografia: Emilio Urbina e Rafael Pardillo
Partita (2022)
Coreografia, Figurino e Iluminação: Stephen Shropshire
Música: Partita, Perihelion I, II e III (Allamande; Sarabande e Gigue) de Margaret Anne Schedel, interpretada por: Schedel e Mikylah Myers
Duração: 15 minutos e 33 segundos
Ibi - da Natureza ao Caos (2022)
Concepção e Direção Coreográfica: Gal Martins
Trilha Sonora Original: Dani Lova (direção musical e criação) com voz e contribuição artística de Thais Dias
Figurino e Visagismo: Gil Oliveira
Iluminação: Camila Andrade
Cenografia e Adereços: Caio Marinho
Cenotécnico: Pedro Paes
Assistente de Figurino: Bábi Batista e Giselle Carvalho
PRÓXIMAS ATRAÇÕES DA TEMPORADA ALFA DE DANÇA
GISELLE – Bolshoi Brasil, Escola Bolshoi (Joinville, SC). Temporada: 10 e 11 de setembro
CIA. DE DANÇA DEBORAH COLKER (Rio de Janeiro – RJ).
Programa: Cão sem Plumas (2017). Temporada 28 de setembro a 2 de outubro
MIMULUS CIA DE DANÇA (Belo Horizonte – MG)
Programa: Por um fio (2009). Temporada: 15 e 16 de outubro
CISNE NEGRO CIA DE DANÇA (São Paulo, SP)
Programa: Lampejos (2022) de Andressa Miyazato e a estreia de Esperar o Inesperado, de Maria Caruso. Temporada: 29 e 30 de outubro
SANKAI JUKU (Tóquio, Japão)
Programa: Kōsa - Between Two Mirrors (2022). Temporada: 12 e 13 de novembro
BALÉ DA CIDADE DE SÃO PAULO (São Paulo, SP)
Programa: Adastra (2015) e Estreia 2022. Temporada 18 a 20 de novembro
O QUEBRA-NOZES – Cisne Negro Cia. de Dança. Temporada: 9 a 18 de dezembro
SERVIÇO
SÃO PAULO CIA DE DANÇA – Dias 27 e 28 de agosto. Sábado às 20h00, Domingo às 18h00.
Valores: Plateia: R$ 120,00 | Balcão: R$ 80,00 | Ingresso Popular: R$ 50,00. Classificação indicativa: Livre. Sábado, 20h | Domingo, 18h. Classificação indicativa: Livre
Bilheteria Teatro Alfa - Por telefone - (11) 5693-4000 de segunda a sexta-feira das 11h às 16h, pagamento com cartão de crédito. Presencialmente: Teatro Alfa – Rua Bento Branco de Andrade Filho, 722 (sem taxa de conveniência). Tiqueteira oficial: www.sympla.com.br (com taxa de conveniência)
Valores: Plateia: R$ 120,00 | Balcão: R$ 80,00 | Ingresso Popular: R$ 50,00. Classificação indicativa: Livre. Sábado, 20h | Domingo, 18h. Classificação indicativa: Livre
Acessibilidade - motora e visual. Estacionamento: Sala A – Com manobrista R$ 41,00 e Auto estacionamento (em frente ao teatro) R$ 35,00. Mais informações:
www.teatroalfa.com.br/temporada2022
Ingressos estão à venda para todos os espetáculos.
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