Seminário em BH discute alternativas à mineração em 69 municípios mineiros
Evento reúne especialistas, representantes do poder público e de empresas mineradoras entre 1º e 3 de junho, no Expominas
De amanhã (1º) até sexta-feira (3), representantes de governos locais, empresas mineradoras e especialistas participam do 2º Seminário Estadual de Reconversão Produtiva em Territórios Minerados. As plenárias serão realizadas no Expominas, durante o 37º Congresso Mineiro de Municípios, com o objetivo de promover debates sobre alternativas econômicas para cada um dos 13 territórios mineiros que têm grande dependência da atividade minerária.
Entre os participantes do encontro estão Raul Jungman, diretor-presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram); José Fernando de Oliveira, presidente da Associação dos Municípios Mineradores de Minas Gerais e do Brasil (Amig); Marco Antonio Lage, prefeito de Itabira; João Marcelo Pereira, prefeito de Nova Lima; Fernando Passalio de Avelar, secretário de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais; João Cruz Reis Filho, diretor técnico do Sebrae Minas; Flávio Roscoe Nogueira, presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) e Rômulo Freitas, diretor de Negócios do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG).
O seminário faz parte do Projeto Estadual de Reconversão Produtiva em Territórios Minerados, lançado em fevereiro de 2020 e resultado da parceria entre a Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado de Minas Gerais (Sede), Sebrae, Fiemg, BDMG, Ibram e Amig.
O projeto oferece instrumentos para apoiar lideranças públicas e empresariais na formação de uma governança local que atue na construção de uma agenda estratégica para cada um dos 13 territórios que receberão o projeto em Minas Gerais, visando a diversificação econômica. “São 13 municípios dependentes da mineração e outros 56 impactados por eles, totalizando 69 municípios”, informa Anderson Cabido, analista do Sebrae Minas.
As 13 cidades-sede do projeto são Belo Vale, Catas Altas, Conceição do Mato Dentro, Congonhas, Itabira, Itabirito, Itatiaiuçu, Nova Lima, Paracatu, Riacho dos Machados, Rio Piracicaba, São Gonçalo do Rio Abaixo e Tapira.
Anderson Cabido afirma que reduzir a dependência econômica dos municípios em relação à atividade minerária é uma tarefa complexa e de longo prazo. “A literatura e os casos mundiais bem-sucedidos apontam para muitos anos, talvez décadas. É uma atividade complexa que exige muita organização interna dos municípios e uma governança muito bem estabelecida e fortalecida”, diz.
Cabido explica que a existência de uma governança permanente para o projeto, envolvendo os diversos setores da sociedade, “é indispensável e, por falta dela, muitas tentativas fracassaram”.
Reconversão produtiva
Minas Gerais reúne cerca de 22% das indústrias extrativas minerais e 29% dos empregos gerados pelo setor no Brasil. São pouco mais de 4.900 empresas no estado, sendo pouco mais de 1% de médio e grande porte. Elas geram cerca de 64,6 mil empregos e uma massa salarial de aproximadamente R$ 2,6 bilhões.
Os rompimentos das barragens de Fundão, em Mariana, em novembro de 2015, e de Brumadinho, em janeiro de 2019, intensificaram as discussões em torno da necessidade de rever a matriz econômica de municípios com maior dependência da mineração.
Outros fatores que estimulam os debates em torno do tema é a exaustão da atividade minerária, que se não for planejada compromete significativamente a economia dos municípios, bem como a necessidade de melhorar a sustentabilidade do setor, estimulando segmentos que explorem os rejeitos dessa indústria, por exemplo.
O piloto do projeto de reconversão produtiva foi iniciado em Itabira, em janeiro de 2021, envolvendo cerca de 10 municípios. A iniciativa também já chegou em Itabirito, abrangendo outros quatro municípios do entorno. “Este ano, a previsão é iniciar o projeto em mais três territórios, alcançando cerca de 15 municípios”, adianta Anderson Cabido. Conceição do Mato Dentro formalizará a adesão ao projeto nas próximas semanas.
O analista do Sebrae Minas lembra que a definição de alternativas econômicas à mineração é uma atividade complexa, que exige muito debate e análise de dados. “Em cada região serão identificadas alternativas diferentes, pois as características locais interferem diretamente nessa escolha. No entanto, parece recorrente considerar o turismo, a utilização de rejeitos da mineração, a agricultura e a economia criativa como opções que demonstram maior viabilidade”, explica.
2º Seminário Estadual de Reconversão Produtiva em Territórios Minerados
Local: Expominas: Avenida Amazonas, 6.200 - Gameleira, Belo Horizonte - Minas Gerais, Sala Sul
1º de junho
13h30 às 18h: Plenária Reconversão Produtiva de Territórios Minerados
2 de junho
9h às 11h30: Plenária Desenvolvimento de Baixo Carbono e Resiliência
14h às 16h: Plenária Cidades e Mineradoras
3 de junho
9h às 12h: Plenária Diversificação Econômica e Reconversão de Territórios
14h às 16h30: Plenária Biodiversidade e soluções baseadas na natureza – Sessão Biodiversidade e boas práticas de Nova Lima/MG
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