Webinar Técnico da ABiogás começa mostrando como as cidades estão se preparando para a transição energética e a grande oportunidade para o biogás
Evento aconteceu pela primeira vez na internet e reuniu mais de 250 espectadores
O Webinar Técnico da Associação Brasileira do Biogás (ABiogás) – O Papel do Biogás na Descarbonização das Cidades começou, ontem, apresentando uma visão geral das iniciativas das cidades e os cenários atuais desse processo nos municípios. A conversa contou com a moderação de Tamar Roitman, gerente executiva da ABiogás, Barbara Rubim, da Raízen; Felpe Marques, da CIBiogás; e Ilan Cuperstein, da C 40 Cities.
Durante a abertura, Alessandro Gardemann, presidente da ABiogás, destacou a importância da realização do evento no atual momento mundial. “ A questão ambiental está em alta. Apesar do motivo, muitas localidades estão conseguindo ver o céu azul novamente após décadas. E as fontes renováveis têm papel fundamental na continuidade disso. Precisamos contar com eles para essa retomada”, ressaltou.
Gabriel Kropsch, VP da ABiogás, alertou para o oportunidade que a crise da COVID-19 pode proporcionar para a transição energética mundial. “Este é o momento de ressaltar como o biogás é competitivo perante as outras fontes e reforçar que é a única fonte primária com pegada de carbono negativa.”
Em a sua apresentação, Tamar falou sobre o papel do webinar em estudar a complexidade das cidades e como o biogás é uma opção energética. “A nossa proposta é discutir formas de buscar cada vez mais qualidade de vida, analisando o ciclo de vida dos processos produtivos das cidades, e vendo como o biogás pode ser uma das opções energéticas.”
Ilan Cuperstein, da C40 Cities, analisou como algumas cidades mundiais (96 munícipios, que representam ¼ do PIB Mundial e 8% da população mundial) estão se preparando para os desafios climáticos dos próximos anos e destacou o Prazo 2020, compromisso adotado por grandes cidades do mundo para buscar urgentemente uma iniciativa climática de alta ambição, demonstrando como cumprir o Acordo de Paris. “Vamos apresentar os resultados em outubro e devemos ter resultados positivos em emissão de gases estufa. A nossa estimativa é que registremos menos 8% ao ano. No entanto, essa não é uma notícia para se comemorar, já que essa redução é causada pela pandemia do coronavírus e a necessidade de isolamento social mundial. O que devemos observar é que o biogás se torna uma opção cada vez mais sólida para a descarbonização do grid de eletricidade e tratamento de resíduos”.
Na apresentação, Barbara Rubim, da Raízen, mostrou com as fontes renováveis vão se recuperar após a crise e fez um comparativo com o desempenho do petróleo. “A estimativa é que o preço do petróleo oscile pelos próximos 15 anos, o que pode afastar o interesse do mercado. Apesar da queda de preço, calcula-se que o setor petrolífero só se recuperará em um ano, enquanto a perspectiva é que as renováveis se recuperem nos próximos três meses.”
Barbara foi otimista para a continuação da transição energética mundial. “Acreditamos que a biomassa, uma das matérias-primas do biogás, terá um papel importante nos próximos anos. Na Raízen dizemos que “biomassa is the new oil” para mostrar nossas fortes expectativas para o futuro. Principalmente, com a estimativa do phase out do carvão entre 2030 e 2040 e, consequentemente, phase out das energias fósseis também. Aí é que está a oportunidade para a biomassa e também o biogás”, ressaltou.
O Felipe Marques, da CBiogás, apresentou os dados mais recentes sobre a produção de biogás e biometano no Brasil, reunidos no BiogasMap, estudo divulgado recentemente pela instituição em parceria com a ABiogás. Atualmente, há 521 plantas no Brasil em operação, além de 15 em implantação e 12 em reformulação. Segundo Felipe, com uma produção anual de 1,3 bilhão de m3/ano, o biogás não chega nem a 2% do seu potencial de produção, que é de cerca de 84 bilhões de m3/ano, porém ele está confiante de que chegaremos lá. "Registramos um crescimento de 31% no número de plantas no ano passado, o que deverá se manter este ano", comentou.
Ainda segundo os dados do BiogasMap, 78% das plantas são de pequeno porte e apenas 6% de grande porte, mas que correspondem a 77% do volume total de biogás produzido.
Para Felipe, são inúmeras as oportunidades que as cidades devem explorar na produção do biometano, que podem servir ao transporte público ou a frota dedicada de grandes centros produtores de resíduo orgânico, como indústrias e cooperativas. "O Brasil tem hoje tecnologia disponível para produzir o biometano em pequena escala, de até 50 m3/hora, o que pode ser uma excelente estratégia para resolver diversas questões urbanas nas esferas municipais".
SEGUNDO DIA
No segundo dia do Webinar Técnico da ABiogás – O Papel do Biogás na Descarbonização das Cidades, o tema principal será Biometano e Transportes. A discussão, marcada para 17h, será pautada no biometano e uso como combustível veicular, trazendo ainda uma análise entre carros elétricos, etanol, célula combustível e integração entre eles. Participarão da conversa André Bermudo, representando a Convergas Fuel Systems, Gonçalo Pereira, professor titular da Universidade Estadual de Campinas e Gustavo Bonini da Scania Group. A mediação ficará por conta do vice-presidente da associação, Gabriel Kropsch.
Até sexta-feira, dia 15, serão abordados temas variados dentro da premissa principal do evento com os principais especialistas, empresários e executivos de biogás e biometano do Brasil.
Para se inscrever, acesse o link: https://www.eventbrite.com.br/e/webinar-tecnico-abiogas-tickets-103352736818
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