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Volta às aulas: quais pontos as escolas precisam se atentar neste primeiro mês?

  • Crédito de Imagens:Divulgação - Escrito ou enviado por  Fernando Oliveira
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Volta às aulas: quais pontos as escolas precisam se atentar neste primeiro mês?

Manutenção de protocolos sanitários se mantêm, mas decisões de afastamento podem ter mudanças, afirma consultor educacional

O crescimento de casos da variante Ômicron do coronavírus voltou a esquentar o debate sobre as adversidades que podem aparecer na retomada das aulas presenciais neste mês. No entanto, escolas públicas e particulares passam a lidar com um contexto diferente em relação às decisões sanitárias com funcionários e estudantes, uma vez que o processo de vacinação com crianças tem avançado significativamente e a letalidade da variante é mais fraca, como explica Christian Coelho, CEO da empresa de consultoria educacional, Rabbit, que atende a mais de 1.500 escolas.

Para ele, há uma nova conjuntura nessa volta às aulas presenciais, diferente da primeira tentativa, ainda híbrida, de 2021. “As escolas devem manter suas estruturas sanitárias, porém, aquela confusão de afastar as pessoas ao menor contato com a doença toma outras circunstâncias a partir de agora”, conta.

Professores e estudantes com o ciclo vacinal completo devem ser afastados ao ter contato com alguém que contraiu a doença? Pessoas assintomáticas podem frequentar o ambiente da escola ou devem permanecer em casa? Para além das questões de saúde, ele explica o que as escolas precisam acompanhar neste primeiro mês de aulas, levando em conta também as desigualdades pedagógicas que se tornaram evidentes durante a pandemia para cada aluno.

Avaliar, avaliar, avaliar

No plano pedagógico, avaliação é a palavra de ordem nesse primeiro mês de volta às aulas presenciais. “As escolas deveriam ter mapeado quais habilidades são as mais importantes que precisariam ser trabalhadas em cada ano nos ciclos educacionais e observar qual estudante precisa de mais ou de menos intenção pedagógica para recuperá-las a tempo”, sugere Coelho.

Uma alternativa seria flexibilizar a grade curricular, adaptando-se ao quadro de saúde dos professores. Se um professor está muito bem de saúde, antecipar sua grade de aulas pode gerar margem de tempo até que outros professores possam retornar do afastamento para ministrar as aulas.

“Agora que temos a oportunidade de analisar mais de perto os estudantes, a escola precisa construir uma grade de estudos que possa dialogar com as aptidões que foram ou não bem desenvolvidas durante o ensino remoto emergencial”, afirma.

Embora o ensino híbrido não seja mais obrigatório, ele ainda funcionará como um ‘backup’, caso novos afastamentos por conta do coronavírus possam aparecer. Dessa forma, seguindo protocolos emergenciais, a escola precisa oferecer o ensino remoto para que o aluno não fique desamparado.

Novo contexto sanitário

Sobre os protocolos sanitários, Christian enxerga que as circunstâncias atuais são diferentes daquelas apresentadas nos últimos quase 2 anos de pandemia. As escolas devem seguir as mesmas recomendações sanitárias praticadas desde o início. Uso de máscaras (se for de tecido, com camada dupla) - trocadas a cada 2 horas -, uso de álcool em gel e o distanciamento social a partir de 1 metro deverão ser mantidos.

Em termos de afastamento de professores, funcionários ou alunos, a conversa pode começar a mudar. Pelo fato de a variante Ômicron ser menos letal, bem como com o avanço da vacinação em crianças, caso apareçam novos casos, a ideia seria as escolas monitorarem de perto o estudante, porém, sem afastá-lo individualmente ou até mesmo toda a turma.

No caso de um professor ou funcionário contrair a doença, porém, está assintomático, a orientação é a de que, em um primeiro momento, a escola deva ter ciência do que está escrito no atestado médico providenciado pelas autoridades sanitárias, e avaliar se o professor está apto para desempenhar sua função por meio do teletrabalho ou não. Em negativa, a ideia é afastá-lo por 5 ou 7 dias.

Escolas e vacinação

No plano jurídico, o consultor explica que está previsto no artigo 14ª do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) que a vacinação é obrigatória para crianças quando recomendada por órgãos como a ANVISA, o que ocorre atualmente. No entanto, não é atribuição das escolas obrigar crianças a se vacinar.

“A escola não pode condicionar a matrícula ou a presença do aluno por conta da vacinação. O que a escola pode fazer é incentivar a vacinação”, diz. As escolas, por sua vez, podem pedir a comprovação de vacinação das crianças apenas como medida de planejamento dos protocolos sanitários, mas ela não pode impedir que a criança frequente ou estude em seu estabelecimento vacinada ou não.

O primeiro mês de retorno às aulas totalmente presenciais será o início de uma avaliação profunda sobre os impactos da pandemia no aprendizado de jovens e crianças. Caberá as escolas determinar como esse processo de recuperação acontecerá logo nas primeiras semanas de contato com os estudantes e com suas diferentes realidades.

Sobre o Grupo Rabbit: é a maior consultoria em gestão educacional da América Latina, que auxilia instituições de ensino em todo o Brasil. Ao todo, mais de 1,5 mil escolas são associadas ao grupo, e dispõem de apoio a processos de recursos humanos, pesquisa, comercial, marketing, jurídico, financeiro, atendimento e propaganda, entre as principais soluções. A Rabbit tem como CEO Christian Coelho, especialista em andragogia e membro do União Pelas Escolas Particulares de Pequeno e Médio Porte.


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