Unifesp inicia monitoramento da areia de praias do Guarujá
Projeto Areia Viva, em parceria com prefeitura e associações privadas, vai acompanhar qualidade sanitária da areia e erosão de 10 praias da cidade
A partir deste mês de janeiro, 10 praias do Guarujá, no litoral Sul de São Paulo, passarão a ter suas areias monitoradas. Trata-se do Projeto Areia Viva, idealizado conjuntamente por docentes do Instituto do Mar, do campus Baixada Santista da Universidade Federal de São Paulo (IMar/Unifesp) e pela Secretaria de Meio Ambiente do Guarujá. Esse projeto vai acompanhar por, pelo menos, dois anos, a qualidade sanitária da areia, bem como sua movimentação natural, com avaliação de possíveis cenários de erosão costeira.
O projeto Areia Viva também conta com a parceria das Secretarias municipais do Meio Ambiente e da Educação, além de associações privadas que representam condomínios da cidade. Serão monitoradas as areias das praias do centro (Guaiuba, Tombo, Astúrias, Pitangueiras e Enseada) e praias da região da APA Serra do Guararú (Prainha Branca, Prainha Preta, Iporanga, São Pedro e Tijucopava).
“Atualmente, as análises da areia são feitas esporadicamente e não são levadas em conta para a avaliação da segurança do uso da praia. Só existe a bandeira vermelha para água. Nesta iniciativa, ao longo de dois anos, faremos coletas quinzenais da areia com vistas à sua qualidade sanitária. Para isso, serão monitorados patógenos como Escherichia coli e Enterococcus intestinais, prejudiciais à saúde. Este monitoramento vai permitir avaliar a segurança de uso das praias por parte dos banhistas, além de identificar possíveis fontes de contaminação”, explica Vinícius Ribau Mendes, professor do IMar/Unifesp e coordenador do projeto.
Além do monitoramento dos patógenos, os pesquisadores também acompanharão durante todo o ano a movimentação natural da areia nessas 10 praias. “Os dados nos ajudarão a avaliar a influência da balneabilidade da água do mar na qualidade sanitária da areia e vice-versa, assim como servirá também para avaliar cenários de erosão costeira nesses locais”, destaca Mendes.
Participação de jovens de escola municipal
O projeto Areia Viva contará com uma estratégia inovadora em sua execução, com a participação de três alunos do último ano do curso técnico em Meio Ambiente com ênfase em Química da Escola Municipal Primeiro de Maio. Um laboratório está sendo montado no colégio e os jovens estão sendo capacitados para realizarem as análises microbiológicas das areias coletadas. Os alunos participantes receberão bolsas durante o período de duração do projeto e atuarão nas análises laboratoriais no regime de contraturno (4h diárias, totalizando 20h semanais), de forma a não atrapalhar seus estudos.
“O trabalho de análises será acompanhado por um aluno do IMar/Unifesp, que fará a mediação entre os jovens do colégio e a coordenação do projeto Areia Viva, de forma a traduzir os achados em informações que serão compartilhadas com a Secretaria do Meio Ambiente e também com moradores e turistas que frequentam e aproveitam o nosso litoral”, diz Mendes.
Os primeiros resultados devem sair a partir de meados de fevereiro de 2022.
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