7 estratégias para a comunidade escolar no acolhimento dos alunos no retorno presencial
Ilustração: Leticia Moreno/NOVA ESCOLA
Momento é chave para evitar o abandono escolar e fazer o aluno que se distanciou retomar a aprendizagem
Com o retorno de aulas presenciais na maioria dos estados brasileiros, as escolas têm a oportunidade de se reaproximar de alunos que se afastaram dos estudos durante a pandemia. O estudo “Cenário da Exclusão Escolar no Brasil − Um alerta sobre os impactos da pandemia da COVID-19 na Educação”, do Unicef, apontou que no final de 2020 mais de 5 milhões de crianças e adolescentes de 6 a 17 anos disseram não terem tido acesso à Educação.
“O abandono escolar já era uma preocupação das escolas antes da pandemia e os números cresceram mais com a crise sanitária e as dificuldades de acompanhamento das aulas de forma remota. As desigualdades do Brasil deixaram essa lacuna ainda mais evidente. Sabemos que a retomada das aulas presenciais não é um consenso entre todas as redes de ensino do Brasil, e desde o início a Nova Escola tem produzido materiais para apoiar a comunidade escolar em seus diferentes contextos. Acreditamos que o retorno das aulas presenciais é um momento-chave para trazer o interesse dos alunos de volta para a escola”, explica Ana Ligia Scachetti, gerente pedagógica da Nova Escola, negócio social voltado a oferecer recursos para educadores com foco na Educação pública brasileira.
A comunidade escolar – formada não apenas por professores e gestores, mas todos os funcionários da escola, alunos e responsáveis – pode apoiar o combate ao abandono escolar com algumas atitudes neste momento de retorno às aulas presenciais. Veja 7 estratégias para acolher os alunos:
- Identidade escolar:
O resgate da identidade escolar pode ajudar na aproximação dos alunos. Envolver os alunos nas questões escolares, recrutá-los como parceiros para ajudar os colegas, resgatar histórias de conexão entre a comunidade e a escola e mostrar que a escola é muito mais do que seus muros ajudam na identidade, que é formada por todos os membros da comunidade escolar.
- Competências socioemocionais:
É possível usar as competências socioemocionais a favor da aprendizagem e do combate à evasão escolar. Para isso, professores podem encorajar os alunos a estruturar seus pensamentos e sentimentos, conviver em grupo, desenvolver o pensamento crítico e a buscar soluções alternativas para problemas. Os pais podem se envolver nesse passo ao buscar diálogo com a gestão, seja individualmente ou por meio do Conselho Escolar, para sugerir essas ações. O primeiro passo é apresentar as competências aos alunos para iniciar um processo de autoconhecimento.
- Canais de escuta:
Para desenvolver a reconexão com a escola no retorno às aulas presenciais, a comunidade escolar pode, por exemplo, criar canais de escuta dos alunos. É possível criar uma caixa de sugestões, email, conta em redes sociais ou Whatsapp para facilitar a comunicação entre alunos e escolas. Essa escuta mostra ao aluno que a escola tem preocupação genuína com suas opiniões, o que facilita a conexão e aumenta as chances de permanência. Rodas de conversa, debates e algum tempo da aula dedicado ao compartilhamento de experiências também é eficaz para criar essa proximidade e acolhimento. É importante, também, que a gestão da escola mantenha canais de comunicação constantes com os professores e os apoie nas dúvidas que surgirem.
- Trabalho com pares:
Os trabalhos em grupo já são comuns nas escolas. Eles estimulam a escuta ativa e ensinam os alunos a se posicionar, escutar e interagir com empatia e respeito. Neste momento de retorno, essa ferramenta pedagógica pode ser usada para a reflexão sobre o conteúdo programático, mas com as adaptações necessárias para o período pandêmico.
- Segurança:
Depois de quase 17 meses de afastamento por questões sanitárias, é natural que haja receio sobre a volta ao convívio escolar. Por isso, a escola pode promover ações de conscientização sobre o protocolo sanitário, como explicar o funcionamento das máscaras, como o vírus se espalha e a importância da ventilação, por exemplo. Esse tipo de ação gera mais confiança em todos os envolvidos no retorno.
- Envolver famílias:
A aproximação entre escola e famílias durante a pandemia aconteceu por conta da necessidade do estudo remoto e é importante que a relação não seja cortada com a volta presencial das aulas. Continuar com esse contato direto pode estimular os alunos dentro e fora da escola. É importante também seguir ouvindo as famílias, suas vulnerabilidades e dificuldades, para apoiar o aluno dentro da sua realidade.
- Priorização das aprendizagens:
Estamos vivendo um momento atípico na educação e a escola precisa repensar suas prioridades. Um movimento muito necessário e que colabora para mostrar para os alunos que eles não estão ali perdendo tempo é a priorização dos temas a serem trabalhados. Há diversos levantamentos que indicam as aprendizagens essenciais para que os estudantes consigam avançar na escolaridade. A Nova Escola preparou um Especial Foco na Aprendizagem para apoiar este processo.
Trilhas do Amanhã - Ensino Médio
Os números do abandono e evasão escolar assustam mais ainda quando se fala em Ensino Médio. De acordo com levantamento do JET (Juventude, Educação e Trabalho), 1 em cada 4 alunos do Ensino Médio já pensou em não voltar para a escola ao final do período de suspensão de aulas. “Pensando nisso, a Nova Escola lança o Trilhas do Amanhã - Ensino Médio em parceria com a Tinker Foundation com uma série de conteúdos para ajudar professoras e professores nos desafios do momento atual”, finaliza.
Durante o mês de agosto, haverá aulas ao vivo e gratuitas sobre temas como acolhimento dos estudantes, recuperação da aprendizagem, planejamento do currículo e outros assuntos que preocupam os professores dessa etapa de ensino no momento.
O Trilhas do Amanhã - Ensino Médio é uma iniciativa que faz parte do movimento Trilhas do Amanhã, encabeçado pela Nova Escola em parceria com diversos institutos e organizações, para apoiar educadores brasileiros nas soluções prioritárias para uma condução de aulas com qualidade em 2021. Até agora, foram produzidos conteúdos exclusivos e gratuitos sobre ensino híbrido, planejamento de currículo e gestão escolar. Acesse a página do movimento para saber mais.
SOBRE A NOVA ESCOLA
A Nova Escola é um negócio social, sem fins lucrativos, que entrega conteúdos, produtos e serviços para apoiar, facilitar e valorizar toda a jornada do educador brasileiro. Sua missão é fortalecer educadores para transformar a educação pública brasileira e possibilitar que os alunos desenvolvam o máximo do seu potencial. Tem relacionamento com o segmento há mais de 30 anos e uma base de 1,5 milhão de usuários.
Nascida há mais de 30 anos, como uma revista especializada em Educação Básica com foco no ensino e aprendizagem, a Nova Escola vem investindo em ampliar os formatos e ferramentas que apoiam o dia a dia dos professores e gestores no Brasil. Entre as iniciativas, estão a oferta de cursos online, formações, planos de aula alinhados à Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e conteúdos editoriais gratuitos e exclusivos para assinantes.
Para apoiar os desafios diários dos educadores durante a pandemia da Covid-19, Nova Escola também está preparando conteúdos jornalísticos focados em temas relacionados ao isolamento; adaptando planos de aula para uso remoto e produzindo e oferecendo gratuitamente cursos e boxes para instrumentalizar o professor durante este momento.
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