Pandemia traz nova preocupação aos educadores: um problema chamado CyberBullying
Segundo professora da Unyleya, os professores devem estar preparados para mediar conflitos e ajudar a desenvolver melhores condições de convivência no ambiente remoto
Profissionais da saúde e educação têm se preocupado muito com o aumento da exposição de crianças e adolescentes ao ambiente virtual em decorrência do distanciamento social causado pela pandemia da Covid-19. Com as aulas remotas, professores precisam ficar cada vez mais atentos às práticas de cyberlullying, consideradas ainda mais perigosas por ultrapassarem qualquer fronteira física e podendo levar a consequências desastrosas.
Segundo levantamento realizado pelo instituto de pesquisa Ipsos, o Brasil é o segundo no ranking de cyberbullying no mundo. A pesquisa entrevistou mais de 20 mil pessoas em 28 países. No Brasil, 30% dos pais ou responsáveis entrevistados afirmaram ter conhecimento de que os filhos se envolveram ao menos uma vez em casos de cyberbullying. O primeiro colocado no ranking é a Índia.
De acordo com Luciana Mendonça, professora e gestora no nível superior da Unyleya, uma das primeiras Instituições de Ensino 100% EAD no Brasil, os relatos dos professores com relação ao cyberbullying são bem diferenciados tendo em vista as diversas realidades. Os professores que têm contato mais direto com crianças por meio de aulas on-line em tempo real registram que têm sido realmente desafiador manter a atenção nesse formato, considerando necessidades individuais e de concentração tão particulares. Por outro lado, esta nova realidade tem propiciado a necessidade de trazer novas estratégias e práticas que engajem mais os estudantes, possibilitando maior protagonismo e fala nesses momentos síncronos.
“Quando falamos de ensino remoto, pois a maioria das escolas não possui um projeto em Educação a Distância, tendo em vista que adaptaram as suas estratégias pedagógicas, podemos perceber que essa temática se torna mais frágil diante a tantas novidades nesse novo cenário escolar propiciado pela pandemia. Notamos que as escolas que contam com uma estrutura de suporte multidisciplinar, com professor, orientação educacional, psicólogos, entre outros profissionais, conseguem identificar com mais rapidez e clareza as práticas de bullying no meio digital”, contextualiza Luciana.
A gestora explica como ocorre o bullying no ambiente remoto. “Seja o cabelo que o colega apresenta ao ‘abrir’ a câmera, o ambiente em que o estudante está e em que aparecer, a fala ou comportamento de determinado familiar, entre muitas outras características, ampliaram as possibilidades de juízo de valor e de bullying, nas diferentes faixas etárias”, explica.
Com a ampliação do uso das diferentes mídias, é possível perceber novas abordagens e práticas. “Uma delas, como bem conhecida por todos, é o próprio meme. Divulgação de conteúdos e imagens da pessoa em grupos privados, gravação de cenas e áudios que são colocados fora de contexto num formato vexatório, bem como o uso de aplicativos que inserem o rosto do indivíduo em determinadas cenas. Essas questões elencadas devem compor o novo papel da escola de promover a alfabetização e o letramento do uso responsável e ético das diferentes mídias e redes sociais”.
Ela cita um exemplo recente em que foi capturada a imagem de uma estudante de nove anos, num momento de relaxamento, coçando o nariz, e que foi compartilhado em grupos de aplicativo de mensagens, organizados pelas próprias crianças, num formato de meme e Reels nas redes sociais.
“Os professores têm buscado estratégias para assegurar a segurança da imagem, até porque temos uma legislação nova em vigor e estamos falando de menores de idade, bem como inserir essa discussão no cotidiano das aulas on-line e híbridas, resgatando as regras de convivência tão conhecidas e repetidas ainda na Educação Infantil. Claro que, com o apoio de uma equipe multidisciplinar, o professor consegue identificar práticas recorrentes de bullying com mais facilidade, tendo em vista, que nesse novo cenário, muitas vezes estão concentrados no uso da ferramenta ou explicando determinado conteúdo”, comenta a gestora.
Para mediar as práticas de cyberbullying, muitas escolas têm inserido essa temática no cotidiano de suas disciplinas, não sendo necessário um momento específico para ser abordada. Ao longo da vivência diária, diversos comportamentos e situações são simuladas para facilitar a compreensão das crianças e jovens sobre a importância do respeito e cuidado pelo outro. Muitos professores já utilizam estratégias relacionadas à comunicação não violenta e à promoção de uma cultura de bem-estar. “As orientações dos professores em geral são de forma direta, por meio de avisos e compartilhamento de regras de convivência, tal como com práticas reflexivas, com atividades que proporcionem a discussão sobre essa temática: rodas de conversas, histórias e filmes diversos, dramatizações, entrevistas, entre outros”, sugere a educadora.
Luciana aborda também o novo papel dos profissionais da pedagogia no combate a essa adversidade. “Os professores têm tido um olhar mais atento às novas possibilidades que ultrapassaram o ambiente presencial, ocupando novos espaços, especialmente, públicos, tais como mídias sociais e aplicativos de conversa. Tal como já se pratica presencialmente, o pedagogo deve compartilhar ações que permitam a reflexão sobre essa temática nos mais diferentes cenários, bem como observar como o seu grupo têm se comportado nos momentos síncronos, especialmente, apresentar casos reais, de acordo com a faixa etária, de vivências que possam promover a reflexão, falar sobre a construção de memes, de direitos autorais, de uso de imagem, entre outros”.
Com relação à capacitação dos educadores neste cenário, ela explica que existem políticas educacionais que indicam a relevância dessa temática, seja no desenvolvimento das práticas relacionadas à Educação Básica (BNCC - Base Nacional Comum Curricular), bem como ações para formação inicial e continuada do professor. “Ainda são sementes germinando, mas já podemos observar uma inserção nos currículos dos cursos de formação inicial e a divulgação de cursos de formação continuada com foco na cultura de paz, mediação de conflitos, comunicação não violenta, práticas restaurativas, entre muitos outros exemplos. No entanto, devemos pensar que essa temática passa por todo o curso, não somente por um ou outro momento de dedicação”.
Na Unyleya, onde a Luciana é professora e gestora, os princípios que regem uma Cultura de Paz compõem o projeto pedagógico institucional dos cursos de Pedagogia e Formação do Professor. Particularmente nas Graduações de Licenciatura, a Instituição promove práticas que envolvem a mediação de conflitos e comunicação empática. “É de extrema importância que logo na formação inicial, o professor tenha acesso a essas estratégias e as pratique consolidar a sua formação como cidadão e profissional da educação”.
A Unyleya conta atualmente com três cursos Licenciaturas: Letras, História e Pedagogia. Na Graduação, o curso de pedagogia se destaca por estar relacionado diretamente às necessidades do profissional no cenário educacional. Assim, o contexto profissional se relaciona diretamente com as disciplinas a serem estudadas ao longo de cada semestre. A Instituição oferece diferentes atividades práticas e virtuais que focam na alfabetização midiática e na construção autoral de objetos, recursos de aprendizagem e avaliação.
A Unyleya garante acesso às ferramentas Office 365 a todos estudantes da Graduação e promove encontros on-line mediados por professores inovadores e com grande vivência na realidade educacional brasileira, incluindo experiências na educação básica, em secretarias de educação e programas de pesquisa.
Outros diferenciais são as ações de apoio aos alunos, atenção individualizada em cada disciplina com fácil acesso a corpo docente e pedagógico. Essa proximidade favorece uma relação mais democrática, bem como uma escuta cuidadosa das necessidades dos estudantes e da presença do afeto e acolhimento, práticas também de uma cultura de paz, no cotidiano acadêmico. Por meio desse contato direto é possível construir uma noção de pertencimento do aluno ao curso e à instituição.
Sobre Luciana Ferreira Furtado de Mendonça
Licenciada em pedagogia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro e mestrado em Educação em Ciências com ênfase em Tecnologia Educacional pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, Luciana Ferreira Furtado de Mendonça atua como professora desde 1998, quando finalizou a formação na modalidade presencial, alfabetizadora, tendo nos últimos 14 anos atuado como gestora no nível superior, especialmente na modalidade a distância. Desde o ano de 2008, acompanha e atua no projeto PEA Unesco que promove a cultura e a educação para a paz.
Sobre a Unyleya
Fundada em 2006, a Unyleya é uma das primeiras Instituições de Ensino 100% EAD no Brasil. A Instituição conta atualmente com mais de 200 mil estudantes – o que a torna a maior do país em número de alunos, mais de 250 mil formados desde sua fundação, 18 cursos de Graduação e mais de mil de Pós-Graduação em 50 diferentes áreas do conhecimento.
A Unyleya tem mais de 3 mil colaboradores e unidades físicas em todo o país, com destaque para a sede acadêmica no Rio de Janeiro e a administrativa em Brasília. Mesmo com as unidades físicas, a Instituição de Ensino consolida seu modelo na Educação 100% Digital.
Com metodologia de ensino focada nas necessidades de aprendizagem do aluno e nas principais tendências do mercado de trabalho, a Unyleya quer revolucionar a Educação a Distância no Brasil.
Mais informações sobre temáticas como “cultura de paz”, “mediação de conflitos”, “comunicação não violenta”, “práticas restaurativas”, podem ser encontradas nos canais oficiais da Unyleya:
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