Pandemia evidencia novas metodologias para aprender inglês
Com aulas remotas e mentorias, Ruby Academy dobra número de alunos em novembro
A pandemia trouxe o adiamento do calendário escolar, cancelamentos de provas e suspensão de concursos, causando muitas mudanças no campo acadêmico em 2020. Com os cursos de inglês não foi diferente.
Dados mostram que as buscas específicas pelo termo “curso de inglês” na web caíram consideravelmente e foram superadas pelo termo “curso de inglês on-line”, o que pode mostrar uma tendência de mudança no comportamento do consumidor. Empresas que apostaram no serviço já sentem os bons resultados.
Dados do Google Trends mostram que as buscas por curso de inglês estão caindo desde 2016. Para ver o gráfico mais recente clique aqui.
Um exemplo é a movimentação no curso de inglês Ruby Academy que, pela primeira vez, teve um grande aumento de matrículas no final do ano letivo. O momento ideal para começar novas aulas e períodos de conclusão de cursos parece também ter sido alterado dentro do novo normal. “Dobramos o número de alunos em novembro, o que é bem raro. Além disso, algo que nunca aconteceu antes, foi que muitos fecharam contrato para começar ainda em dezembro”, informa Roberta Falcão, nome por trás da empresa.
O motivo para o crescente interesse está para além do ano letivo atípico - sem começo ou fim definido. A escola de inglês em questão possui diversidade de metodologias, com aulas totalmente remotas, o que se encaixou nos planos dos estudantes que tinham interesse em aprender o idioma durante tempos pandêmicos.
Em março deste ano, as buscas por curso de inglês on-line ultrapassaram as de curso de inglês, acompanhadas de um aumento pelo termo aprender inglês.
Roberta aponta que, graças à inclusão de vídeo chamadas e aulas on-line na rotina de muitos trabalhadores, não há mais tanto preconceito com esse meio de ensino. “Havia muita objeção a respeito de aulas remotas. Diversas pessoas duvidavam da qualidade ou ainda achavam que não funcionavam tão bem quanto as presenciais. Esse preconceito caiu por terra”, analisa.
A empresária e professora de inglês afirma ainda que no último mês houve um aumento de interesse específico pelo serviço de mentoria de inglês ofertado pela empresa, no qual o aluno recebe material personalizado, sem aulas frequentes - podendo estudar em seu próprio tempo.
Aprendizado autodirigido pode ser tendência
Nas mentorias de inglês, o aluno recebe a cada semana material individualizado para estudar de forma autônoma, porém, conta também com encontros mensais com um professor. “Há muitas vantagens em contar com um mentor nesse processo. Afinal, é alguém que aprendeu e trilhou aquele caminho, então já coletou muitas informações e insights que podem ajudar na sua trajetória”, explica a especialista em aprendizagem e co-fundadora do Agile Learning Center - São Paulo, Juliana Machado.
Apesar de os mentores estarem disponíveis a qualquer momento, não há obrigação de encontros frequentes, o que é um grande facilitador para quem quer estudar inglês, mas não pode se comprometer com aulas em horários fixos. O trabalho de home office intensificou a jornada de muitos profissionais, encurtando o tempo para se dedicar a outras atividades.
“Saber os materiais certos para seu objetivo e seu nível de inglês é a chave para um aprendizado assertivo e eficiente” - Roberta Falcão.
Roberta lembra que a ideia para a criação das mentorias surgiu a partir do comentário de uma aluna. A estudante disse que não sabia como estudar fora da aula, com dúvidas sobre qual material priorizar e com qual frequência praticar. A partir disso, a professora montou um cronograma e, assim, percebeu que esse modelo poderia agradar a outros que também precisavam de orientação para estudar sem os professores.
Dessa forma, o interessado pode encaixar a prática do inglês na sua rotina, da maneira que achar mais conveniente. Além disso, o material personalizado, montado por um profissional, garante que o estudo, mesmo autônomo, apresente resultados significativos. “Existem muitos conteúdos on-line hoje em dia, mas isso acaba deixando o aluno mais perdido. Saber os materiais certos para seu objetivo e seu nível de inglês é a chave para um aprendizado assertivo e eficiente”, afirma Roberta.
Perfil de alunos de mentoria
Para muitos, o estilo de mentoria de inglês pode parecer o mais prático e eficaz, principalmente com o excesso de afazeres no final do ano. Roberta aponta que o esquema é ideal para quem tem dificuldade em encontrar tempo livre e possui disciplina suficiente para organizar seus estudos. “A mentoria dá muita autonomia para avançar e o professor funciona mais como um facilitador”, explica a professora.
Roberta lembra que é um estilo indicado até mesmo para pessoas com maior conhecimento no idioma que ainda possuem dificuldades específicas. Ela cita o exemplo de uma aluna que passou pelo curso em 2015 e recentemente mudou-se para os Estados Unidos. Inicialmente, a jovem pensou que não precisaria reforçar seu domínio no idioma, porém, na prática, percebeu que ainda existiam lacunas a serem preenchidas.
“Recentemente ela nos procurou e viu que a mentoria é do que ela precisava, já que está trabalhando em Seattle e precisa se comunicar melhor com os chefes - com quem praticamente só fala em inglês. Muitas vezes, as pessoas podem achar que não precisam mais estudar a língua, quando, na verdade, ainda há muito o que praticar. A questão é encontrar a metodologia ideal para isso”, conclui a empresária.
Mesmo sendo um esquema de ensino indicado para muitas pessoas, é preciso que o aluno tenha disciplina para estudar sozinho. Juliana Machado ressalta a importância de se ter um método próprio, que melhor funcione com cada um e cita exemplos de técnicas. “O estudante pode empilhar os hábitos, que é um processo no qual você pega algo que já faz e acrescenta outro hábito nisso. Por exemplo, ler cinco páginas de um livro depois de escovar os dentes. Assim, é mais fácil montar uma rotina”, orienta.
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