Os desafios da alfabetização durante o isolamento social
É preciso enxergar o aprendizado de maneira mais ampla, incluindo o processo longo que envolve aprender a compreender e interpretar
É na primeira infância que a criança começa a registrar e a desenvolver diversas perspectivas da vida, como comportamental social, evolução cognitiva e até mesmo em aspectos físicos. Lições assimiladas neste período de crescimento serão levadas para vida inteira, por isso este é considerado um momento crucial no desenvolvimento de uma pessoa.
De acordo com Bruna Duarte Vitorino, pedagoga com mais de 15 anos de atuação na área de educação e atualmente coordenadora pedagógica do Kumon, “É importante que os pais olhem para o processo de alfabetização com carinho. Não é apenas aprender a ler e escrever. Trata-se de um caminho longo e cheio de etapas que não podem atrapalhar ou interromper a aprendizagem da criança”, diz.
Praticar atividades físicas e inserir na rotina jogos didáticos, de coordenação motora e que estimulem as funções executivas, são fundamentais para facilitar o processo de alfabetização infantil.
As atividades didáticas promovem uma interação social que as crianças precisam desenvolver para que elas possam crescer aprendendo a lidar com o seu semelhante. É com esses tipos de jogos que ela aprende a trabalhar a tolerância, parceria e a amizade, por exemplo.
Jogos para estimular as funções executivas e as atividades físicas são essenciais para potencializar o processo da alfabetização, pois, além de promover a coordenação motora, ainda trabalha o autocontrole, a socialização e proporciona maior qualidade de vida para criança.
Com o início da pandemia, muitas escolas passaram a oferecer aulas online e milhões de famílias tiveram que acompanhar o estudo das crianças em casa. A preocupação com o futuro das crianças é comum para todos.
A pequena Isabela Dantas Martins, de 5 anos, também teve as aulas presenciais interrompidas. De acordo com o pai, Everton, o receio da família era prejudicar a menina nesta fase de alfabetização. “A solução encontrada foi matricular a Isabela no Kumon, para não pausar ou atrapalhar seu desenvolvimento. Ela está aproveitando bastante, pois o método valoriza o autodidatismo e ajuda a desenvolver a capacidade de concentração e autonomia nos estudos”, diz.
Confira cinco dicas da pedagoga para ajudar as crianças nessa importante fase da vida:
1. Ler histórias é a principal forma das crianças se familiarizarem com a linguagem escrita, além de ser um momento para estimular a imaginação, memória e criatividade.
2. Use cartolinas para criar cartões em que em um lado esteja a imagem e no outro a palavra. As figuras podem ser retiradas de revistas, desenhadas ou impressas da internet. Com isso, aos poucos a criança passa associar a palavra com a imagem.
3. Antes de começar a parte escrita é importante desenvolver a coordenação motora fina. A dica é brincar de pintar desenhos sem ultrapassar as margens estipuladas e depois podem evoluir para o traçado de linhas e curvas. Essas atividades podem ser encontradas em revistas de passatempo ou impressas da internet.
4. Para a parte escrita comece escrevendo palavras pequenas e fáceis como pé, mão, boca.
5. Outra dica é escrever palavras no papel e grudar no objeto correspondente. Isso ajuda a estimular a parte visual do aprendizado.
Sobre o Kumon
Criado no Japão em 1958, pelo professor Toru Kumon, o método utiliza os chamados exercícios-guia para que o aluno realize as atividades com o mínimo de intervenção do orientador. Somente após absorver totalmente a informação, avançam para os níveis subsequentes. O método de estudo está presente em 57 países e reúne mais de 4 milhões de estudantes. No Brasil são mais de 1.550 unidades em quase 580 cidades, somando mais de 180 mil alunos, do total de 200 mil estudantes na América do Sul. Mais informações no site www.kumon.com.br/franquia ou pelo telefone 0800 728 1121.
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