Quando se afastar é a melhor escolha
Por Emanuel Hallef
No labirinto complexo dos relacionamentos modernos, às vezes dar um passo para trás pode ser o movimento mais estratégico. Isso não significa abandonar o barco, mas sim navegar por um afastamento intencional e com propósito. Trata-se do ato de dar um espaço consciente ao relacionamento, permitindo-se um tempo para respirar fora da órbita do parceiro e concentrar-se nas próprias necessidades.
Esse “chá de sumiço” não é um jogo manipulativo, mas uma pausa calculada para avaliar a situação. Nesse distanciamento, você pode nutrir suas paixões pessoais, reacender amizades e investir em seus objetivos profissionais. Essa atitude não só demonstra independência emocional, mas também fortalece a autoestima e a confiança.
Esse afastamento dá a oportunidade de redirecionar o foco e permite mergulhar de cabeça nos próprios interesses e hobbies, além de comprometer-se com atividades que nutrem sua saúde mental. É o momento de deixar o pretendente de lado de verdade, sem esperar ansiosamente por uma mensagem ou uma ligação.
Mais uma vez, para não haver confusão: essa pausa não significa desinteresse ou desapego! Ela é um momento de recalibragem emocional, um exercício de confiança, útil para manter sua vida plena e feliz, acabando com a dependência de uma notificação a cada instante.
Sumir pode ser um recurso crucial quando o parceiro demonstra desinteresse, parece estar nem aí, aparece e some quando bem entende, e, mesmo assim, você continua investindo emocionalmente na relação, persistindo em correr atrás, buscar contato e se esforçar para manter a conexão.
Dar um passo para trás é essencial quando a atenção é unilateral, quando as iniciativas são sempre de um único indivíduo, quando há desvalorização pessoal ou quando a coisa parece que “não engata” de forma alguma.
O lance do “chá de sumiço” não é magia e nem fará ninguém se apaixonar do dia para a noite, mas é uma maneira de demonstrar que, por mais que esse joguinho funcionasse com outras pessoas, com você isso não vai para frente. A intenção é fazer o parceiro compreender que tal comportamento de desinteresse e falta de reciprocidade não será mais tolerado.
É uma forma de comunicar, de maneira não verbal, que você não aceita esse tratamento, que não será escanteada e nem terá suas emoções desconsideradas. O objetivo é estabelecer um novo trato e transmitir a mensagem firme de que você merece receber a mesma atenção que dá.
Se, mesmo assim, a pessoa sumir, sem problemas. O importante é dar um basta na falta de valorização e seguir adiante em busca do que você realmente merece.
Emanuel Hallef é mentor de relacionamentos e autor de “O poder do chá de sumiço” (Citadel Grupo Editorial)
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