Saiba como economizar água e minimizar o impacto da crise hídrica na sociedade
Por Renata Franco
A crise hídrica que, em 2014 atingiu o seu pior patamar, voltou a ser uma das maiores preocupações do atual cenário do Brasil. E não é para menos. A escassez da água afeta todas as esferas de uma sociedade, inclusive a própria economia.
O Estado de São Paulo, por exemplo, representa 31,2% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro (2020), a riqueza produzida pelo Estado somou mais de R$ 2,32 trilhões, que se traduz em um PIB per capita de R$ 50.264,71. Esse valor é 42,9% maior do que a média nacional. (IBGE e Seade). Entretanto, com a falta de água, muito possivelmente empreendimentos e investimentos no Estado estão impactados e poderão ser suspensos temporariamente.
De fato, algumas mudanças de hábito ou mesmo a preferência na compra de produtos mais sustentáveis geram uma diminuição no desperdício. Desde: procurar sempre fechar a torneira ao escovar os dentes, usar redutores de vazão nas torneiras e chuveiros, optar por vaso sanitário que utilize uma menor litragem na descarga, e litragem diferenciada para sólido e líquido.
Atualmente existem muitos selos de eficiência que são inclusive controlados pelo INMETRO. Até mesmo, a compra de uma geladeira com selo de eficiência da Procel, indiretamente, acaba por gerar um menor consumo de água à medida que se economiza em energia elétrica, vez que nossa matriz energética é consubstanciada na água.
O consumidor deve sempre pesquisar e ficar atento aos selos do INMETRO e de eficiência. Alguns produtos podem ajudar, como:
Bloqueadores de Ar (ainda não foi efetivamente comprovada em termos de volume em litros gastos); redutor de pressão; mecanismos como as torneiras de 1/4 de volta; sanitário com caixa acoplada e diferenciação de água para sólidos e líquidos; dentre outros.
No banho existe a possibilidade de se colocar um redutor de pressão de água. No entanto, são os bons hábitos que mais contam: desde se ensaboar e lavar o cabelo com o chuveiro desligado e só ligá-lo para se enxaguar.
As válvulas de descarga podem gastar até 50 litros em um único fluxo de água. O ideal é optar pela caixa acoplada com duplo comando. Ela gasta três litros para líquidos e seis para sólidos. Com a economia, que pode chegar a 40%, a descarga, que é mais cara, pode ser paga em pouco tempo.
Deixando a torneira aberta, gasta-se de 12 a 20 litros de água por minuto. Uma torneira pingando uma gota a cada 5 segundos representa mais de 20 litros de água desperdiçados em apenas um dia. Por isso, é sempre importante se certificar de que a torneira está bem fechada e sem vazamentos.
Na hora de cozinhar, ao lavar frutas, verduras e legumes, evitar fazer com a torneira aberta. Nesta ocasião, o melhor a fazer é deixá-los em um recipiente de molho e, por fim, enxaguá-los. Essa mesma água pode ser usada para molhar as plantas depois.
Ao lavar a roupa, procurar utilizar a máquina de lavar roupa sempre na quantidade correta e, se for o caso, esperar juntar um pouco mais de roupa. Essa água da lavagem, pode servir de uso para lavagem de pisos depois.
De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), o consumo de água diário por pessoa, para suprir suas necessidades mais básicas deveria ser de no máximo 110 litros de água. O levantamento realizado pela ONU indica que isso pode variar de acordo com os costumes e disponibilidade hídrica de cada país:
• Americanos: 575 litros por dia;
• Italianos: 385 litros por dia;
• Japoneses: 375 litros por dia;
• Brasileiros: 185 litros por dia;
• Ingleses: 150 litros por dia;
• Indianos: 135 litros por dia;
• Chineses: 85 litros por dia;
• Nigerianos: 35 litros por dia;
• Etíope (Etiópia): 15 litros por dia;
Um dos grandes problemas ainda é o desperdício e os vazamentos. Assim, toda ação que busque cessar com o desperdício e os vazamentos são essenciais. O reuso da água também ajuda bastante na economia e ainda que não se tenha um sistema formal de reuso, a água da máquina de lavar roupa pode ser reutilizada na lavagem de pisos e a água de chuva, pode ser utilizada na rega de jardins.
Esses são hábitos que devem ser incorporados à vida dos brasileiros não só em períodos de estiagem, mas em toda a época do ano, gerando economia financeira e ao meio ambiente. Além disso, a consciência ambiental deve sempre priorizar produtos eco-friendly e que tragam benefícios ao meio ambiente, não só para as presentes, mas também para as futuras gerações.
*Renata Franco de Paula Gonçalves Moreno é advogada especialista em direito ambiental e regulatório
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