É fundamental levar a conscientização política aos jovens
Recentemente empossado como presidente do Partido Democrático Trabalhista (PDT) do Guarujá, José Manoel Ferreira Gonçalves apresenta as propostas e projetos para o desenvolvimento da cidade. Entre eles, está a educação e conscientização do público jovem
Engenheiro, jornalista, advogado, professor doutor, pós-graduado em Ciência Política pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo, ambientalista e presidente da FerroFrente. Com esse currículo multifacetado, José Manoel Ferreira Gonçalves assumiu a responsabilidade de presidir o partido com o intuito de transformar a cidade do litoral sul de São Paulo.
“Guarujá é uma cidade de mais de 300 mil habitantes, que tem o lado da Ilha de Santo Amaro em que se destacam as praias, e o lado da população trabalhadora, que é o distrito de Vicente de Carvalho, onde temos uma grande concentração de mão de obra sem oportunidade de emprego e renda. Eu sempre digo, o capital sozinho não faz nada. Só o trabalho é que coloca o capital de uma maneira que ele funcione. Estamos fazendo movimentações aqui para a construção de uma frente de partidos de oposição que trabalhe para melhorar as condições da região”, enfatiza José Manoel.
O cientista político ainda detalha que foi montada este ano no Guarujá a AGUAVIVA – Associação Guarujá Viva, uma organização sem fins lucrativos que aglutina diferentes segmentos da sociedade, com o objetivo de representar os interesses dos munícipes, participando desde o processo de planejamento até as decisões políticas que interferem diretamente na vida de todos. “Vimos a necessidade de a sociedade fazer uma grande articulação. Da ONG participam inúmeras associações de bairros montando uma atuação cidadã, trabalhando com educação para o meio ambiente e educação para política”, afirma.
De acordo com José Manoel, a AGUAVIVA vai inaugurar em breve uma oficina de cidadania no bairro de Vicente de Carvalho, que promoverá o ensino de corte e costura, maquiagem, política e cidadania. O projeto também vai orientar sobre os direitos e deveres dos cidadãos.
Outro projeto em andamento pela entidade é a estruturação da Universidade Virtual AGUAVIVA, que já conta com seis parceiros. “Estamos estruturando os cursos que serão oferecidos pela universidade. Todos serão gratuitos e oferecidos na modalidade EAD – Educação a distância, seguindo o modelo semipresencial com encontros presenciais semanalmente nos polos de apoio ou núcleo de base”, relata o professor.
Inicialmente, os cursos oferecidos serão livres, focados em educação para o meio ambiente, educação para cidadania e educação para política. No entanto, salienta José Manoel, há perspectivas de conexões com universidades da Baixada Santista e de outras localidades, que poderão trazer conhecimento para a região. “No futuro, queremos desenvolver um polo de desenvolvimento tecnológico, a fim de apoiar a ciência, a tecnologia e a pesquisa na Baixada Santista, para o desenvolvimento da pesca, do turismo sustentável e da indústria naval não poluente. Para isso, nós que seremos um núcleo distribuidor, vamos trabalhar em parceria com universidades onde já estão as excelências do conhecimento nessas áreas”.
Ainda no âmbito educacional, vale ressaltar que a entidade não governamental, com ajuda de parceiros, lançou o projeto AGUAVIVA NAVEGA para permitir que crianças em situação de vulnerabilidade nas periferias do Guarujá possam ter acesso à internet de qualidade e de forma gratuita para não interromperem seus estudos.
Além da educação, outra frente de atuação da associação é uma campanha pela máscara de qualidade, que as pessoas vão saber que é mais do que necessária. Estamos convocando e oficiando todas as câmaras de vereadores e as prefeituras para que façam políticas públicas para distribuição de máscara de qualidade e de graça, principalmente para as populações mais vulneráveis.
A AGUAVIVA também se preocupa com o meio ambiente e com a saúde da polução de Guarujá. E está mobilizando um grupo de profissionais para fazer uma perícia em uma obra para a captação de água no Rio Jurubatuba ou Jurubatuba Mirim que está sendo estudada em uma região de pedreira que fica a menos de 1.000 metros de um incinerador de lixo desativado, o que é proibido. “Se for feita a obra, há um grande risco de contaminação da água com lixo com componentes carcinogênicos e a associação se levanta contra isso”, afirma o presidente do PDT.
A entidade participa ainda do movimento “Vou de Túnel”, um trabalho muito forte a favor da construção de um túnel ligando Santos a Guarujá.
A AGUAVIVA criou um conselho tecnológico composto por representantes de diversas áreas, como juristas, economistas, engenheiros. O conselho já conta com 30 membros para discutir políticas públicas de médio e longo prazo, bem como propor diretrizes de assuntos complexos da cidade.
Política nas escolas
O presidente do PDT do Guarujá acredita na educação política nos polos educacionais. “Precisamos atrair os jovens do ensino médio e das universidades da região. Santos e Guarujá têm um enorme conjunto de universidades. É preciso remover a impressão, que muitas vezes se transforma em convicção, de que na política só existem pessoas mal intencionadas. Por causa dessa visão, os jovens se colocam como apolíticos. Temos que acabar com essa ideia de que precisamos ter uma temperatura amena na discussão política. Quero ver a baixada efervescendo, discutindo política com absoluta nitidez, e que as pessoas se identifiquem com os temas discutidos. Esse trabalho de educação política é um processo gradual”, aponta Gonçalves.
Sustentabilidade
O desenvolvimento de uma economia sustentável é outro projeto encampado no Guarujá. Existe um centro de movimento e pesquisa em pesca com muito potencial, assim como uma enorme área para o fomento da indústria naval não poluente e do turismo sustentável.
A AGUAVIVA realizará em 21 de setembro seu primeiro seminário on-line em que vai ser discutido como a sociedade civil enxerga como uma economia sustentável para o Guarujá e para região da Baixada.
Atualmente, não existe um país que não se envolva em questões ambientais, como a indústria de energia não poluente. Uma das alternativas que pode ser explorada no Guarujá é a da energia das ondas. “Estudos podem ser conduzidos por meio de convênios entre universidades brasileiras e estrangeiras”, relata o cientista político.
FerroFrente
José Manoel Ferreira Gonçalves preside a FerroFrente, que tem como objetivo defender a volta dos trens de passageiros e a ampliação da malha ferroviária para o transporte de cargas no Brasil. De acordo com o presidente da organização, a crise na pandemia do novo coronavírus mostra o quanto o Brasil se beneficiaria se tivesse intermodalidade - com ferrovias, hidrovias e rodovias atuantes e inteligentes. “Trazendo à baila a questão dos portos, outra área abandonada de nossa infraestrutura (basta circular pela Baixada Santista e verificar o quanto estamos relegando o potencial da atividade portuária), cumpre-nos estabelecer a necessidade de o Brasil buscar parcerias estratégicas que possam revigorar não apenas as ferrovias, mas também outros modais de transporte, cuja deficiência operacional significa atraso e custos inconcebíveis para o país”, aponta.
Objetivos no partido
Em relação aos objetivos como presidente do partido, José Manoel sinaliza que o PDT do Guarujá está conversando com os demais partidos para que também façam conscientização política, e disseminem a importância e necessidade de levantar o nível da discussão política na cidade e na região.
O PDT encara essa missão com propriedade, uma vez que é um partido de grande tradição política, com um projeto estruturado de crescimento e presença do trabalhismo, inspirado em sua própria história e nos planos para o futuro.
“Tudo indica que serei candidato a deputado federal, porque estamos vivendo um vazio de poder aqui na cidade, não se criaram lideranças novas. Estou agora tratando de trazer gente nova para o partido. O próximo passo é organizar uma convenção municipal com expoentes de qualidade e compromissados”, pontua José Manoel.
Segundo ele, o PDT está georreferenciando as regiões todas da cidade para que se possa ter uma ação metodologicamente organizada a fim de que as comunidades de base possam ser organizadas. “É um modelo que depois pode ser replicado pelo partido, pela região toda. Acreditamos que só a Ciência possa dar conta da complexidade da sociedade nos dias de hoje. A população está arredia com razão, os trabalhadores estão cansados, perderam o emprego, estão tendo que sobreviver, então é um momento em que estamos trazendo no PDT uma perspectiva, o sonho real, nós podemos mostrar quanta coisa podemos fazer”, conclui.
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