Articulada pelo SENAI, rede voluntária já recebeu 599 respiradores para manutenção
Iniciativa conta com 35 pontos do SENAI, de indústrias e instituições em 19 estados, onde são reparados os equipamentos sem uso. Até o momento, 37 aparelhos começaram a ser devolvidos aos hospitais de origem
A rede voluntária formada pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), grandes indústrias e instituições receberam 599 respiradores hospitalares, até as 19h desta terça-feira (7), nos 35 pontos de manutenção distribuídos pelo país. Desses, 37 equipamentos já foram consertados e começam a retornar aos hospitais de origem, assim como 63 estão em calibração para serem devolvidos. A Iniciativa + Manutenção de Respiradores passou a operar na segunda-feira passada (30), e busca ampliar o número disponível desses aparelhos, essenciais no tratamento de pacientes graves da covid-19.
Os pontos de manutenção gratuita existem em 19 estados: Amazonas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Paraiba, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte , Rio Grande do Sul, Roraima, Santa Catarina e São Paulo. Os endereços podem ser acessados no Portal da Indústria.
Hospitais em outros estados podem entrar em contato com o SENAI local para tentar viabilizar o envio dos equipamentos a um desses locais. As Forças Armadas ajudaram, por exemplo, a transportar 18 equipamentos do Distrito Federal e do Amapá para conserto no Centro de Inovação e Tecnologia (CIT) do SENAI em Belo Horizonte.
Iniciativa conta com parceiros da indústria e do governo federal
A iniciativa conta com a participação de unidades do SENAI e dos seguintes parceiros: ArcelorMittal, Fiat Chrysler Automóveis (FCA), Ford, General Motors, Honda, Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) e POLI-USP, Jaguar Land Rover, Mercedes-Benz do Brasil, Moto Honda, Renault, Scania, Toyota e Vale. A ação tem apoio do Ministério da Saúde, do Ministério da Economia, da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e da Associação Brasileira de Engenharia Clínica (ABEClin). Além de realizar a manutenção, o SENAI treinou os funcionários dos parceiros.
“A iniciativa de manutenção dos respiradores hospitalares tem sido muito bem sucedida, pois houve o engajamento efetivo de todos os parceiros do SENAI nessa ação. Estão todos de parabéns”, avalia o diretor-geral do SENAI, Rafael Lucchesi. “Nesses primeiros dias, o número de equipamentos enviados pelos hospitais foi muito positivo, e esperamos receber o maior número de aparelhos que estão parados no país. A rede voluntária continuará trabalhando até que a pandemia de coronavírus esteja sob controle”, completa.
De acordo com a LifesHub Analytics e a Associação Catarinense de Medicina (ACM), estão fora de operação no Brasil, no momento, mais de 3,6 mil ventiladores pulmonares, seja porque foram descartados ou têm necessidade de manutenção. Segundo esses dados, existem 65.235 desses equipamentos no país, sendo 17.837 na rede privada e 47.398 no Sistema Único de Saúde (SUS). A estimativa é que cada ventilador recuperado poderá atender até dez pessoas.
SENAI também busca ampliar oferta de respiradores
Além da manutenção, o SENAI tem iniciativa para ampliar a oferta do número de ventiladores pulmonares. Um dos caminhos é aumentar a produção nacional. Foram identificados dois fabricantes, que manifestaram interesse em ampliar a produção, mas relatam obstáculos como a dificuldade na aquisição de componentes. Há uma iniciativa para fortalecer a cadeia de fornecedores e oferecer os componentes necessários. Outros fabricantes estão sendo identificados e contactados para que o SENAI possa ajudá-los a superar as barreiras existentes e elevar a produção no Brasil.
Outra linha de ação é a importação de equipamentos. Na semana passada, a Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), em parceria com o governo do estado, indústrias e instituições catarinenses, fechou contrato para a importação de 200 respiradores destinados ao sistema nacional de saúde.
A rede do SENAI de Inovação e de Tecnologia trabalha ainda para desenvolver produtos inovadores que ajudem a suprir a carência de equipamentos. Por meio do Edital de Inovação para a Indústria, foi selecionado, por exemplo, projeto da empresa Aredes Equipamentos Hospitalares, com apoio do Instituto SENAI de Inovação em Sistemas de Manufatura (SC), que vai adaptar ventiladores pulmonares da área veterinária para uso por seres humanos.
O equipamento em versão simplificada poderia ser utilizado por pacientes na fase inicial, evitando o agravamento da doença. O ventilador será projetado, fabricado e testado na rede do SENAI. Após a homologação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a expectativa é de produção de mil unidades por mês.
O SENAI pôs sua infraestrutura a serviço do combate à pandemia de coronavírus em quatro frentes: 1) detecção e diagnóstico, por meio do apoio à maior produção de testes para detecção do vírus; 2) prevenção, com ajuda à fabricação de equipamentos de proteção individual (EPI); 3) tratamento de doentes, ao trabalhar na manutenção de respiradores mecânicos parados e; 4) apoiar a fabricação e desenvolvimento de novos equipamentos.
A rede de Inovação e de Tecnologia do SENAI
Os Institutos do SENAI possuem pesquisadores qualificados, equipamentos e infraestrutura de vanguarda para desenvolvimento de produtos e processos inovadores, assim como para a oferta de serviços de consultoria e metrologia. Desde que a rede de 27 Institutos SENAI de Inovação foi criada, em 2013, mais de R$ 1 bilhão foram aplicados em 1.086 projetos concluídos ou em execução. A estrutura conta com mais de 700 pesquisadores, sendo que cerca de 44% possuem mestrado ou doutorado.
Atualmente, 12 centros são unidades Embrapii, e têm verba diferenciada para financiamento de projetos estratégicos de pesquisa e inovação. A rede de 60 Institutos SENAI de Tecnologia, que começou a ser implantada nos anos 1990, possui corpo técnico de cerca de 1.200 especialistas e consultores que prestam serviços buscando melhorar a qualidade de produtos e serviços, a produtividade e a competitividade dos negócios.
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