Caminho oposto: OPAs superam IPOs em 2019
Por Ernani Reis, analista da Capital Research
Em momentos de perspectiva de crescimento econômico, muitas empresas avaliam a possibilidade financiar seus novos projetos diretamente no mercado investidor. Para isso, o caminho mais promissor é a abertura de capital seguido da oferta de ações na Bolsa de Valores, mais conhecido como IPO (Oferta Pública Inicial). Diante disso e do cenário com juros na mínima histórica que diminui a atratividade da renda variável, o número de empresas interessadas em realizar suas respectivas ofertas públicas em 2020 vem crescendo, mas o processo envolve um custo elevado e muitas obrigações, que acabam se tornando barreiras para muitas delas.
Ao final de 2018 o mercado vivia o pós-impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff e a expectativa de vitória do então candidato Jair Bolsonaro. Naquele momento, com o otimismo gerado pelas possíveis mudanças, falava-se da abertura de capital de ao menos 30 empresas durante o ano de 2019, mas o número se resumiu a cinco companhias, entre elas Neoenergia, Vivara e C&A Modas.
Mas o contrário também acontece. Frente a um cenário de estagnação e até mesmo de retração da economia, os custos e obrigações com a governança corporativa, eventos societários, demonstrações financeiras, entre outras obrigações, acabam se tornando os principais motivos para fechamento do capital. Dessa forma, em 2019, sete empresas acabaram fazendo uma OPA (Oferta Pública de Aquisição), entre elas, a Multiplus, Eletropaulo e Lojas Hering. O número foi maior do que o de IPOs. Ou seja, mais empresas saíram do que entraram na bolsa em 2019.
Apesar da retórica mais pessimista dos dados registrados, o mercado de renda variável brasileiro segue a todo vapor. Mas é claro que existem muitos desafios pela frente. Entre eles, novamente o cenário de juros mais baixos que, ao mesmo tempo que atrai o investidor para a bolsa, também faz com que muitas empresas procurem um caminho alternativo de financiamento para não ter de encarar a complexidade da bolsa de valores, como empréstimos bancários, além de emissões de debêntures e notas promissórias.
Por esse motivo, é importante não tirar conclusões precipitadas ao se deparar com um dado, até porque, nem todo IPO é bom e nem todo OPA é ruim, depende do momento e da decisão de cada empresa, não precisando coincidir necessariamente com o melhor ou pior momento da trajetória daquela companhia.
Para 2020, por sua vez, cinco companhias já possuem ofertas registradas para B3, entre elas Locaweb (serviços de internet), Mitre e Moura Doubeux (empreendimentos). Resta saber se tamanha expectativa se confirmará dessa vez.
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