Gradeamento avançou significativamente nos últimos tempos
*Talita Carvalho
O gradeamento evoluiu muito ao longo do tempo, mas num primeiro momento utilizavam-se apenas gradeamento manual na entrada da estação de tratamento de efluentes. Porém, por se tratarem de canais profundos, largos e de difícil acesso, fora observado problemas ergonômicos e riscos de saúde nesta operação, levando a utilização com mais frequência dos gradeamentos mecanizados.
Efetivamente, a primeira operação unitária usualmente encontrada nas estações de tratamento de efluentes é o gradeamento, seguido por um peneiramento. Esta diferença de nomenclatura se dá pelo tamanho da abertura de barra, sendo aberturas maiores do que 6 mm gradeamento médio/grosseiro e abertura de barra menor do que 6 mm peneiramento.
Esta etapa é encarregada de reter os sólidos presentes no efluente, principalmente os provenientes de chuvas, protegendo as etapas subsequentes do tratamento e inibindo materiais que possam prejudicar as etapas posteriores, inclusive na formação biomassa microbiana. É muito importante lembrar que esta etapa compreende desde a retirada dos sólidos, transporte e disposição final do mesmo.
Gradeamento médio/grosseiro
Outra mudança importante foi na concepção mecânica do gradeamento. Mas vale ressaltar que hoje a tecnologia de produção de sistemas 100% nacionais de gradeamento mecanizado é praticamente única no Brasil e não há opções.
A aceitação e demanda por equipamentos manufaturados em material mais resistente a corrosão, como aço inoxidável (stainless steel) também é notória, pois os equipamentos construídos em tal matéria prima, podem ter sua vida útil alongada em duas a três vezes, se comparada a confecção em material menos nobre, exemplo aço carbono 1020, garantindo um OPEX ao longo de 20 a 30 anos bastante otimizado.
Indústrias do setor de Saneamento trabalham constantemente no aprimoramento dos produtos de sua linha, para garantir que a operação sempre possa contar com a melhor relação CAPEX x OPEX, um ótimo
exemplo desta evolução, é a nossa grade de múltiplos rastelos, que conta com vantagens operacionais. Ela, por exemplo, apresenta automação do acionamento por temporizador ou diferencial de nível. Sua construção é desenvolvida em matérias inoxidáveis (AISI 304, AISI 316 ou personalizado*). E a motorização é fixa no topo do equipamento, não correndo o risco de afogamento da unidade de acionamento, em caso de elevação do volume do canal. Há ainda múltiplos rastelos de limpeza, garantindo uma limpeza eficaz.
As aplicações são múltiplas e também direcionadas. Podem ser empregadas em elevatórias de efluente, entrada de ETE´s, e captação de estações de tratamento de água.
Perspectivas
A tecnologia de gradeamento pode ser objeto de grande interesse no próximo ano, já que o governo federal sinalizou que pretende investir pesadamente em saneamento básico e infraestrutura. Segundo matéria transmitida pelo Jornal Nacional em julho deste ano, oito em cada dez brasileiros têm água tratada em casa, porém há um grupo de 35 milhões que não tem ainda acesso a esse recurso essencial. Na coleta do esgoto, o problema é mais grave ainda, porque menos da metade da população, ou seja, cerca de 100 milhões de pessoas não dispõem desse benefício até o momento.
O setor de saneamento torce, porém, para que tudo ocorra de modo positivo e evolutivo em 2020, porque nos últimos três anos houve uma retração no saneamento básico no Brasil, tendo os números recuados para o patamar de 2011.
*Talita Carvalho é engenheira mecânica e gerente de vendas da Ecosan Equipamentos e Soluções Ambientais
Compartilhe:: Participe do GRUPO SEGS - PORTAL NACIONAL no FACEBOOK...:
<::::::::::::::::::::>